Éramos três, eu lendo um livro de contos de fadas russos que estava
me dando muito sono, um rapaz lendo uma revista no sofá ao lado
repentinamente espirrou e pensei, os perdigotos, malditos perdigotos.
Numa poltrona mais isolada, embaixo da antiga escada de madeira
que levava às salas de terapia uma menininha loira entretida com
seu celular, como é de costume entre os jovens de hoje.
Lendo semi acordado comecei a tossir, o que me despertou de vez.
Cheguei a me sentir engasgado, os perdigotos,
malditos perdigotos e tive que levantar a cabeça olhando para
o teto para parar de tossir.
Repentinamente entra pela porta da frente, uma vez mais,
a mesma menininha loira que não afastava seus olhos azuis
do celular, entra novamente, pois, continuava sentada na mesma
poltrona em baixo da escada; só que desta vez entra contando
várias notas de cem reais bem usadas...
Neste ponto acordei de fato!
Quando fomos embora, eu e a filha do meu bom amigo, chegando ao
carro, o banco do motorista (meu banco) estava levantado como
se alguém tivesse vindo conosco, descido pela porta do motorista
e esquecido de voltá-lo para o lugar...
Uma vez mais, já que nada havia sido furtado do interior do
veículo, houvera uma movimentação mental de objetos naquele
mesmo local, ou proximidades dele, uma vez que nos
encontrávamos na rua, muito próximo de onde o
livro havia caído na enxurrada.
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Aliás Voadoras
NouvellesFazendo um breve preâmbulo; esta crônica é um dos capítulos de um livro que escrevo há mais de uma década intitulado "Aliás Voadoras". Aleá era o nome que os moradores de certo lugar do oriente, que foi dominado pelos portugueses, davam às fêmeas...