78- LUÍZA E TATIANE

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Na portaria do meu condômino Leo, pai de Tatiane conversava com Luísa.

— Boa Noite Luíza, podemos conversar um pouco?

— Sim Leonardo. Sobre o que seria?
— Sobre sua mãe.

— Aí ela irritou muito o senhor hoje a tarde?
—  Imagina. Nada! Só fiquei triste por ver tanta angústia e tristeza no olhar dela.  Você não acha que já não está na hora de conversar com ela?

— Sim. Eu sei que preciso resolver isso, até pra sair da casa da Isadora. Mas tenho medos. Se eu tivesse dinheiro ia embora pra não precisar conversar com a minha mãe. 

— Luísa não adiantaria fugir. Mas me diga do que você tem medo?

— De ser mesmo verdade o que minha mãe falou. .

—Não é sempre melhor saber a verdade? Doa a quem doer?
— Sim é verdade. Mas é uma situação tão difícil.

—  Sabe Luísa. Acho que seu coração já sabe a verdade. Você só está fugindo dela. Só lembre que sua mãe está a sua espera.

—  Eu também tenho vergonha!
— vergonha do que?
— Julguei tanto minha mãe, falei coisas tão horríveis para ela. Não sei se tenho coragem de olhar nos olhos dela.

—  imagino. Mas sua mãe não se importa com isso, tanto que veio até aqui atrás de você.  Ela só quer conversar contigo e sempre só quis o seu amor.  As mães possuem um dom do perdão que você não imagina.  Volta pra sua mãe Luísa. Sua mãe já te perdoou se perdoe também.  Eu te garanto que pra sua mãe e pior ficar sem você.  Se você sente alguma culpa por tê-la magoado, sabe que com esse seu afastamento você continua magoando.

— Obrigada. Eu vou procurar pela minha mãe sim, você tem razão.  Não vou mais continuar fugindo. 

Assim que terminou a conversa com Leonardo.  Luísa vou até a casa dele, conversar com tataine. 

— Luísa? O que tá fazendo aqui?
— Tati, posso conversar um pouco com você?
— Diga. Aconteceu alguma coisa?

— Tati, por que me acolheu, me ajudou quando me viu em frente ao condomínio?

— Porque percebi que você não estava bem.

— Mas, você sabe que inventei que estava grávida para separar você e o Murilo, né?

—  Sim, eu sei. Mas minha atitude não depende da sua, não sou vingativa, percebi que você estava precisando de ajuda e ajudei. Meu pai me educou muito bem, me ensinou a ajudar as pessoas.

— Seu pai,  acabei de conversar com ele, é um bom homem.  Bem diferente do meu, estou confusa demais com tufo que aconteceu.

—  A terapia pode te ajudar. Mas acho que sua mãe é a vítima nessa história, não a conheço só a vi no julgamento mas acredito nela. Não sei porque.

— É eu também estou começando a acreditar. E você percebe? Tratei mal minha mãe, e ela escolheu me dar a vida e me criou sendo eu fruto de um estupro.  E imagine meu pai, é um mostro.

— Luíza, não se culpe tanto. Olha eu não tive mãe, a minha morreu quando eu era muito pequena, mas sei que as mães nos amam e sempre nos perdoam. Você ainda tem muito tempo pela frente para viver com a sua mãe, não desperdice isso.

— Você tem razão seu pai me falou a mesma coisa. sabe Tati você é uma ótima pessoa, sinto muito ter feito mal para você.  Me perdoe.

—  Perdoada. Já passou.
— Posso te pedir uma coisa?

—  Do que você precisa?
—  Que perdoe o Murilo ele ama você. É sério ele me disse isso e eu senti isso.

— O Murilo é um pouco enrolado.
— Por culpa minha, eu não vou mais atrapalhar a vida de vocês. Dá uma chance pra ele.

— Eu vou pensar.
— Bom, eu já vou e mais uma vez, muito obrigada eu nunca vou esquecer tudo o que você fez por mim.
— Imagine! Te desejo tudo bom!

— Tati, amanhã logo pela manhã voltarei para casa, talvez a gente não se veja mais. Então Obrigado mesmo por tudo.

Na manhã seguinte Luísa se despediu de mim:

— Obrigada Isadora por me acolher em sua casa, amei o tempo que passei aqui e estou apaixonada pela Laura.

— Imagina Luísa, sempre que precisar de mim estou aqui. E boa sorte com sua mãe, lembre-se que ela te ama e merece todo o seu amor.

Luísa partiu então para sua casa. Fátima, estava péssima por ter contado a verdade a filha. Desde o dia da discussão mal saía de casa e chorava todos os dias. Não sabia mais o que fazer, até que Luísa aparece:

— Mãe?
— Luísa, filha, que bom que você voltou.

—  Mãe. Me perdoa, eu sinto muito.
— Eu também minha filha.

As duas se abraçaram se perdoaram e  conversaram durante horas. Fátima explicou tudo para a filha.

— Você é tudo que eu tenho Luísa eu sempre te amei e sempre vou te amar. Nunca me importei por você ter sido fruto de um estupro. Sem você eu morreria, estou viva hoje por você.  Eu nunca pensei em aborto. Não te contei nada antes, porque tinha medo do Marcelo e da sua reação, não queria que você sofresse. Mas tudo que passei você era a única coisa que me fazia ter forças para suportar tudo que passei.

— Mãe, eu tento imaginar o quanto você sofreu calada, aguentando minhas grosseiras. Me perdoa. Eu te amo mãe. Obrigada por não desistir de mim.

— Nunca minha filha.

Após reconciliação as duas conversaram sobre o julgamento, sobre a conversa de Luísa com Tatiane e sobre o tempo que ela ficou na cara de Isadora. Após a reconciliação Fátima e Luíza  se tornaram grandes amigas.

A sombra do passado que impedia a comunhão de mãe e filha, havia sido quebrada e nascia então uma verdadeira amizade entre as duas.

Luísa nos telefonou avisando que estava tudo bem com a mãe e que ela queria ir até o condomínio agradecer ao Leonardo pela conversa e a mim por ter acolhido Luísa. 

Sendo assim as convidei para o aniversário de Laura.

— Luísa, esses dias estou corrida com as coisas da festinha da Laura, acabei deixando tudo pra última hora. Mas ficaria muito feliz em receber você e sua mãe para a comemoração da Laura.  A gente se vê sábado então.

— Tá bom, Isadora nos estaremos presentes.

Luísa também ligou para Bruno, primo de Murilo e marcou com ele um encontro.

— O que você quer Luísa? Algum plano para separar Murilo e Tati? Eles já estão se aproximando de novo.

— O plano é o seguinte Bruno, deixa eles em paz. Eles se amam a gente não pode atrapalhar.

— Você tá doida? Só porque foi ajudada esses dias ficou Santa agora?

— Não, eu só percebi que Tati e Murilo se gostam de verdade e se você ama mesmo Tati tem que deixar ela ser feliz.

— Você não sabe o que fala. Tchau sua doida.

— Tchau nada. Aceita de uma vez e tem mais você só está fazendo isso por implicância com seu primo né? Amor não é competição Bruno.

— Deixa de ser chata garota e me deixa em paz.

Bruno saiu muito irritado... Ele estava de moto. No caminho para casa acaba perdendo o controle e bate em um carro.

Bruno permanece desmaiado e para piorar sua situação, estava sem capacete.

DEPOIS DAQUELE DIAOnde histórias criam vida. Descubra agora