51- Mais um dia

14 5 0
                                    

— Bom dia Tatiane. Dormi aqui sim.
Na cama e Rafael no sofá ok?Eu e Rafael somos amigos há anos. Dormi aqui para caso ele precisasse de ajuda com a Laurinha e para dar apoio. Apenas isso. Não imagine besteiras em sua cabeça. Tá bom?

—Bom dia Tatiane, entre! Estamos terminando de tomar café, vou visitar Isadora, saber como ela está; Laura está enjoada, acho que está sentindo falta da mãe.

— É eu tentei brincar com ela, mas parece que ela tá sentindo falta da mãe mesmo.  O que é bom né? Sinal que ela não sentiu essa rejeição da Isadora e sente carinho pela mãe. 

—Sim. A Laurinha gosta muito da mãe. Vem Laura com tia Tati.

—Já vamos indo Tati ! Tenha um bom dia.

Rafael dá um beijo em Laura e Tatiane fica confusa.

—Ai Laurinha você também não gosta dessa tia Beatriz? Será que eu tô exagerando?

Na casa dos Muniz Murilo conversa com Dona Ângela.

—Murilo você queria conversar comigo acabamos não conseguindo nos desencontramos tanto essa semana. O que era?

—Ah a senhora conhece a escritora Isadora Vasconcelos?

—Sim conheço e o filho dela morreu no mesmo acidente que Mariana.

—Isso. Então ela quer escrever um livro sobre tudo que aconteceu depois do acidente. Mas ela não quer contar só o luto dela, mas de todos que perderam alguém que ama, naquele dia. Ela pediu minha autorização e queria conversar com a senhora sobre isso também.

—Ah. Bom imagino que o objetivo do livro Seja ajudar as pessoas que estão passando pela mesma dor. Eu vou ver com Francês e Danielle. Mas por mim eu toparia sim. Dê um retorno para Isadora.

—Sim. Eu dou um retorno. Mas parece que a dona Isadora não está Muito bem, ontem ela foi internada parece que teve um surto psicotico.

—Nossa coitada. Imagino que não esta sendo fácil para ela. Como dói perder um filho. 

—É...Mas qualquer novidade te comunico.

—Obrigada Murilo, eu vou rezar pela Isadora para que ela encontre a paz.

No hospital psiquiátrico eu não quis receber a visita de Rafael e ele ficou arrasado.

— Como assim doutor é melhor não vê-la?

—Isadora está em fase de adaptação a clínica, ela tá respondendo bem, parece estar aceitando. Apesar de ficar calada e chorar muito. Mas ela precisa sentir que aqui não é uma prisão e que as vontades dela, medida do possível serão respeitadas. Ela disse que não quer encontrar o senhor. Não vamos forçar.

— Mas quanto tempo ela vai ficar aqui?

—Não sabemos dizer, depende muito dela. Mas não teve nenhum surto desde que chegou. E isso é bom!

—Entendi. Eu volto amanhã então, até que ela aceite minha visita virei todos os dias.

Beatriz interrompe e pergunta:

— Doutor e eu? Posso visita-la?
—Vou pedir para enfermeira perguntar se ela aceita sua visita.

Alguns minutos depois o médico libera a entrada de Beatriz.

—Isadora, minha amiga. Como você está se sentindo?

Eu estava deitada, olhos inchados de tanto chorar e tonta; pelos medicamentos.

—Estou destruida Beatriz.
—Você vai melhorar minha amiga, aqui vão cuidar de você e logo voltará pra casa.

—Como está a Laura?
—Ela está bem. Tatiane está cuidando e Laura está sentindo sua falta. Fica Boa logo pra cuidar da sua filha.

—Beatriz você acha que estou louca?
—Não. Claro que não. Só acho que está doente.

—Você pensa o mesmo que Rafael né?
—Sim e nós amamos você. Aliás ele está lá fora querendo te ver, ficou triste que você não permitiu a entrada dele.

—Não quero que me veja assim e não vou perdoar Rafael por ter me internado aqui. Eu já falei isso pra ele.

