"Apaguei..."

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Ponto de vista da Nat

Acabei de fazer o teste de cálculo e sinto que passei o tempo todo a olhar em volta na sala, a tentar vê-lo nalgum lugar... eu não acredito que aquele filho da puta nem teve a decência de vir fazer a merda do teste!

"Olá, pequena... como correu o teste?"

"Bem... eu acho."

"De novo com essa carinha?" Suspirou. 

"Estou normal." Tentei forçar um sorriso. 

"Anda... hoje vamos a um lugar novo." Sorriu e entrou no carro. Eu entrei no também e ele arrancou. Encostei a cabeça à janela e fechei os olhos. "Ainda estás assim por causa daquilo que me contaste dos teus pais?"

"Não sei... talvez. Onde é que vamos hoje?"

"Surpresa..." Abriu um sorriso. 

"É impressão minha ou estamos a ir para South Side?" Franzi a testa a olhar para o caminho.

"Estamos... eu quero mostrar-te que nem tudo é mau por lá. Mas se preferires não ir podemos ficar aqui no centro."

"Não... Podemos ir. Eu não me importo."

Ele estacionou em frente a um café. Saímos do carro, vesti o meu casaco e dirigimo-nos à entrada. Sentámo-nos numa mesa perto da porta e fizemos os nossos pedidos. Vi-o entrar... olhou para nós. O Hunter não reparou porque está de costas para a porta. 

"Está tudo bem?" Franziu a testa. 

"Sim, está tudo ótimo..." Sorri. 

Ele ficou encostado ao balcão, de costas para nós. 

"Então Kev, o que vai ser hoje?" A senhora que estava ao balcão perguntou. 

"Quero levar um bolo para a Jules, ela trouxe um Excelente a matemática... mas estou indeciso." Soltou uma risada. 

"Ela gosta de morango?" 

"Adora."

"Então porque é que não levas um muffin de chocolate com pedaços de morango?"

"Sim... boa ideia. E já agora, pode arranjar-me um café?" 

"Claro, meu querido..."

"E uma bebida forte a seguir, por favor."

"Não vais trabalhar hoje?"

"Vou, mas só uma bebida não me vai fazer mal."

Ainda não consegui ultrapassar o facto de ele não ter aparecido para fazer o teste... o que é que ele pensa da vida? Que a escola se faz sozinha? 

"Nat?" O Hunter chamou a minha atenção.

"Sim?" Levantei os olhos da minha chávena para olhar para ele. 

"Estás bem? Estás a olhar fixamente para a chávena há quase cinco minutos e ainda não lhe tocaste."

"Desculpa... estava só a pensar..."

"Pensar em quê?"

"Nada em particular. Estava com a mente dispersa." Dei o primeiro gole no meu chá. 

"Então, eu estava a pensar que a seguir podíamos ir para minha casa... afinal eu já estive na tua, acho que também mereces conhecer a minha, o que achas?" 

"Eh... não sei... não vou icomodar?"

"Claro que não, eu vivo sozinho, quem é que podes icomodar?" Soltou uma risada. 

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