"Nunca te vou esquecer..."

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Ponto de vista da Nat

Ele estava a sair de casa, às dez da noite e não podia falar mais? Foda-se! Eu vou descobrir no que é que ele anda metido, porque clararmente ele anda metido nalguma coisa... provavelmente é outra gaja, mas mesmo que seja eu vou descobrir. 

Saí do meu pijama, vesti-me, agarrei na minha mala e saí de casa. As coisas não se descobrem sozinha e se ele não vai dizer o que raios se passa, vou ter de ir lá para ver com os meus próprios olhos. 

Esta noite está um frio de rachar. Fui o mais rápido que consegui da estação do comboio para casa dele. Eu tenho quase a certeza de que ele não está lá, mas ainda assim vai ser a minha primeira paragem. Bati à porta uma vez... duas vezes... três vezes até que o Martin veio abrir. 

"O Kevin não está em casa." Foi a única coisa que disse quando me viu à porta. 

"E não sabes onde é que ele pode estar?"

"Não sei." Encolheu os ombros. "Ele tem saído todas as noites desde que está de férias. Tenta procurá-lo no bar do Ray. Sabes onde é?" Eu abanei a cabeça negativamente. "Acabas de subir a rua, viras à direita e logo a seguir à esquerda, vais sempre em frente até achares o bar. Tu vais saber quando o vires, há sempre música alta e bêbados à porta." 

"Ok... obrigada." Assenti e ele fechou a porta. Segui pelo caminho que me indicou e de facto assim que cheguei à rua onde fica o bar apercebi-me logo. Entrei e dirigi-me ao balcão. "Boa noite, eu estou à procura do Kevin... Kevin Turner." 

"E tu és quem?" O homem que estava atrás do balcão olhou-me com desconfiança. 

"O meu nome é Nathalie." 

"Tu és a Nathalie?" Abriu um sorriso. "Deixa-me oferecer-te uma cerveja." Foi até à outra ponta do balcão tirou a cerveja na máquina e colocou o copo à minha frente. "Bebe... vais precisar... Então tu é que és a famosa Nathalie Campbell?" Não consigo esconder a surpresa por saber quem eu sou. "Aqui fala-se de tudo... este bar é tipo um confessionário, e eu sou o padre." Soltou uma risada, explicando o porquê de saber o meu nome. "Estás à procura do Kevin? Ele não te disse onde está?" 

"Não... eu vim de surpresa, mas não o apanhei em casa. O irmão dele, o Martin, disse-me para procurá-lo aqui." Riu-se. 

"Eu se fosse a ti experimentava noutro lugar..." 

"Que outro lugar?" Estou à espera de ouvir o nome de um bordel.

"Faz assim... Quando saíres daqui continuas até à próxima à direita, viras, vais sempre em frente até ao fim da rua e aí viras de novo à direita e continuas uns cinquenta metros, do lado esquerdo da rua há um beco... procura o Kevin aí." 

"Ok, muito obrigada. Quando é a cerveja?"

"Por conta da casa. Cuidado pelo caminho." Eu assenti e saí. 

Porque cargas de água é que ele havia de estar num beco? Isso não faz o menor sentido! No entando fiz o caminho que o homem do bar me indicou, e é bom que o Kev esteja naquele beco porque eu não sei voltar para trás sozinha. Após cerca de cinco minutos a andar cheguei à rua onde supostamente fica o tal beco, e acho que já o encontrei porque vejo lá ao fundo dois bidões com fogo lá dentro à entrada de um beco... só pode ser aquele. Apressei um pouco mais o passo e quanto mais me aproximo mais gritos oiço... gritos de quem está a puxar por alguém. 

Dentro do beco há uma roda de pessoas, maioritariamente homens de meia idade com aspeto de motards e não consigo ver nada do que se passa no centro da roda, mas é para lá que todos olham e gritam. Fui-me infiltrando pelo meio das pessoas até conseguir chegar à frente da roda e quando o fiz e consegui ver o que é que se estava a passar o meu coração quase parou. 

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