Eu soprei para o ar, porque estou farta que me dê ordens, mas ao mesmo tempo, há alguma coisa que me compele a fazer o que ele manda.
"É suposto eu ficar onde? Estás a ocupar o sofá todo."
Ele sorriu e levantou a manta que o tapava.
"Aqui..."
"Em cima de ti?" Franzi a testa.
"Porque não? Até parece que nunca estiveste em cima de mim antes..." Eu encolhi os ombros, como quem não se importa, e deitei o meu corpo nu sobre o dele.
Fiquei com o queixo apoiado no seu peito, a olhar para ele, que entretanto acendeu um cigarro e está a fumá-lo de olhos fechados.
"Eu nunca detestei tanto ninguém na minha vida... Tu és desprezível, Turner." Abanei a cabeça negativamente, a tentar perceber a razão de ter acabado de fazer o que fiz.
"Saí." Disse, a apagar o cigarro no cinzeiro que estava no chão ao seu lado.
"O quê?"
"Saí de cima de mim." Por momentos achei que me estava a mandar sair de casa... ele é bem capaz disso.
Eu saí e ele atirou-me a manta com que estávamos tapados, enrolei-me nela enquando ele arruma as almofadas do sofá.
"Eu posso chamar um táxi e ir-me embora."
"Não." Respondeu sem olhar para mim.
"Não era pergunta. Eu estava a dizer que posso."
"Mas não podes." Pegou em toda a roupa espalhada pelo chão da sala. "Lá para cima."
"Não, a sério. Eu vou apanhar um táxi e ir para casa, é melhor. Dá-me as minhas roupas."
"Para cima!" Levantou a voz. "Já!"
"Pára com isso!" Levantei o meu tom também. "Para de mandar em mim com se eu te pertencesse, porra!"
Ele não respondeu. Nem sequer olhou para mim. Apanhou a última peça de roupa e dirigiu-se às escadas.
"Tens cinco minutos para estar na minha cama, Sugar." Disse, sério e subiu as escadas. E o filho da mãe levou as minhas roupas para cima. Sentei-me no sofá a pensar para mim mesma o quanto eu odeio este filho da puta e o quão feliz vou ficar quando sair daqui e nunca mais pôr cá os pés. "Tic tac..." Ouvi-o dizer lá de cima. "Tens dois minutos."
"Se não o quê?" Perguntei alto, para que ele ouvisse.
"Se não vou-te buscar. Tic tac." Eu não me mexi do sofá, sempre quero ver o que é que ele vai fazer. Passado dois minutos ouvi os seus passos pelas escadas. "Estás a pensar em ficar aqui a noite toda?"
"Não. Estou a pensar em apanhar um táxi para me ir embora, mas um filho da puta não me devolve as minhas roupas."
"As tuas roupas estão muito bem guardadas, e até amanhã de manhã vão continuar onde estão. Agora sobe! À minha frente! E de preferência sem manta..." Deixou escapar um sorriso descarado.
"Posso dormir no quarto da Jules, como da outra vez?"
"Dormir podes... mas nós não vamos dormir agora, Sugar. Por isso vais para o meu quarto." Puxou o meu braço para eu me levantar do sofá e chocar no seu corpo. "Preparada para a segunda dose?" Sussurrou no meu ouvido.
Eu soltei o meu braço e voltei a sentar-me no sofá.
"Não vai haver segunda dose, e nem sequer devia ter havido a primeira!" Levantei a voz. "Tu não podes achar que fazes sempre tudo o que te apetece, Turner."
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Rule Breakers
Romance- Ele: Kevin Lucas Turner, apenas Kev para os amigos, e apenas Turner para quem não o conhece. Muitos fazem trocadilhos com o seu apelido - Turner: Para as miúdas do bairro "Such a TURN on"; para os professores "TURNS everything into trouble" ; em c...