"Deixa-me em paz, Turner!" Eu odeio quando me chama me Turner.
Acabei por desistir e voltar para o sofá, onde ao fim de muitas horas consegui pegar no sono ao ponto de não a ouvir sair.
Ponto de vista da Nat
Acordei e olhei pela janela. Já está a clarear a manhã. Vesti-me, destranquei a porta do quarto, desci as escadas de mansinho, espreitei para a sala e ele dorme. Apanhei as chaves que estavam em cima da mesa da cozinha, tal como pedi e saí.
Quando cheguei à estação ainda faltava mais de um quarto de hora para o meu comboio. Gelei à espera dele. Quando cheguei a casa fui tomar um duche quente, vesti o pijama e fui para a minha cama. Já não dormi mais mas soube bem estar no quentinho dos meus cobertores.
Depois do que aconteceu ontem à noite eu começo a questionar-me sobre tudo aquilo que ele já me disse. Começo a culpar-me por ter confiado tanto numa pessoa como ele. Cada segundo que passei com ele foi um desperdício total... Mas quando os outros diziam que era melhor afastar-me, que ele não presta, eu apenas sorria interiormente porque achava que o conhecia. Achava que sabia como ele era e achava que ele era verdadeiramente fantástico.
Eu não sei o que é que ele tem, mas eu continuo a cair na dele vezes e vezes sem conta... Ele acaba sempre por fazer merda e eu acabo sempre por voltar, de uma maneira ou de outra. Já perdi a conta às vezes que saí daquela casa a pensar que é a última vez que ponho lá os pés, e uns depois, lá estou eu... Esta manhã nem me atrevi a pensar isso, apenas pensei que não queria voltar lá, mas não afirmei a mim própria que não voltaria, porque depois de tanta coisa que me levou lá nos últimos meses eu já não confio nem nas promessas que faço a mim mesma.
Passei o dia enfiada na cama, a comer porcarias e a ver comédias românticas... sinto-me tão rídicula... eu não sou assim. Nunca fui. A campainha tocou e fiquei animada por finalmente ter chegado a pizza que encomendei há quase uma hora. Abri a porta, já com o dinheiro na mão, mas quando levantei os olhos, não era exatamente aquilo de que estava à espera.
"Posso falar contigo?" Perguntou sem sequer levantar os olhos do chão.
"Não." Ia fechar a porta mas ele segurou-a.
"Por favor... eu só quero falar contigo."
"Não estás atrasado para as tuas lutas?" Ergui a sobrancelha e ele tirou os olhos do chão e olhou para mim.
"Eu já não vou. Tu tinhas razão."
"Tinha? Juras?" Ironizei.
"Deixa-me entrar, Sugar... eu quero muito falar contigo. Depois podes expulsar-me se quiseres." Eu sou tão burra... mas tão burra, meu deus! Eu sou burra ao ponto de me desviar da frente da porta e deixá-lo entrar. Suspirei assim que o fiz porque percebi que foi um erro. Caminhei até ao meu quarto e ele veio atrás de mim. Sentei-me na cama e fiquei a olhar para ele à espera que falasse. "Eu nem sei o que te dizer..." Suspirou.
"Então se não sabes o que dizer o que é que vieste aqui fazer?" Sim, sou mais fria do que um iceberg.
"Eu só disse merda ontem... desculpa. Nada daquilo que eu disse verdade... Quer dizer, é... mas apenas algumas partes."
"Estás a afundar-te, Turner."
"Não, não é isso... o que eu quero dizer é que..." Respirou fundo. "Primeiro que tudo eu comecei aquele assunto estúpido do teu ex-namorado porque eu fiquei fodido de ciúmes. Eu admito, quando soube que tinha estado com ele eu passei-me, fiquei com raiva do mundo inteiro... e a verdade é que eu nunca consegui ultrapassar o facto de ele ter sido muito mais do que eu sou ou do que alguma vez vou ser. Eu tenho uma puta inveja desse gajo... E sim, de facto eu achava que tu eras virgem, mas era antes. No dia em que aquilo aconteceu eu já não achava... quer dizer achava mas..."
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Rule Breakers
Romance- Ele: Kevin Lucas Turner, apenas Kev para os amigos, e apenas Turner para quem não o conhece. Muitos fazem trocadilhos com o seu apelido - Turner: Para as miúdas do bairro "Such a TURN on"; para os professores "TURNS everything into trouble" ; em c...