Certa feita encontrei-me visitando um lindo edifício de vidros azuis, em sua maior parte, e com belíssimos jardins de inverno.
Havia um Senhor muito solícito que fazia de tudo para me mostrar cada detalhe de cada ala (existiam pequenos corredores azulejados que saiam do corredor principal e neles havia vários elevadores panorâmicos que levavam a diversas partes da maravilhosa construção quase translúcida).
A princípio fiquei sem jeito de lhe explicar que já conhecia cada detalhe daquele belo lugar, pois, aparentemente, para ele, era a primeira vez que lá me encontrava, e, sua educação e solicitude me impediam de por fim àquela visita "monitorada".
Já acostumado com tal situação e embevecido com as formas e translucidez da construção pude olhar para mim. Não me espantou em nada que eu estivesse seguindo aquele Senhor com os pés a uns vinte centímetros do solo e as pernas levemente arqueadas para trás, pois, tal leveza no deslocamento combinava perfeitamente com a beleza das formas e dos sentimentos que tal local me trazia.
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Aliás Voadoras
Short StoryFazendo um breve preâmbulo; esta crônica é um dos capítulos de um livro que escrevo há mais de uma década intitulado "Aliás Voadoras". Aleá era o nome que os moradores de certo lugar do oriente, que foi dominado pelos portugueses, davam às fêmeas...