—Quando você melhorar, que será logo.  Agradecerá.

— Nunca mais vou melhorar. Aliás quero mesmo perder o juízo de vez e esquecer tudo que aconteceu.

— Não fala isso minha amiga. Rafael e Laura esperam por você.  Agora preciso ir que acabou meu tempo. Eu tentarei vir mais vezes e Tatiane também quer vir. E sobre Rafael repense você sabe que ele te ama. Não quer mandar algum recado para ele?

—Diga pra ele não voltar mais.

—Mas..Isadora
—Esse é meu recado Beatriz. 

Quando Beatriz saiu, Rafael lhe aguardava ansioso.

— E aí como ela está? Ela vai aceitar me ver? O que ela falou? Eu posso entrar?

—Calma Rafael, eu sinto muito. Mas ela não quer te ver e até pediu para você não voltar mais.

—Eu não acredito. Quando tudo isso vai passar Beatriz? Não aguento mais.

—Calma. Tudo vai melhorar. Você também precisa se cuidar para não ficar doente também.

Na noite naquele dia, eu estava com dor na alma. Devo realmente estar depressiva, não aguento mais sofrer tanto. Lembro-me de Laura a idéia de conseguir viver bem e feliz com a minha filha, era algo que eu estava começando a querer viver. Mas minha esperança durou por pouco tempo.

Naquela tarde Murilo chega em casa e se depara com a fúria de seu primo que o empurra e já fala:

—Ia esconder de mim, por quanto tempo seu fura olho?

— Calma bruno, que isso?

—Que isso? A fúria de alguém que foi passado pra trás pelo próprio primo.

—Do quê você está falando?
—Não se faça de desentendido estou falando do seu namoro com a Tati.  Você sabia que eu gostava dela.

—Que nada, você só estava interessado, não era nada sério, você é cheio de ficar com as meninas.

—Quem é você, pra dizer dos meus sentimentos Murilo? Você é um ingrato a gente te aceita aqui em casa como alguém da família,como meu irmão e olha como você me trata.

—Para de misturar as coisas Bruno,  não tem nada haver.

—Não tem nada haver? Você é um egoísta Murilo.  Especialista em brincar com os sentimentos da pessoa. Vê se não brinca com os sentimentos da Tati e comigo não fala mais.

— Não fala mais? Que infantilidade Bruno?

—Infantilidade? Só não falso que nem você Murilo.

Dizendo isso Bruno saiu e Murilo foi ao encontro de Tatiane.

— Oi Tati como você está meu amor?
— Muito triste. Nunca tinha ficado sem Isadora em casa, estou tão triste por ela.
— Eu imagino amor.
—E você o que têm?
—Briguei com meu primo.
— Por quê?
— Ciúmes. Mas não vamos falar sobre isso. 
—Ciúmes de mim?
—Não vamos falar sobre isso eu não tô afim.
—Ai aí. Tá bom, mas depois a gente precisa conversar sobre isso.
—Tá bom. Amanhã eu não vou trabalhar. Posso ficar com você na casa da Isadora para você não se sentir tão sozinha.
—Ah que bom amor. Sim, pode ir pela manhã. 
—Combinado então e depois precisamos marcar para eu conversar com seu pai.
—Sim. Ele está esperando.

Naquel noite na casa dos Muniz tudo estava caminhando bem, Danielle estava melhor e no jantar Sonia lhe dá uma notícia. 

— Danielle. O Fábio voltou hoje do exterior.

—Quem disse isso, Sônia? Como sabe que ele voltou? Pergunta Danielle.

—Ele ligou menina, pediu para avisar. Deve querer tentar voltar com você.

—Entendi. A gente precisa mesmo conversar. 

—Filha, me diga de uma vez por todas, o que aconteceu entre você e Fábio? Você o ama? Como está essa relação? Como foi?

—Mãe, se contente em saber que a minha história com Fábio ainda não terminou. 

DEPOIS DAQUELE DIAOnde histórias criam vida. Descubra agora