29- O SURTO DOS SURTOS

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Rafael fazia de tudo para que eu me sentisse melhor, mas estava cada dia mais difícil pra ele também, no dia de sair do hospital Tatiane veio com ele, no caminho silencioso para a casa Tati segurava a Laura, minha mãe nos esperava em casa juntamente com Beatriz, Rafael dirigia e eu viajava em meus pensamentos.

— Como será agora em casa? Olhei para Tatiane ela estava encantada com a menina.  Isso me deixava tranquila. Minha filha seria bem cuidada. Tati iria fazer esse papel de mãe.

Na mídia o caso estava em alta novamente. Ora falavam dos crimes dos quais Pedro iria responder. Ora falavam da expressão abalada de Danielle alegando que ela estava traumatizada. Ora falavam do nascimento de Laura. 

Na maternidade alguns fotógrafos registraram a saída de Laura do hospital. Tentei imaginar as críticas que deveriam sair por aí,visto também que era Tatiane que segurava a menina e não eu,  lembrei das acusações da mulher outro dia no shopping. Melhor nem buscar saber sobre os novos maus comentários.

Seguimos até em casa, num caminho totalmente silencioso.

Na casa dos Muniz Danielle permanece calada. No café da manhã seus pais tentam alguma comunicação:

— Filha, que bom que você desceu pra tomar café da manhã conosco. Disse Ângela.

—É filha. É bom te ter aqui em casa. Disse Francês.

Danielle nada responde e permanece tomando seu café.

—Filha. Quando voltará a trabalhar? Pergunta ÂNGELA.

Danielle não responde.

— Filha. Não quer nos contar o que aconteceu? Pergunta Francês.

— Que inferno. Se for para vocês ficarem me enchendo de perguntas, não venho mais tomar café da manhã na mesa. Quantas vezes foi ter que pedir para vocês respeitarem meu silêncio? Me deixem em Paz.

Dizendo isso levanta - se da mesa.

— Danielle? Grita Ângela que fica sem resposta.

— Essa menina tá muito mimada como sempre. Fazendo drama. Tá vendo.  Fala Francês.

—Calma. Não sabemos o que aconteceu.

— Claro ela não quer contar. 

—Daniele deve estar magoada. Triste. Traumatizada.  Passou por muitas coisas. Temos que respeitar o tempo dela.  E outra desde que ela saiu de casa e perdeu o bebê vocês não conversaram mais. Você precisa conversar com ela pedir desculpas.

—Conversar com ela?Como? Se ela não permite. Vou trabalhar que ganho mais. E se me perguntarem quando minha filha voltará pro trabalho. Respondei que só Deus sabe.

Francês sai também irritado e Sônia se aproxima.

— Ah Sônia estou tão preocupada.

— Eu também dona Ângela.

—  Danielle tem conversado com você?
— Não.  Ela também não responde ou só fala pra dizer que não quer conversar.
— Tem alguma coisa incomodando minha filha.
— Ela deve estar Traumatizada. Perdeu o bebê e em pouco tempo foi sequestrada.
— É. Só queria poder ajudar minha filha. Vou rezar por ela é o que posso fazer de melhor.

Fábio manda chocolates e flores para a casa dos Muniz, com um bilhete para Danielle.

" Ainda te amo. E não desisti de você. Você sabe que preciso viajar em breve. Gostaria que você fosse comigo. Vamos viver o nosso amor"

Ao receber a encomenda Sônia leva ao quarto de Danielle que estava deitada.

— Menina. Chegou essa encomenda pra você.

Danielle levantou - se leu o bilhete e jogou tudo no lixo.

— Menina. Não vai comer nem os chocolates?

— Não. 

— Menina. O que você tem? Não estava apaixonada pelo Fábio? Talvez agora depois de tudo que aconteceu doutor Francês aceite esse namoro.

— Sônia me deixe sozinha por favor.

— Tudo bem menina. Mas saiba que aqui todos estão preocupados com você e no que pudermos te ajudar, ajudaremos.  Todos aqui te amam.

— Eu sei Sônia.  Obrigada. Mas preciso ficar sozinha. Por favor.

— Estou saindo. Qualquer coisa me chame.

Quando chegamos no Condomínio Floraes,Rafael juntamente com Beatriz,  Tatiane e minha mãe tinham preparado uma surpresa, mensagens de boas vindas estavam espalhadas pela casa. Além de mensagens mandadas pelos meus fãs.

Todos entraram em minha frente.  E quando entrei gritaram.

— Sejam bem Vindas!

Logo notei que minha casa estava diferente. Olhei para a minha mesinha de trabalho e as fotos do THEO não estavam mais lá. Respirei fundo já me sentindo incomodada.

Pela sala outras fotos do meu filho, foram tiradas. Não havia nenhuma. Comecei a ficar aflita. 

— O quê foi Isadora? Tá se sentindo mal?Perguntou Beatriz.

Corri pro quarto do Theo afim de encontrar as fotografias, me assustei, as paredes estavam pintadas de rosa, Rafael tinha reformado e nem sinal das coisas do Theo, nenhuma foto mais estava na parede,  então entrei em surto e tivemos uma feia discussão.

— Não. O quê você fez aqui? Eu disse gritando e andando pelo quarto!

  —  Por que está rosa? Cadê as fotos do Theo? o que vocês fizeram aqui?  Eu disse gritando!

— Calma meu amor.
—Calma filha.

Rafael disse esse calma tentando me abraçar. 

— Me solta... Cadê? Cadê as coisas do Theo? Cadê as fotos? Cadê o quarto do Theo?

— Eu tirei as fotografias achei que fosse melhor.

— Você está louco? Quer apagar a memória do meu filho? Você acha que vou esquecer ele e me contentar com essa menina aí. Cadê as coisas? Cadê as coisas do Theo? Cadê as coisas do meu filho?

—Filha calma, só tentamos te ajudar.

—QUE DROGA. JÁ DISSE QUE NINGUÉM PODE ME AJUDAR.

Sai do quarto e voltei pra sala comecei a jogar tudo que via no chão, todos se assustam e Rafael orienta Tatiane.

  —  Tati sai um pouco daqui com a Laura, sai!

Assustada Tati sai de casa, sem saber mais o que fazer!

Beatriz minha mae e Rafael tentam me acalmar, mas eu não permitia nem que eles tocassem em mim!

—  Me solta! E andava por toda casa gritando:

—  Cadê as coisas do meu filho? Vocês estão loucos! 

 Entrei novamente no quarto que era do Theo e que foi todo adaptado para Laura e baguncei tudo, gritando dizendo que não queria aquela criança.

— Eu não quero essas coisas rosas. Eu não quero uma filha.  Eu não quero essa menina. Vão embora todos vocês da minha casa.  

A cena foi assustadora, Rafael tentava me controlar, mas eu só batia nele e derrubava tudo que via, estava com muito raiva. Demorou muito para que eu conseguisse me acalmar.

Rafael trouxe uma caixa com fotos e alguns brinquedos do Theo e só assim eu me acalmei peguei a caixa sentei no chão e comecei a olhar e abraçar as coisas dele, chorando eu dizia:

— Filho a mamãe te ama! Estou com muita saudade!

Gratidão pela leitura.

DEPOIS DAQUELE DIAOnde histórias criam vida. Descubra agora