Na manhã seguinte, fui para sessão com psiquiatra e com a psicóloga. Tatiane ficou com Laura em casa.
Foi a primeira vez que sai sozinha depois de tanto tempo. Fui apreensiva com medo de que acontecesse alguma coisa, mas deu tudo certo. Cheguei Feliz em casa.
—Tati, deu tudo certo. Eu consegui sair de casa sozinha e sem surtos.
—Eu fico tão feliz Isa. Você vai ver cada dia ficará ainda melhor e mais segura.
—Sim as sessões estão me ajudando muito. Agora vou para o meu melhor remédio vou ficar com a Laurinha.
Danielle de fato não voltou naquela noite, mas pela manhã do dia seguinte.
—Filha? Tá tudo bem? Vocês voltaram?
—Tá tudo bem mãe e não a gente não voltou.
— Não quer me contar como foi?
—Não, mãe. Não quero.Francês interrompeu:
—Já sabe que por nós, você está livre para viver seu amor com ele. Nós só queremos a sua felicidade filha.—Obrigada Pai.
Mais tarde me tranquei no quarto para que Rafael tivesse seu tempo livre com Laura, já fazia uma semana que eu não o via, estava com saudades mas sabia que era melhor não me encontrar ele.
Porém naquele dia não teve como, Rafael e Tatiane conversavam:
—De mais Tatiane, tá tudo bem? Isadora está bem?
—Sim ela está bem sim. Ah pediu que eu falasse com você, ela quer ir passar uns dias na casa da mãe dela.
—Ah é? E eu fico com Laura?
— Não, não ela vai levar a Laurinha.—O quê? Que absurdo é esse?claro que não, não permito isso.
Rafael falou irritado.
—Mas por quê?
—Como por que Tatiane? Primeiro que eu não quero ficar longe da minha filha e segundo que Isadora não tem condições de fazer viagem nenhuma. E terceiro que ela que deveria vir conversar comigo sobre isso, não mandar você. É uma infantilidade hein...—Mas Rafael não tem com o que se preocupar eu vou também.
—Ah tá! E eu vou ficar longe da minha filha? Cadê a Isadora?
Falando isso Rafael seguiu o pequeno corredor da "nossa casa" e parou na frente da porta do meu quarto, gritando:
—Isadora? Venha falar na minha cara os seus planos. Não é porque vamos nos separar que você pode ficar mandando recadinho pela Tatiane.
Refletindo que ele poderia ter razão, ficamos por alguns segundos calados cada um de um lado da porta e Tatiane na sala sem saber o que fazer.
Até que abri a porta e nossos olhares se cruzaram. Ele de fato abatido e eu estava igual.
— O quê você quer Rafael? Perguntei com a voz calma e ele se acalmou também. Porém nossa conversa parecia de duas pessoas estranhas, sem intimidade nenhuma.
— Que história é essa de viajar com a Laura?
—Eu preciso visitar a minha mãe. Ela tá muito estranha e ausente e eu também preciso sair um pouco desse apartamento. Será bom pra distrair a mente.
— Por acaso você acha que tem condições disso? Até ontem mal queria sair na rua?
— Tenho. Estou em tratamento já falei com a minha psicóloga e ela disse que poderia ser muito bom sim.—Era só o que faltava. Foi só começar com essa história do divórcio que você conseguiu fazer tratamento e agora já quer até viajar? Tô vendo que era eu que atrapalhava sua vida hein?
— Não é isso. Tudo tem o seu tempo, tudo que passei me fez perceber muita coisa.
— Como por exemplo que não me ama mais né?
—Como por exemplo que você não me ama mais, que eu estava sendo um peso pra você.
—Ah Isadora de novo isso? Agora a culpa é minha? Tudo que fiz por você, toda paciência do mundo que tive pra você falar isso? Na boa, você é muito ingrata isso sim.
— Pois é...Tanto esforço que você fez né Rafael? Até não aguentar mais e me internar numa clínica psiquiatra só pra se ver livre de mim.
—O quê? Coloquei você lá para o seu próprio bem.
—Ah é? E eu quase morri lá.
—Como eu poderia imaginar? Repito só coloquei você lá para o seu próprio bem.
—MENTIROSO
Falei exaltada e ele se exaltou também. .—Olha Isadora, não quer acreditar não acredite. Mas eu não vou deixar você viajar com Laura. Não confio em você.
—O quê? Por acaso você acha que colocaria a vida da minha filha em risco?
— Propositadamente não. Mas você mesmo sabe que quase a deixou cair. E mais você tá desequilibrada. Planejava sumir e abandonar a gente. Não confio em você. E se sumir com a minha filha?
— Isso é um absurdo. Realmente fiz bem em me separar. convive comigo há anos e ainda não conhece o meu caráter? Eu não faria isso. Só quero visitar a minha mãe e voltar.
— Pois vá e deixe Laura comigo.
—Como você e Beatriz né? Não mesmo, pois agora sou eu que não confio em vocês.
—O quê você tá falando? Tá louca mesmo.
—Não me chama de louca -Gritei
Você é um falso Rafael.—Me chame do que você quiser Isadora. Mas você não vai viajar sozinha com a minha filha. Tá ouvindo? E se você for escondida eu vou atrás de vocês.
— Para Rafael. Se fosse pra ir escondida eu já tinha ido. Agora chega não aguento mais conversar com você. Vai embora da minha casa. Tô vendo que a melhor decisão que eu tomei foi escolher a separação.
—Quer saber de uma coisa Isadora?
Eu também acho. Tchau.Dizendo isso ele saiu e eu soltei o choro que estava prendendo, que neste dia era de pura raiva.
—Ai que Raiva Tati. Que ódio.
—Calma Isadora. Separação é assim mesmo. Vocês dois estão com as emoções a flor da pele.
—Você viu como ele me tratou? Como falou comigo?
—Vocês estavam nervosos. Calma, vai ficar tudo bem.—Viu? Nós não tínhamos mais condições de estarmos juntos. Rafael pensa o pior de mim.
—Calma Isa.. Vocês estavam nervosos não leve tudo em consideração.
Espera passar mais uns dias e você tenta ver a possibilidade de visitar sua mãe.—É vou ter que adiar isso por enquanto. Mas sabe eu tô ansiosa para ver minha mãe, porém confesso que viajar com Laura me causa pânico ainda.
—Normal tudo isso, Isadora.
—Você é um anjo Tati, não fosse você na minha vida eu não sei como seria.
—Imagina Isa. Você sabe que pode sempre contar comigo.— Estou tão Cansada Tati. Vou tomar um banho e descansar. Aproveitar que Laura já pegou no sono.
—Bom descanso Isa. Amanhã será um bom dia, acredite.
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DEPOIS DAQUELE DIA
غموض / إثارةTudo que aconteceu DEPOIS DAQUELE DIA é contado por Isadora Vasconcelos uma famosa escritora que assumiu o desafio de escrever sobre a tragédia que mudou completamente sua vida; a perda de seu filho de apenas dois anos. Um acidente de carro fatal, q...