DEPOIS DAQUELE DIA

22- LOUCURA

"Se eu não estiver louca, vou acabar enlouquecendo"
Isadora Vasconcelos

Quando acordei meio tonta percebi que estava num leito de hospital, Rafael e Beatriz estavam ao meu lado, sentados num pequeno sofá, lembrei do dia que acordei após o acidente do Theo. Minha imaginação foi longe, que bom seria se tudo que vivi depois daquele dia não tivesse passado de um pesadelo e eu estaria acordando,  eles iam me dizer que o Theo estava vivo e bem.

Penso que eu estava delirando, mas cai na real quando senti um bebê mexer na minha barriga que estava enorme.

— Como você está? Perguntou Rafael ao perceber que eu estava despertando.

—Acho que estou bem! Como está a bebê?
—O médico disse que está tudo bem, mas você precisa ficar em observação.

Do meu outro lado tinha uma mocinha que tinha passado despercebida quando acordei delirando.

— Que bom que a senhora está bem! Ela disse dando-me um sorriso.

Olhei para o Rafael e para ela e perguntei:

—Quem é você?

— Eu sou Tatiane, mas pode me chamar de Tati sou filha do porteiro, do Léo.

—Foi ela que te ajudou meu amor. Disse Rafael.

—Encontrei a senhora desmaiada quando estava descendo e pedi socorro.

— Ela salvou você e a Laura, o médico disse que se demorasse muito poderia ter sérias consequências. Disse Rafael

—Obrigada Tatiane!

—Como caiu da escada Isadora? Perguntou Beatriz

—Eu não cai, alguém me empurrou.

Rafael se assusta e troca olhares com Beatriz, ele não sabia o que pensar: quem teria feito isso? E pra quê? Por quê? Nos não fazíamos ideia. Mas Rafael achou melhor não conversar sobre isso para que eu pudesse descansar.

— Meu amor, eu vou averiguar isso, agora você precisa descansar desse susto!

— Sim, e nós vamos embora Isadora, só estávamos esperando você acordar – disse Beatriz.

— É, fica com Deus dona Isadora! Melhoras para a senhora!

— Obrigada!

— Meu amor, vou acompanhar elas até lá fora e já volto pra ficar com você!

Eles saíram e eu fiquei pensativa, apesar de não querer estar grávida fiquei aliviada ao saber que a bebê estava bem, deveria ser instinto maternal falando mais alto.

Mas pensei que mesmo não desejando essa gravidez, se acontecesse algo com a bebê eu ficaria muito triste.

Passei a mãe pela minha barriga e disse: É você é forte mesmo, hein menina, tá superando tantas coisas!

A verdade é que antes eu queria perder esse bebê, mas agora mesmo sem saber como será depois que ela nascer, percebi que eu não queria mais perder essa criança, lembrei-me do sonho do bebê com o Theo e pela primeira vez me peguei tentando imaginar como seria o rosto dela.

Será parecida comigo? Com Rafael? Ou será parecida com o Theo?

Rafael passou a noite no hospital comigo. Sentado no pequeno sofá.

Como meu marido tem sido paciente e amoroso nos últimos meses.

— Meu amor que bom que está tudo bem. Tomei um susto quando soube que você caiu da escada o medo de perder você e a Laura foi torturante.