Apareceu, no quarto do hotel, um homem loiro com barba grisalha.
Inexistente, corporalmente falando.
Ao confrontá-lo desapareceu.
Em seguida, dois delegados entraram, sem bater, acusando-me.
Enfrentei-os indignado, disse que tomo remédios prescritos
por um professor doutor da USP, que me acompanha e que
poderia mandar vir por fax ou e-mail todos os exames médicos,
receitas e explicações científicas, que eu era e sou uma pessoa boa,
que nunca fez mal à ninguém ,e que era um abuso absurdo irem
entrando no meu quarto sem motivo legal.
Puseram o rabo entre as pernas.
Neste trecho estava falando com eles em voz alta (sem gritar) e
ao mesmo tempo gritando por socorro.
Retornou a aparecer o espírito loiro e de barba bem cortada,
então fisicamente parecido comigo.
Havia desaparecido no início da discussão e mandei-o sair também.
Já, neste momento, conscientizei-me do que estava ocorrendo,
uma alucinação, semiconsciente.
Percebi que eu estava falando sozinho e de que o medo da
afronta havia passado.
Retornei à realidade e confirmei com minha mulher de que os gritos
por socorro realmente tinham acontecido.
Levantei entre apavorado e aliviado; lavei o rosto do espírito,
e abri as janelas para contemplar o lindo dia
da alma que estava nascendo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Aliás Voadoras
Historia CortaFazendo um breve preâmbulo; esta crônica é um dos capítulos de um livro que escrevo há mais de uma década intitulado "Aliás Voadoras". Aleá era o nome que os moradores de certo lugar do oriente, que foi dominado pelos portugueses, davam às fêmeas...