70- PRIMEIRA AUDIÊNCIA

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No dia seguinte pela tarde recebi uma ligação de Danielle:

— Alô Isadora é você?
—Sim. Quem é?

—Sou eu Danielle.

Me Assustei quando ouvi seu nome.

—Oi Danielle posso te ajudar em alguma coisa?

—Eu não falei pra você ficar longe do Fábio? E ainda assim me deparo com fotos de vocês pelo Shopping. Você acha que eu tô brincando Isadora? Vai pagar pra vê?

—Não.  Desculpa e na verdade. Ele tá me ajudando com a guarda da...

—Não interessa, que seja a última vez que você sai com ele, se isso acontecer novamente eu não vou te ligar, vou agir. E você poderá se arrepender amargamente. Passar bem.

Assim Danielle desligou e eu fiquei com a angústia desse segredo e sem saber se deveria contar para alguém ou não. Mas de uma coisa eu estava decidida após a audiência pela guarda de Laura eu não ia querer nenhuma aproximação com Fábio.

Passado mais alguns dias, enfim chegou o dia da primeira audiência pela guarda de Laura.

O juiz pediu que eu falasse as razões pelas quais gostaria de ficar com a guarda. E Rafael tinha que fazer o mesmo. Começou por ele, por ter sido ele quem pediu guarda.

—Eu quero a guarda de minha filha Laura porque não acredito que Isadora tem condições mentais para dar segurança que uma criança necessita. Também quero minha filha comigo, por sentir falta dela. Isadora  renegou muito nossa filha no início e quem cuidava dela era a babá e eu, com isso me apaguei ainda mais a  Laura. Pois por muito tempo fiz papel de pai e mãe dela. Sei que será melhor e mais seguro ela vir morar comigo.  Por isso peço senhor Juiz que me conceda a guarda de Laura. 

Após Rafael, era minha vez de falar.

— Senhor Juiz reconheço que errei com Laura no princípio, tive uma depressão profunda pela morte do meu filho Theo.  Com isso sofri pra me adaptar a cuidar de Laura. Mas desde os seus oito meses comecei a cuidar dela. Hoje ela está prestes a completar dois anos e eu a amo, ela é tudo pra mim. Laura é o meu remédio. Estou preparada para continuar cuidando dela. Ao princípio quando eu sentia que poderia ser um risco pra ela eu mesmo não queria aproximação, justamente para proteger minha filha de mim mesma.. Mas agora eu me sinto segura para cuidar dela. 

Beatriz foi a segunda a falar:

—Acompanho eles há muito tempo e afirmo que desde a morte do Theo, Isadora não é mais a mesma. Ela negou Laura desde o nascimento. Já na volta da maternidade surtou quando chegou em casa. Negou tratamento e só foi piorando emocionante. Ao princípio mau olhava para a menina. Com isso Rafael assumiu as responsabilidades nem ao pediatra ela queria ir. Mas o pior foi quando ela quase deixou Laura cair quando ela tinha meses e depois quando por um surto ela saiu e deixou a menina sozinha. Quando cheguei na casa dela Laura chorava muito de tão assustada e Isadora estava do lado de fora, em surto.  Isadora foi internada. Mas por um incêndio ela saiu sem receber alta do hospital. Sabemos que ela está em tratamento, mas ainda não está curada e não confiamos que ela possa dar a segurança e cuidado que Laura necessita. Ela tem constantes crises de choro e medo do mundo, medo de sair. Pra gente é uma aflição, Isadora pode surtar a qualquer momento.

Juiz: Você presenciou alguma crise recentemente?

—Constantemente ele tem crises de Choro, anda sempre nervosa, e stressada o que sabemos que não faz bem para uma criança. Ela surta se a gente demora um pouco pra voltar com Laura.  Sem contar que ela nem Gosta que a gente saia com a menina.

Eu escutava tudo com muita tristeza e raiva, meu advogado me aconselhou a não interromper nem brigar. Eu precisava demonstrar que tinha controle emocional.

DEPOIS DAQUELE DIAOnde histórias criam vida. Descubra agora