O Clã Zai

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Vultos caminhavam sorrateiramente por entre os caminhos rochosos da Província de Chuvas Cortantes. Aproximadamente cinquenta homens e mulheres se esgueiravam pela noite, despercebidos para olhos desatentos.

Liderando esse grupo se encontrava um rapaz com pouco mais de vinte anos. Ele trajava um colete de couro de Bacau, um réptil bem conhecido nas montanhas, e em sua cintura se encontrava uma Jax, uma espada de lâmina larga e curva com empunhadura para duas mãos.

A maioria dos companheiros do rapaz portavam jax's em suas cinturas, alguns poucos estavam armados com lanças ou arcos. Um grupo bem rudimentar que avançava as escondidas.

- Já estamos chegando. - Sussurrou um velho ao lado do rapaz.

- Me pergunto o que os Zai'tam querem para convocar uma reunião do clã. - Comenta o rapaz sussurrando de volta para o velho. - Fiquei sabendo que eles convocaram todos os ramos do clã.

- Os Zai'tam são traiçoeiros. Não devemos confiar neles, Bol Zai.

- Eu sei, Koi Zai! - O rapaz chamado Bol Zai acenou com a cabeça enquanto continuavam avançando.

Minutos depois, o grupo adentrou uma estreita trilha onde mal dava para dois homens passarem lado a lado. No final da trilha, uma área aberta de formato retangular se abria na frente da entrada de uma grande caverna.

Dois homens armados com lanças flanqueavam a entrada da caverna trajando os coletes de couro de Bacau.

- Então o ramo Zai'luo finalmente chegou. - Gracejou um dos homens. - Quem representa vocês?

- Eu sou Bol Zai, do ramo Zai'luo do clã Zai. Segundo filho do chefe do ramo.

- Vocês são os últimos a chegar. Se apressem logo.

Bol Zai estreitou os olhos em direção ao guarda que apontava para dentro da caverna com desdém. Ele olhou de relance para o outro guarda, um pouco mais velho que o primeiro, que olhava para os recém-chegados com cautela.

Em volta deles, sobre as pedras que cercavam a passagem, o rapaz viu algumas sentinelas armadas com arcos.

- Vamos entrar. - Ele falou para seus companheiros, avançando para dentro da caverna calmamente.

Quando chegou ao lado do guarda que tinha falado com desdém, o segundo filho do chefe dos Zai'luo sacou sua jax em um movimento rápido e natural. A arma de aço negro relampejou dividindo o ar, cortando o cabo da lança e decepando a mão que a segurava.

Sangue espirrou no rosto do guarda que caiu gritando e segurando o pulso ensanguentado.

- Mas que...

Antes que o segundo guarda pudesse dizer alguma coisa, a lâmina da jax de Koi Zai estava apoiada em seu pescoço. Em volta deles os membros dos dois ramos do clã Zai sacaram suas armas.

- Se sobreviver. - Começou a falar Bol Zai, ignorando os homens armados a sua volta e fitando o primeiro guarda. - Você deveria tomar essa experiência como uma lição, e aprender a respeitar aqueles acima de você.

Bol Zai limpou a lâmina de sua jax no ombro do primeiro guarda e embainhou a espada de lâmina larga.

- Já estamos atrasados, vamos entrar.

Ele continuou a ignorar os guardas do ramo Zai'tam e seguiu para dentro da caverna, sendo seguido de perto pelos homens e mulheres do ramo Zai'luo.

Assim que atravessaram a entrada da caverna, passando por um largo túnel que seguia em linha reta por quase cem metros, os representantes de Zai'luo chegaram até uma grande galeria com centenas de metros de largura e dezenas de altura.

As crônicas de Maya - A saga do Império Izar - Parte IOnde histórias criam vida. Descubra agora