Capítulo 5 - Parte I

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ABRIR os olhos e fechei rápido por causa da luz. Tentei de novo, dessa vez mais devagar, assim que consegui, olhei o espaço. Ainda estava no mesmo lugar. Preso.

Rosnei baixo levantando um pouco tonto. Percebi que agora eu tinha uma camisa, e um curativo grande no pescoço e outros nas mãos. Também tinha comida em cima de uma mesa. Ignorei.

Fiquei pensando em tudo que aquele cara me falou. Suas características eram muito parecidas com as minhas, tamanho, força, dentes e até o treinamento era parecido.

E ele afirmava ser criado pelo ECP, mas defendia aquela mulher. Eu não sabia mas no que acreditar. Coloquei as mãos na cabeça, completamente perturbado, pelas imagens que eu lembrava e por tudo que havia sido me dito agora.

Rugir alto tentando tirar de alguma forma aquela sensação perturbadora de mim. Levantei socando a parede de aço, repetidas, repetidas vezes até que minhas mãos voltaram a sangrar. A dor lancinante era bem vinda, me fazia melhor sentir dor do que a confusão que eu tinha dentro de mim.

Caminhei até próxima do vidro, onde estavam as marcas do meu último ataque. Não pareciam ter dito tempo para trocar. Olhei para a câmera no teto.

- Kall!

Grey
•••
Claire

PRATICAMENTE apenas dois dias afastada do trabalho na Sede da Stacy Insdustrion e tinha pilhas de dados, com relatórios, planilhas, pedidos. Que chegaram na minha tela de trabalho. Tudo caindo em cima da minha mesa, como as antigas cachoeiras espalhadas pelo território nacional, que agora estavam quase extintas. Eu suspirei pegando um café, só isso para me fazer aguentar tudo aquilo.

A tela eletrônica na minha mesa piscou, olhei, "Charles", ignorei pois não tinha tempo agora para falar com ele. Passei o dedo na tela abrindo outro relatório e escutei uma batida na porta, Loren meteu o rosto para dentro.

- Claire seu pai...

- Diga que estou ocupada, retorno quando puder!

Cortei o Loren, pois não tinha tempo, não agora. As conversas com ele eram sempre demoradas e cansativas.

- E que...

Loren falou, mas então foi empurrado.

- E que é feio mandar os outros darem os recados indesejados!

Meu pai entrou na sala em sua cadeira de rodas mecânica. Olhei para o Loren que foi atropelado e fiz um sinal que ele podia ir, eu sabia que não tinha tido culpa na invasão do meu pai. Esse tinha um jeitinho especial de entrar em qualquer lugar, mesmo sem permissão.

- Ao que devo a honra pai?

Assim que ficamos sozinhos falei, me apoiando na minha cadeira, juntando minhas mãos.

- Se você esquece que tem um pai eu tenho que relembrá-la!

Rolei os olhos soltando um suspiro, assumindo a minha máscara.

- Usando suas famosas palavras, meu tempo corre e não tenho tempo para dramatização... Então porque estamos aqui?

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