Ele levantou-se do sofá e pegou na minha mão.
"Anda, vamos dormir, o dia de hoje foi demasiado confuso e complicado." Eu concordei com ele e segui-o até ao seu quarto.
Deixei-me cair sobre a cama e respirei fundo. Só queria saber porque é que gosto tanto desta cama. Ele deitou-se ao meu lado, deixou um beijo na minha testa e poucos minutos depois puder perceber, pela sua respiração, que tinha adormecido. Fechei os olhos e deixei-me embalar pelo movimento do seu peito quando respira.
Acordei de manhã com o barulho de alguém a bater à porta. Abri os olhos e ele dorme, com uma pacifidade no rosto, como se nada o pudesse incomodar. Não quis acordá-lo, por isso vesti uma das suas t-shirts, que me chegam até cerca de um palmo e meio acima do joelho, e desci as escadas, ainda descalça e a bocejar.
"Quem é?" Perguntei, antes de abrir a porta.
"Jules? Sou eu..." Ouvi uma voz feminina do outro lado da porta.
"Não, eu não sou Jules. Quem é?"
"Peço desculpa... esta casa já não está na posso dos Turner?"
"Está." Franzi a testa, sem perceber o que estava a acontecer.
"Então quem é você e o que faz na minha casa?" A mulher do lado de fora da porta levantou a voz. "O meu filho Kevin está aí dentro? Vá chamar o meu filho!" O queixo caiu-me. Não pode ser verdade. Coloquei a corrente na porta, para poder abrí-la sem correr o risco de que aquela mulher entre por aqui a dentro. Olhei-a de alto a baixo. É uma mulher morena, alta e esguia, nota-se que está bronzeada do sol, reconheço os traços da sua boca, porque me fazem lembrar os dele. "Quem é você? Porque é que está aí especada a olhar para mim? Já lhe disse para ir chamar o meu filho!" Fui dominada por uma vontade de mandar calar a boca áquela mulherzinha presumida, talvez porque já me considero mais pertencente a esta casa do que ela, mas lembrei-me de que aquela é a mãe do Kev, e de que, quer eu queira quer não, devo-lhe respeito.
"Um minuto." Respondi secamenta, revirei os olhos e fechei a porta. Subi as escadas, a amaldiçoar-me a mim própria por ter de acordá-lo para a novidade de que a sua mãe acabou de chegar. Antes de entrar no seu quarto espreitei para os quartos das crianças para ter a certeza de que continuam a dormir. Finalmente entrei no quarto dele, sentei-me ao seu lado na cama e comecei a chamá-lo calmamente. "Spice?" Passei a mão no seu rosto áspero da barba por fazer.
"Hm?" Resmungou. "É sábado, deixa-me dormir."
"Spice... acorda. É importante..." Ele abriu os olhos e soprou para o ar. "O que é que pode ser tão importante num sábado de manhã?" Engoli em seco antes de soltar a bomba.
"A tua mãe está lá em baixo..." De um impulso apenas ficou sentado na cama.
"Desculpa, o quê?"
"A tua mãe está lá em baixo na porta, a perguntar por ti."
"Não..." Soltou uma risada de desespero. "Deve ser alguma brincadeira." Vestiu um par de calças e saiu do quarto. Desceu as escadas como uma flecha e abriu a porta. Eu fui mais lentamente atrás dele e encostei-me à bancada da cozinha para assistir ao que está a acontecer. "O que é que tu queres?" Perguntou, imperdoavelmente duro.
"Hello?" Soltou uma risada. "Eu estou a voltar para minha casa, como é óbvio. Vem ajudar-me com as malas, querido."
"Tu não vais voltar para esta casa! Esta casa não é tua... é minha e tu não vais pôr um pé aqui dentro." A muher do lado de fora riu-se novamente.
"Oh querido... não sejas tolo. Anda ajudar a tua a mãe." Dirigiu o seu olhar para mim. "E tu, miúda da t-shirt, veste-te! Não quero essas poucas vergonhas na minha casa." Eu desencostei-me e ia subir as escadas para me vestir, mas o Kev mandou-me um olhar cortante.
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Rule Breakers
Romance- Ele: Kevin Lucas Turner, apenas Kev para os amigos, e apenas Turner para quem não o conhece. Muitos fazem trocadilhos com o seu apelido - Turner: Para as miúdas do bairro "Such a TURN on"; para os professores "TURNS everything into trouble" ; em c...