"Tu és louca!"

368 44 15
                                    

Chegámos a casa dele. Atirei o casaco e a mala para o sofá e sentei-me. Respirei fundo... e fechei os olhos. Ele sentou-se ao meu lado. 

"Aquilo é que vou adrenalina..." Comentou deixando escapar uma risada. 

"Só tenho pena de não lhe ter desfeito a cara como desfiz o carro..."

"Tu és louca, sabias?" Pegou na minha mão. 

"Sim... desconfiava que sou..." 

"Eu adorei ver-te a ser má..." Riu-se. "Foi sexy..." 

"Obrigada... acho eu."

"Vais passar a noite?"

"Uma vez que já aqui estou... porque não?" Sorri. 

~*~

Acordei, não muito tarde, vesti-me e saí para voltar para casa, mesmo contra a vontade dele. Apanhei o comboio e ainda antes das dez da manhã já estava em casa. Abri a porta ainda a bocejar. Entrei e deparei-me com a minha mãe parada no meio da sala. 

"Vejam que resolveu aparecer..." Ironizei. "Ainda te lembras de onde moras?" Passei-lhe ao lado. 

"Não dormiste em casa, Nathalie."

"Oh..." Fiz um beicinho. "Juras? Tu não dormias em casa há mais de um mês..."

"Onde é que estavas?" Permaneceu na sua postura rígida. 

"O que é que te interessa?" Franzi a testa e sentei-me descontraidamente no sofá. 

"Nathalie Rose! Onde é que tu estavas?" 

"Em casa de uma pessoa." 

"Que pessoa?" Levantou a voz. 

"Vê se pias fino mãe! Não metes aqui os pés há sei lá quando tempo e chegas logo a arranjar confusão? Se é para isto nem apareças... não fazes cá falta."

"Não me faças perder a paciência!" Gritou. "Diz-me onde é que tu estavas e o que é que estavas a fazer!"

"E tu? Onde é que estavas e o que é que estavas a fazer todas as noite nos últimos tempos?" Lancei-lhe um sorriso sarcástico. 

"Não interessa! Eu sou tua mãe! Exijo saber!" 

"Raciocina um bocadinho... tu hás-de chegar lá!" Ao dizer isto arqueei a sobrancelha e desviei propositadamente o cabelo do meu pescoço. 

"Nathalie!" Disse o meu nome num tom de total choque. "O que é isso?"

"Precisas mesmo que eu te explique? A sério que nunca viste um chupão na tua vida?" Esta manhã o meu sarcasmo está ao rubro. 

"Eu sei o que isso é! Só quero saber como é que isso foi parar ao teu pescoço."

"Eu aposto que também não precisas que te responda a isso..." Semicerrei os olhos. 

Ela suspirou e tirou alguma coisa do bolso do casaco que tinha vestido. 

"Nathalie... eu encontrei isto no teu quarto." Disse, mostrando-me a caixa das pílulas. 

"Sim, e então?" Encolhi os ombros. 

"Tu tomas isto, filha?" 

"Há mais de um ano." 

"Mas porquê?" Tentou entrar no papel de mãe compreensiva e preocupada e sentou-se ao meu lado. 

"Mãe... tu estás um bocado burra hoje. Para que é que achas que eu as tomo? Para a dor de cabeça?" 

Rule BreakersOnde histórias criam vida. Descubra agora