De que forma não sei, mas, quando dei por mim estava à porta
da casa do meu irmão Renato em San Diego CA, USA.
Fui para lá estudar, fazer um PHD, e pensava como conseguiria
me comunicar e entender as aulas e os professores se meu
inglês não passava de upper intermediate II.
Por outro lado minha cabeça voltava ao meu projeto de um
mini submarino não tripulado para enviar sinais em 3D das
profundezas abissais.
Mesmo um peixe deveria ser codificado e aparecer na tela da
embarcação acima com todos os detalhes e movimentos.
Se isto já era um projeto e tanto a ser realizado na minha
língua natal imagine em inglês.
O Renatinho ( por ser o mais velho dos seis filhos dos meus
pais sempre o chamei pelo diminutivo) dividia a casa com
outros três estudantes e havia um quarto de hóspedes que
poderia ser usado por mim, desde que, é claro, dividisse as
despesas da casa com os outros.
Fui conversar com ele sobre minhas preocupações de
comunicação, momento em que ele me lembrou de que há
cursos de inglês para estrangeiros como eu, e que ele não tinha
enfrentado grandes dificuldades. Porém, pensei com meus
botões, na área dele, as artes cênicas, sempre poder-se-ia
interpretar papéis de estrangeiros e, assim, superar com maestria
as barreiras idiomáticas iniciais, enquanto eu, na engenharia
naval, não tinha escapatória, deveria me comunicar muito bem.
Sempre tivera muita facilidade para línguas e em poucos dias
pegava a música do novo idioma, deve haver um verbo para isto,
o cantarolar único de cada língua ou dialeto, porém,
naquele caso eu deveria não só passar a entender perfeitamente
tudo o que estava sendo dito, como entender e dominar o
linguajar técnico e único de cada profissão.
Estava, portanto, decidido; primeiro eu faria um curso de inglês
para estrangeiros, trabalhando de dia para custear minha estadia,
depois iria para a faculdade seguro de que os problemas que
deveria enfrentar seriam apenas técnicos, e, dado os meus sonhos
de realização de inventos inovadores na área, este apenas ficava
bem maior do que normalmente se lê esta palavra: apenas.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Aliás Voadoras
Short StoryFazendo um breve preâmbulo; esta crônica é um dos capítulos de um livro que escrevo há mais de uma década intitulado "Aliás Voadoras". Aleá era o nome que os moradores de certo lugar do oriente, que foi dominado pelos portugueses, davam às fêmeas...