Todo mundo tem seu lado de gênio, aquém ou além do nosso tempo.
Entre o amor e o ódio há uma tênue linha divisória, quase invisível
e inexistente. Entre a admiração e a inveja se sucede o mesmo.
Aliás, muita calma com este carma, e ou, muito carma nesta calma.
Toda obra de arte deveria ser interminável, como a pintura do
pescador de estrelas cadentes que as ilumina e devolve ao céu
numa tarefa sem fim.
Ater-se ao mixar a luz da cor que em ti habita é muito importante;
assusto, mesmo dançando sem sair do lugar; se eu estiver
três vezes dançando no mesmo nicho, não só sou aceito
movendo-me pelo salão, como sou timidamente copiado
pelos mais ousados; cedo ou tarde eles dançarão eu passarinho
voarei sem assustar tanto (com a licença do mestre
Mário Quintana e seu "poeminha do contra").
Parecem cegos mecanizados, lembrei-me do rei caolho e
corri o risco de deixar-me enjaular para ficar em exposição
no zoo deste mecânico nicho caolho, preço barato,
troco leve por pior que seja, apesar de ruim,
não me é normal ao desatar os nós dos inter-relacionamentos
humanos que se assustam ao ver dois olhos abertos.
Preço barato para o nó sociologicamente vivido.
Mesmo não querendo vou ter que aprender a fechar o corpo
tão bem quanto desato nós, te pedindo, não para mim,
mas por não saber escalar este degrau que estou tentando
e me escalavrando.
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Aliás Voadoras
Short StoryFazendo um breve preâmbulo; esta crônica é um dos capítulos de um livro que escrevo há mais de uma década intitulado "Aliás Voadoras". Aleá era o nome que os moradores de certo lugar do oriente, que foi dominado pelos portugueses, davam às fêmeas...