ACORDEI com uma claridade imensa, olhei devagar pelos lados, então me sentei na cama pequena que me colocaram. Não havia correntes.
Eu não sabia que lugar era aquele, era claro demais, tinha vidro. Fui até lá e toquei, era gelado e parecia resistente. Rosnei voltando a me sentar, tentei buscar algum odor, mas tudo que tinha era cheiro de algo parecido com desinfetante.
Passei os olhos no teto, aço, do outro lado do vidro tinha câmeras e mais uma parede aço. Tudo era muito branco, muito claro, isso me irritava. Queria rosnar e quebrar alguma coisa, mas eu estava sendo observado. Então ficaria quieto.
Ouvir um barulho, alguém entrou na sala. Olhei para cima e vi aquele mesmo homem que me atacou. Aqui eu tinha uma visão realmente clara dele.
Era alto, grande, usava calça jeans e camisa preta, botas que nem as dos soldados que lutavam comigo. O rosto tinha sinais da nossa briga, mas parecia que tinha sido há muito tempo. Me questionei quanto tempo dormir.
- Olá, eu sou Kall. Também fui criado no ECP, e modificado, mas estou livre.
Ele falou em um tom moderado. Eu não entendia como ele sabia da minha criação do ECP, mas não podia ser uma coisa boa. Fui avisado que eles iam tentar me enganar, o desgraçado a minha frente estava mentindo. Rosnei para ele que não mudou sua postura.
- Não precisa ter medo, você está livre agora, aqui vamos te ajudar... Tem alguém...
Rir para ele sem humor algum. Eu não tinha medo deles, tinha ódio, queria agora arrancar a sua cabeça e depois esquarteja seu maldito corpo. Ainda não entendia como ele conseguiu lutar comigo, mas mataria-o assim que tivesse a chance.
- Acha que eu tenho medo?
Respondi calmamente, ele não respondeu, apenas ficou me avaliando.
- Claire!
Ele falou não muito alto, eu sabia que conhecia aquele nome, mas então ouvir passos. Não foi parecido com nada que eu já tivesse ouvido, não eram botas, essas eu conhecia muito bem. Descobrir de onde vinha o som, era ela.
Deixei meu olhar seguir pelo seu corpo, ela parecia pequena. Quando parou do outro lado do vidro, encarei seu rosto. Eu nunca ia esquecer aqueles traços, mas agora tinha algo diferente.
- Ela é quem pode te ajudar...
O maldito falou atrás dela, não desviei meus olhos.
- Meu nome é Claire Stacy...
Ela falou baixo, sua voz demonstrava calma, mas era melodiosa. Me aproximei mais dela, do vidro, consegui capturar todos os detalhes do seus rosto.
De perto ela era mais impressionante ainda, nem parecia real, era realmente muito bonita, como havia sido dito. O cabelo tinha uma cor vibrante, parecia muito macio, os olhos eram tão azuis e fascinante, os lábios rosados carnudos. Tudo em contraste com a pele branca.
Me aproximei ainda mais, senti vontade de tocar nela, queria ver se ela era tão delicada como parecia. Ela era diferente de tudo que eu tinha visto. Lembrei da primeira vez que vi o seu rosto, um ódio me subiu. Me avisaram que a sua aparência era para distrair, que ela era perigosa. E agora eu via o porque, sua beleza enfeitiçava.
- Eu sei quem é você!
- Conhece?
Ela entreabriu os lábios, aquilo pegou minha atenção. Senti raiva por ela me distraí. Se eu tivesse meu olfato agora eu saberia distinguir melhor seus atos. Puxei uma respiração profunda, mas o vidro impedia que passasse qualquer cheiro dela.
Avaliei seu rosto, buscando alguma coisa, mas não havia nada. Apenas ela me olhava de volta, aqueles olhos azuis, piscando quase inocentes para mim. Não era assim que eu me lembrava dela. Deixei minha mão subir pelo vidro, eu estava confuso. Ela olhou para minha mão, pareceu se assustar, mas continuou me olhando.
- Você é diferente...
Ela estava diferente. Eu não via o que eu lembrava ali.
- O que?
Encostei meu rosto no vidro tentando chegar nela, mas não conseguia. Ela me olhava novamente parecendo inocente. Mentirosa, ela era uma mentira, estava tentando me manipular era isso que tinha que lembrar.
- Ainda sim vou matar você!
Bati no vidro com toda minha força, ela deu uns passos para trás, seu olhos azuis refletiram o medo. Aquele maldito foi para o lado dela imediatamente, tocando seus braços. Fiquei com raiva por ele poder tocar nela. Eu queria tocar nela. Droga.
- Vamos sair daqui...
Ele disse e a tirou de dentro da sala, fiquei com mais ódio ainda. Eu ia matar os dois, começaria com ele, depois ela. Faria pagar por tudo.
A porta se fechou, eu continuei batendo. Eu ia quebrar aquele vidro, iria atrás deles, mataria todos. Depois que me vingasse, eu finalmente estaria livre.
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RomanceSinopse: SEGUNDO LIVRO DA SÉRIE DNA Após a criação da ECP a vida de Grey nunca mais foi a mesma. Aos 10 anos foi entregue, voluntariamente, pelos seus pais ao programa. Depois disso seu inferno particular começou. Com o passar dos anos ele perdeu to...