Peguei-lhe na mão para irmos para dentro do parque.
"Anda... eu quero saber tudo sobre ti." Sentei-me num banco, e ela ia sentar-se ao meu lado, mas puxei para que se sentasse no meu colo. Não me vejo nos meus últimos atos. Quem sou eu?
"Não há muito para saber..." Sorriu, timidamente.
"Que idade tens?" Rezei para ela não dizer nada abaixo dos 14, porque se dissesse ia ficar a sentir-me mesmo muito mal.
"Quinze..." Baixou a cabeça.
"E para quando estão os 16?" Talvez isto nem seja assim tão errado se ela me disser que está para breve.
"Só para o ano..." Oh, merda! Ela parece ter lido a minha mente e olhou para longe.
"Não faz mal... está tudo bem. Eu não me importo. Eu tenho 17."
"Eu sei..." Acho que falou sem pensar as suas bochechas ficaram vermelhas nesse mesmo instante.
"Estás bem informada..." Soltei uma risada e ela encolheu os ombros. Não consigo evitar sentir-me assim... uma felicidade que me enche por dentro. Uma calma que me consome. Algo que nunca senti antes... eu não me reconheço. Quem sou eu? "Era da escola que eu te conhecia, não era?" Ela assentiu. "Então eu não estava louco... nós já tinhamos falado antes?"
"Depende... se considerares mandar-me embora do cacifo com palavras pouco delicadas... então sim, já tinhamos falado antes."
"Eras tu?" O meu coração deu um pulo no meio peito. Ela assentiu, baixando a cabeça. "Oh meu Deus... desculpa, eu não sabia..."
"Tu não me conhecias..." Deu-me um sorriso pequeno.
"Não... eu não te conhecia... e nem fiz por isso... desculpa... eu devia ter sido mais meigo... Desculpa, eu tenho tendência para ser uma besta quadrada, e eu estou a tentar melhorar isso... estou mesmo, eu não quero deixar a minha personalidade ir para esses lado a ponto de me tornar uma besta irreparável..." Ela deixou escapar um riso.
"Não faz mal..."
"Mas só para conste eu sempre achei que eras linda... e eu devia ter-te reconhecido naquela noite, mas estava..." A palavra ficou presa na minha garganta.
"Estava bêbado..." Ela assentiu.
"Estava..." Confirmei, nem um pouco orgulhoso desse facto. "Mas eu lembro-me de tudo! Tudo mesmo!" Apressei-me a clarificá-la, não quero que pense que não me lembro do que aconteceu entre nós e dos detalhes de como isso aconteceu. "Porque é que o fizeste?"
"O quê?"
"Porque é que o fizeste comigo?" Sei que não é algo bonito de se perguntar, mas preciso dessa resposta. "Afinal, eu sempre fui uma besta para ti..."
"Não eras assim tão mau..." Deixou escapar uma risada. "Não é como se alguma das coisas que me dizias me deixasse magoada nem nada assim... Se queres saber a verdade, eu até te achava querido..." Corou de novo.
"Eu?" Esbugalhei os olhos. "Com base em quê é que tu me achavas querido?"
"Não sei..." Encolheu os ombros. "Nos teus olhos, acho eu... porque tu dizias aquelas coisas desagradáveis, mas quando olhavas para mim não mostrava nada de desagradável... pelo contrário."
"É... pelo contrário." Sorri. "Eu sempre achei que eras fofa... só achava divertido ver a tua cara quando dizia aquelas coisas feias, e tu nem me ligavas nenhuma... encolhias os ombros e seguias a tua vida, descansada... a intenção não era ser mau para ti... estava só a meter-me contigo... talvez tivesse a esperança que um dias me mandasses a qualquer sítio feio..." Ela desmanchou-se a rir e isso fez-me alegrar ainda mais.
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Rule Breakers
Romance- Ele: Kevin Lucas Turner, apenas Kev para os amigos, e apenas Turner para quem não o conhece. Muitos fazem trocadilhos com o seu apelido - Turner: Para as miúdas do bairro "Such a TURN on"; para os professores "TURNS everything into trouble" ; em c...