"Essa dor não é dor de luto, essa dor é uma dor sem nome".
IsadoraHá um ano atrás neste horário em que escrevo essas linhas, meu filho Theo ainda estava vivo correndo pela casa, ao lembra-me disso consigo escutar seus passos e o barulho da sua gargalhada quando eu comecei a correr atrás dele para descermos, pois meu motorista Marcelo já estava me esperando.
Como eu queria poder voltar no tempo e ter ficado ali, em casa, com o meu menino. Ao descermos ele cumprimenta nosso porteiro, como era educado! Tatiane se lembra desse dia e das várias vezes que teve contato com Theo! Como todos que o conheceram ela descreve o Theo como o menino do sorriso encantador.
Ofereço colo pra ele, ele nega e vai para o carro, onde encontra um pirulito e começa a sua festa!
E eu depois de tirar algumas fotos, início meu último bate papo com Marcelo.No meu desespero pelo Theo quase não me lembrava de Marcelo, mas hoje que completa um ano lembrei-me da nossa última conversa, ele falava da Luíza da faculdade dela, como Marcelo era um bom homem é uma pena não ter vivido para ver a filha se formar. Lembro- me de quando desci do carro, tentei acordar o Theo e ele estava em um sono profundo, neste um ano, já ouvi algumas pessoas me falarem, "era o destino dele", "tinha que ser assim", não sei se acredito nisso, não consigo me livrar da culpa de te-lo deixado lá. Dei um beijo em sua testa sem imaginar que seria a última vez que o daria.
Aí que saudade do Theo, doí todos os dias não ter meu filho aqui. Lembro-me que entrei ansiosa pra pegar o resultado do exame de gravidez, senti um mal estar, talvez da gravidez, mas na verdade já persentia que algo de ruim estaria para acontecer, pego o resultado e coloco na bolsa!
O sol estava quente o dia estava lindo. Aquele dia não sai da minha cabeça. Eu estava em frente ao hospital eles estavam tão perto de mim eu não poderia imaginar o que ia acontecer, avisto Marcelo vindo, olho o Theo na cadeirinha no banco de trâs ele ainda estava dormindo, nos meus lábios um sorriso de tanta alegria, por ver o theo dormindo como um anjo e por imaginar que poderia ter mais um filho(a), mas esse sorriso se desfez rápido o farol abriu eu já vi um carro vindo em alta velocidade e o que eu temia ali em segundos aconteceu ele atingiu o carro onde estava meu filho.
O carro estava em alta velocidade capotaram os dois, eu gritei com tanta força o nome do Theo e corri, os carros já estavam saindo fumaça vi o Theo cheio de sangue não tive forças, desmaiei.
Me contaram que uma ambulância chegou rápido ao local e todos foram levados ao hospital, inclusive eu, que raiva que fiquei de mim mesma por ter desmaiado, mais uma para dar trabalho, mas soube que me deram um calmante por isso só fui acordar uma hora depois já no hospital com Rafael e Beatriz ao meu lado.
Quanta raiva senti de Beatriz quando ela disse: O Theo Morreu. Depois mais um calmante. Necrotério. Velório. Enterro. Hoje que completa um ano sinto mais ainda a dor daqueles dias. Sinto tudo novamente, sinto tudo isso, todos os dias, 24 horas por dia.
Hoje Rafael não foi trabalhar também não teria condições, choramos muito ao acordar e nos abraçamos, nada poderíamos falar um para o outro. Tatiane ficou com Laura enquanto nós dois fomos ao cemitério levar flores para o nosso pequeno, que dor, que saudade dele, que vontade de apenas um abraço, saudade de sentir meu filhos em meus braços. A dor não foi embora ela sempre estará aqui e tenho que me acostumar a viver com ela.
Que dia infeliz que eu fui sair do aconchego da minha casa!
Um ano se passou e eu não me acostumei com essa dor, as vezes nem acredito que já se passaram 365 dias sem ele, tudo me lembra o Theo e a saudade aperta o peito de uma maneira que nem sei dizer, essa dor não é dor de luto, essa dor é uma dor sem nome.
Neste dia começo a pensar como estaria os outros familiares, Luíza, como estará? E a família Muniz? Que sofreu também na dúvida se o próprio motorista poderia ter armado o acidente e mesmo não sendo ele foi o ex namorado da filha o tal Pedro que está preso e continua se dizendo inocente.Daniele que tentou suicídio recentemente? Como será que eles estão? E o Murillo ? Que sofreu tanto a repercussão do pai ser suspeito do crime.
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DEPOIS DAQUELE DIA
Misteri / ThrillerTudo que aconteceu DEPOIS DAQUELE DIA é contado por Isadora Vasconcelos uma famosa escritora que assumiu o desafio de escrever sobre a tragédia que mudou completamente sua vida; a perda de seu filho de apenas dois anos. Um acidente de carro fatal, q...