Capítulo 45

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Claire

Entrei discretamente pelos fundos. Não queria ninguém me vendo. Para sair das indústrias Stacy levou mais do que eu queria. Tinham repórteres checando todas as entradas. Por sorte ainda não era a polícia. Eu estava esperando ser intimada em breve. Apenas dois seguranças da minha alta confiança vieram comigo enquanto subiamos pelas escadas.

Nas últimas 48 horas eu tinha passado por todas as fases mais decadentes do ser humano. E havia acordado. Eu tinha descoberto coisas. Levantei toda  minha equipe. Colhi todas as informações que podia e me debrucei sobre elas, com meu pai, durante toda madrugada. Analisei cada aspecto daquele ataque. Cada entrada e saída, cada passo dos meus agressores, cada passo do Grey e do Kall, cada passo de todos na organização daquele evento. Conclusão. Só alguém com boas informações de dentro da minha equipe podia passar despercebido.

Eu fui traída. E fui traída para benefício de outra pessoa. Na verdade quando minha cabeça, agora, funcionava como devia. Rapidamente cheguei a conclusão. Não foi um simples traição por uma única pessoa. Havia sido uma traição por um grupo em específico. Afinal de contas eu tinha sido chutada para fora do cargo de "presidente" da cúpula, protetora do programa, e quem tinha o comando agora eram Logan, Ross, Sandy e Lívia. E agora eu ia tirar isso a limpo, bati na porta em que parei a frente. Não demorou muito e se abriu.

- Claire!

A voz de Lívia soou tão surpresa quanto seu rosto. Os olhos azuis se apliaram ao me ver.

- Surpresa?

Antes que pudesse dizer mais alguma coisa ela me puxou para dentro. Meus seguranças se movimentaram. Ela os olhou como se fossem aliens.

- Que merda, entrem logo, ninguém pode ver movimentação aqui.

Olhei para eles dando a ordem silenciosa. Lívia estava agora nervosa. A porta se fechou e então ela me abraçou.

- Desculpe pelo que fiz no presídio, mas eu simplesmente tinha que mostrar que estava do lado deles Claire. Tem algo muito errado acontecendo.

Quando ela me soltou seu rosto estava transformando em preocupação. Franzi o cenho por um segundo.

- Você não está com eles?

Seu olhar veio para mim incrédulo e podia dizer quase ofendido.

- É claro que não. Nunca. Eu não apoio eles em nada. Muito menos deixar vítimas de maus tratos do ECP voltarem para celas, onde os pobres passaram a maior parte da vida. Acredito que há meios de se lidar com isso sem tratá-los assim.

Eu respirei fundo. Me senti aliviado de repente. Olhei ao redor da casa dela. Todas as janelas estavam fechadas. A encarei.

- Está escondida?

- Sim. Quer dizer, quase, eles sabem onde estou. Mas acredito que estão tentando me monitorar. Mandei que as câmeras do meu corredor fossem desligadas, até chequei, estou ficando paranóica.

Ela desabou sentando-se no seu sofá.

- O que você sabe?

Me sentei ao lado dela.

- Que Sandy tem alguém passando informações privilegiadas para ela. Ouvir ela no celular antes daquela tragédia que foi sua entrevista. Falava sobre não ter como errar com as informações que tinha, sabia que você estaria com "eles"... Não sei o que significa. Mas não pude te avisar. Minutos depois você estava no palco e então sendo atacada. Eu fiquei chocada.

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