"Dispara!"

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"A Paris?" Ri-me. "Para quê?"

"Vamos à Disney..." Encolheu os ombros. 

"Também há Disney em Orlando..." 

"Então levo-te a Orlando." Eu soltei mais uma risada.

"Ok, podes levar-me a Orlando, mas agora vai Às compras porque os miúdos não tarda nada vão querer almoçar."

"Tomas conta do quartel general enquanto eu estou fora?" 

"Sim, General!" Fiz uma continência, na brincadeira. 

Ele saiu e eu voltei para o sofá enquanto todos os irmãos dele estão algures pela sala a brincar, a ver televisão ou a fazer os trabalhos de casa. Chegou cerca de quarenta e cinco minutos depois. Colocou os sacos das compras em cima da bancada da cozinha. 

"Sugar... chega aqui." Eu levantei-me do sofáb e fui ter com ele. Devolveu-me o cartão. "Gastei 84,32$. Eu sei que abusei, mas trouxe o recibo do supermercado para veres o que comprei." Entregou-me o recibo e eu amachuquei-o sem sequer olhar para ele. 

"Qual é a parte de: eu confio em ti, que não consegues compreender?"

"Sei lá... é o teu dinheiro. Acho que te devo satisfações de como o gastei." 

"Não deves. Se eu quisesse controlar tinha ido contigo. Agora vê se fazes o almoço... estou com fome." 

"A dar ordens em minha casa?" Franziu a testa. 

"A dar-te ordens a ti em particular, sim... algum problema?" Ele riu-se e abanou a cabeça negativamente enquanto se virava para a bancada.

"Eu tenho de pôr mão nesta miúda... qualquer dia manda mais que eu..." Falou para si próprio mas com a intenção que eu ouvisse. 

"Eu já mando mais que tu..." Voltei para o sofá e deixei-o a cozinhar. 

Quando acabámos de almoçar eu ajudei-o a arrumar tudo e lavar a loiça. Cada um dos miúdos foi fazer alguma coisa para o seu quarto e ficámos só nos os dois sentados no sofá, a ver televisão. Ele passou o braço por trás do meu pescoço e eu encostei a cabeça ao seu ombro.

"Ficas para jantar?"

"Não... acho que vou para casa daqui a pouco." 

"Tens coisas para fazer lá?"

"Não, mas também não posso acampar em tua casa..." 

"Quem te impede?" 

"Eu própria. Já que os meus pais não me impõem regras tenho de ser eu a fazê-lo."

"Eu vou-te ensinar uma coisa Sugar..." Desviou o olhar da televisão para o dirigir para mim. "As regras só são úteis se foram quebradas. Então se queres tornar as tuas regras úteis tens de quebrá-las tanto quando tu puderes." 

"Escusas de olhar para mim com essa cara porque não vai acontecer..."

"O que é que não vai acontecer que não tenha já acontecido?" Arqueou a sobrancelha. "Se este sofá falasse..." Soltei uma risada. 

"É uma pena... se ele falasse eu perguntava-lhe com quantas mais gajas já fizeste aqui o que fizeste comigo..." 

"Nenhuma." 

"Aham... engana-me que eu gosto."

"Juro. No sofá não foi mais nenhuma. Eu normalmente aguento-me até chegar ao quarto, mas contigo ás vezes é impossível..." 

"Dá-lhe graxa..." 

"Não estou a dar graxa... estou a dizer a verdade. E até te digo mais, foste a única com quem já fiz alguma coisa sem proteção."

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