[ capítulo narrado por Tatiane]
Aflita eu perguntei mais uma vez:
—Alô? Isadora? É você?
—Tatiane, sou eu. Mas não fale no meu nome. Eu preciso conversar com você. Só com você.
—Graças a DEUS! Nossa...que bênção. Onde você está? Como você está?— Minha Querida, eu preciso que você me encontre aqui próximo, na igreja do bairro, preciso conversar com você, mas não conte para ninguém entendeu? Nem pro Rafael nem pro seu pai, nem pro Murilo para ninguém. Pegue Laura e venha. Aqui te explico.
Fiquei assustada com a fala da Isadora, ela pediu que eu levasse algumas coisas em uma bolsa pequena e assim que peguei tudo sai com a pequena Laura. Sem contar para ninguém onde ia.
Ao chegar na igreja encontro Isadora:
—Isa, falo abraçando -a. Graças a Deus. Como você está?
—Muito mal tati, me deixa segurar a Laura um pouco.Isadora abraçou a Laura e pediu perdão.
—Me perdoa filha, se a mãe te assustou me perdoa, me perdoa por não ser a mãe que você merece.
—Não fique assim Isadora. Já passou. Tá tudo bem.
— Tati, você é a única pessoa que confio, escute bem! Eu vou embora e preciso da sua ajuda e discrição, eu confio em você pra guardar esse segredo.
—O quê? Como assim?
—No hospital pensam que morri, Rafael também pensa que morri, enquanto fazem os exames eu ganho tempo para fugir daqui e minha morte sempre será um mistério, não quero que Rafael saiba nada sobre mim, vou desaparecer, me cuidar em outro lugar, não aguento mais viver aqui. Deixo Laura em seus cuidados e do de Rafael. Não posso leva - lá agora e nem tenho condições de cuidar dela. Mas por favor não abandona a minha filha.—Não! Isa você não pode fazer isso, Rafael está tão angustiado, ele vai sofrer muito e a Laura...
—Não ele não vai sofrer, vai passar, ele tem a Beatriz.
—Mas você é a mulher dele.—Sabe Tati, hoje quando cheguei perto do condomínio, pensando ainda se entrava eu vi Rafael e Beatriz se beijando na portaria. E isso me doeu muito, veja, ele acha que morri ontem e já está assim, logo ficará ótimo, eu estou sendo um peso para ele.
—Não! Não fala assim Isa, me parte o coração ver você chorando desse jeito, sinto muito por você ter visto isso, eu confesso que também vi pela janela. Mas olha essa Beatriz que beijou Rafael mas ele ama você, você não pode perder seu marido para essa falsa.
—Nem sei se eles estão tendo um caso há tempos, mas Tati confio em você, minha decisão já está tomada.
—Ai eu nunca gostei dessa Beatriz. Mas com dor no coração acho que eles tem um caso sim.
—Você sabe de mais alguma coisa?
—Ela dormiu lá no dia que você foi internada. E no dia seguinte estava fazendo massagens no Rafael.—Não acredito! Perdi meu marido Tatiane. Me dói saber que ele me traiu, sei que não estava sendo fácil pra ele, mas não esperava uma traição nem que me internasse nesse hospital.
—A internação foi idéia da Beatriz ela colocou essa idéia na cabeça dele.
—Rafael é bem Grandinho Tatiane. Ele sabia o que estava fazendo. Devem ter planejado me internar para se verem livres de mim. Foi o modo mais simples que encontraram. Eu não quero vê-los nunca mais, Tatiane.
—Ah Isa! EU sinto tanto!
Talvez um dia eu volte, pela minha filha, mas por agora eu vou embora. Irei para o Rio de Janeiro não quero gastar muito indo pra longe. Lá pensarei no que vou fazer.
Nos Abraçamos e choramos muito, Isadora me disse que mais tarde iria para a rodoviária não queria gastar muito indo de avião, nem ser vista em aeroporto.
— Vá com Deus Isa, o que precisar pode contar comigo.
— Obrigada meu anjo, só peço que cuide da minha filha.
Fui para casa sem saber o que fazer, que peso é aguardar um segredo desses. O que eu faço?
Em pouco tempo Rafael chega em casa, inchado de tanto chorar. Graças a DEUS ele não estava com a falsa da Beatriz, acho que não aguentaria olhar pra ela.
Desanimado ele diz que não tinha nenhuma novidade e nem esperanças.
— Nenhuma novidade Tatiane. Nenhum sinal da Isadora.
Eu não ia suportar tudo isso,lembrei do meu pai falando: A verdade, somente a verdade doa a quem doer.
Quebrando a confiança de Isadora eu falo.—Rafael ela está viva, ela entrou em contato comigo.
—O quê? Como, como assim?
—Ela está viva, mas indo embora, neste horário deve estar chegando na rodoviária ela não queria que eu te contasse.—Vamos Tatiane, vamos agora mesmo atrás da Isadora.
Peguei Laura e saímos, no caminho fui explicando que Isadora estava bem, mas que queria ir embora se cuidar em outro lugar,não falei nada sobre o beijo, não sei se o que fiz foi certo, mas já estava feito.
Quando chegamos na rodoviária o ônibus para o Rio de Janeiro tinha saído a poucos minutos.
— Droga, já saiu o ônibus Tati e agora?Enquanto Rafael chorando pensava no que poderia fazer.
Laura solta em alto e bom tom.
—Mamãe!
De fato, Isadora vinha ao nosso encontro, Rafael a abraça e a beija, Isadora ignora e em prantos pega Laura nos braços e diz:
—A mamãe voltou porque descobriu que ama você, Laura. Eu não poderia te deixar. Te amo filha! E dizendo isso abraça a pequena Laura.
Rafael então a abraça e diz:
—Nós te amamos. É um milagre estar viva. Graças a Deus.Todos nós fomos para o carro e o caminho foi silencioso, Isadora chorava silenciosamente e abraçava Laura a todo instante.
—Isadora me desculpa quebrar sua confiança.
—Não se preocupe Tati. Eu não ia embora mesmo ia acabar voltando pela Laura.
—Eu estou muito feliz por você está de volta.
E Rafael dirigindo também fala:
— Eu então. Você não imagina o quanto sofri por imaginar que você tinha morrido meu amor.
Isadora nada respondeu, quando chegamos no apartamento deles:
Rafael abraça Isadora, em seguida tenta beija - lá, mas ela não permite.
—O quê foi meu amor?
— Tati leve a Laura preciso conversar com Rafael.
Assim Rafael e Isadora ficaram sozinhos.
—Meu amor, você não imaginava o quanto eu sofri pensando que tínhamos perdido você. Eu te amo!
Isadora se afasta e diz :
—Rafael, eu quero o divórcio!
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DEPOIS DAQUELE DIA
Mystery / ThrillerTudo que aconteceu DEPOIS DAQUELE DIA é contado por Isadora Vasconcelos uma famosa escritora que assumiu o desafio de escrever sobre a tragédia que mudou completamente sua vida; a perda de seu filho de apenas dois anos. Um acidente de carro fatal, q...