Claire
Eu entrei na empresa um caos. Na verdade tudo parecia um caos. Repórteres na frente da empresa, seguranças, todos tentando saber o que tinha acontecido. Não havia entendimento para aquela carnificina. Ninguém entendia como aquele ataque aconteceu. Muito menos eu. Ainda tentava entender em qual cenário tinha deixado aquilo escapar. Subi no elevador direto para o centro de controle da cúpula.
No instante em que botei o pé tinha uma centena me cercando perguntando sobre meu estado, se tinham me machucado, perguntando qualquer coisa e tudo que eu podia dizer era para que se afastassem. Eu estava completamente irritada, machucada, preocupada.
- Saíam! Só saíam de perto de mim!
Gritei. Eu nunca havia levantado a voz em nenhum tom mais alto. Mas eu simplesmente estava desestabilizada. Todos me olharam chocada. Loren apareceu de repente me abraçando puxando-me para longe dali.
- Vão. Façam seus trabalhos. Ordens foram dadas. Execute-as.
Disse ele firme me levando dali. Me abracei a ele como se fosse minha tabua de salvação. Entramos na área restrita onde eu normalmente me reunia com Christian, meu principal técnico de segurança cibernética, o homem que sabia dos segredos mais fundos do sistema do ECP. Loren o botou para fora sem muita cerimonia deixando que apenas nós ficassimos ali.
- Eu sou a culpada!
Falei em um caos. Loren me sentou em uma cadeira puxando outra para sua frente.
- Calma Claire. Você não tem...
- Não venha dizer que não! EU coloquei todas aquelas pessoas ali, o Kall, o Grey, o meu Grey... E eu tive que ver a multidão o engolir, vi ele atacar, vi tudo, vi todo aquele horror Loren, e eu não pude fazer nada, nada... Como não previ aquilo?
Ele pegou meu rosto entre as suas mãos me fazendo fixar meus olhos nos seus.
- Porque você não podia, porque não pode prevê um ataque daquele tão brutal, eu sei que está difícil. Mas Claire precisa se manter firme, tem muita gente dependendo de você, a Sky vai chegar aqui em breve, a cúpula...
Engolir em seco sacudindo. Loren tinha razão. Eu estava descompensada.
- Tudo bem. Eu preciso saber do Grey, por favor, descubra se ele está bem ou eu vou enlouquecer.
Limpei minhas lagrimas. Loren me ajudou.
- Ele é durão Claire, vai ficar bem.
- Se alguma coisa grave acontecer com ele eu...
Loren me abraçou.
- Nada vai acontecer. Agora levante sua cabeça, seja a mulher forte que eu conheço, pode lidar com qualquer coisa, você é Claire Stacy, a dama de ferro!
Encarei ele tentando me sentir Claire Satcy. Mas eu estava parecendo mais um pedaço destroçado dela. Eu só conseguia refletir me minha mente os momentos angustiantes Grey e todas aquelas pessoas sendo engolidas pela violência.
- Obrigado Loren.
- Vai ficar tudo bem... Eu prometo, vou encontrar o Grey.
Concordei e ele saiu. Me apoiei na cadeira respirando com força. Nunca imaginei que me sentiria tão destruída como estava. Eu só queria poder ter nunca levantado daquela cama no inicio da manhã onde eu tinha meu Grey beijando-me, dizendo palavras doces. Agora a imagem dele selvagem e letal não saiam da minha mente.
- O que eu fiz com você meu amor?
- Claire?
Olhei para a porta da sala e Sky estava ali com seu expressão prepocupada. Me levantei tentando manter meu semblante frio.
- Eu peço desculpas...
Ela andou até mim e me abraçou.
- Cale a boca. Nós duas estamos sem nossos amores, eu sei o que está passando, não precisa esconder de mim ou tentar me passar calma. Somos mulheres de novas espécies.
Abracei Sky de novo. Aquilo era o que eu estava precisando. Alguém que entendesse pelo que eu estava verdadeiramente passando.
****
Grey
A escuridão era um poço sem fim. Qualquer lugar só tinha desespero. Os gritos ao meu redor deviam ser dos guardas para cada membro deles que eu partia. SIM. Partir. Eu queria e ia partir cada um ao meio.
Ninguém ia me machucar mais, aqueles bastardos gostavam daquilo, gostavam de quebrar meus ossos, gostavam mais ainda de perfurar meu corpo com qualquer coisa bem afiada com que pudesse me causar bastante dor.
Por um minuto percebi que não havia nada me perfurando. Devia ser mais um truque. Ataquei de volta em raiva cega. Eu iria apenas matar cada um, deles e depois a escuridão ficaria apenas silenciosa, eu iria sentir as dores sozinho, sofreria até me curar.
Eu tinha que me curar rápido. Eles nunca demoravam a atacar e sempre parecia que vinha mais deles. Nunca acabava. Como naquele momento. Por mais que eu afastasse todos eram como se nunca acabassem.
De repente escutei um rosnado. Sentir mãos em cima de mim. Revidei. Girei atacando. Uma espécie de conhecimento passou por mim. Mas aquilo devia ser mais uma armação. Lutei. Este alguém me atacou de novo. Rosnei.
- Grey!
O nome foi chamado. Por um minuto foi conhecido. Eu sabia quem era. Mas então a névoa desse sentimento de foi e a escuridão me tomou novamente. Voraz. Cheia de ódio. Ataquei. Queria sangue.
- Não, não!
Aquela voz veio novamente. Foi então que de repente a multidão, o ódio, os gritos, tudo começou a se desfazer. A escuridão se tornou fria e pouco a pouco silenciosa. Foi então que sentir todo meu corpo pender, minhas forças se irem, não tinha mais como dar conta de mim mesmo. Percebi que fui ao chão.
Claire
Uma hora depois eu estava de pé em frente ao meu local de trabalho acompanhando a evolução da minha equipe de segurança. Meu contingente tinha sido todo estabelecido no auditório Stacy. A polícia nacional estava ali, junto da guarda. Médicos e mais ambulâncias do que podiam ser contadas estavam ali também. E não tinham sido contabilizado o número de vítimas.
Fechei meus olhos respirando fundo. Grey e Kall não tinham sido encontrados mesmo na dispersão. Eu havia acionado a guarda nacional e nada tinha sido feito. Meus seguranças também não tinham notícias deles.
Eu estava ali na frente tentando ser a líder que sempre fui. Mas meu coração estava espremido pela dor e apreensão do que podia ter acontecido. Sky ia ser mãe e o pai dos seus filhos simplesmente tinha desaparecido porque eu mandei ele ir atrás do meu amor. Engolir em seco, empurrando as lágrimas, não queria voltar a chorar.
- Claire!
A voz de Loren alarmante me pegou de surpresa. Me virei para trás. Ele andava a passos largos. Franzi o cenho. Meu coração saltou em disparada, de repente me tornei gelada, completamente.
- O que aconteceu?
Seu semblante caiu.
- Kall e Grey estão presos!
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RomantikSinopse: SEGUNDO LIVRO DA SÉRIE DNA Após a criação da ECP a vida de Grey nunca mais foi a mesma. Aos 10 anos foi entregue, voluntariamente, pelos seus pais ao programa. Depois disso seu inferno particular começou. Com o passar dos anos ele perdeu to...