Meu nobre companheiro cachorro tem uma história
bastante atípica.
Foi comprado em uma loja chique, de animais caros e raros,
mais que o preço e seriam imposto.
Ninguém lhe perguntou nada sobre as decisões que só ele,
um cachorro raçudo, poderia tomar. Incompreendido passava
horas dentro de um carro estacionado sob o minhocão,
um viaduto lá das bocas de São Paulo, enquanto os cachorros
dos humanos ensaiavam representar seus papéis.
Só David Skynner explicaria melhor sua posterior neurose
refletida por sua aversão a veículos automotores
e mania de grandeza.
Cresceu com uma trupe teatral que ensaiava a peça
"Putz" - o nome da peça e do cãozinho, que por ele seria
representado, dando o ar da graça no início e no final
do espetáculo.
Era magrelo tricolor, barbudo e invocado.
Quer melhor para um companheiro mesmo, seu cachorro?
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Aliás Voadoras
Short StoryFazendo um breve preâmbulo; esta crônica é um dos capítulos de um livro que escrevo há mais de uma década intitulado "Aliás Voadoras". Aleá era o nome que os moradores de certo lugar do oriente, que foi dominado pelos portugueses, davam às fêmeas...