As crônicas de Maya - A saga do Império Izar - Parte I

Caçando

Em uma vila a dois dias de marcha a pé de Três Escudos, Xi Zhang, Buco Q'wem e o Tash Qi tinham encontrado um pequeno grupo de Exilados acampados. Os guerreiros inimigos foram quase todos eliminados rapidamente por uma saraivada de dardos mortais disparados pela unidade do Tash Qi.

Assim que todos os inimigos estavam no chão, gemendo de dor ou morrendo, Xi Zhang e Buco Q'wem guiaram suas unidades para abater aqueles que ainda respiravam, poupando uns poucos menos feridos para interrogatório.

Eram os soldados da Espada Imperial que estavam cuidando do interrogatório, deixando os soldados dos dois novos Tash patrulhando os arredores.

Xi Zhang observou atentamente a vintena de guerreiros Exilados estirados no chão. Estavam todos em volta de uma grande fogueira na praça da vila onde uma sopa de aparência duvidosa estava sendo preparada em uma grande panela.

Alguns dos soldados e Buco Q'wem verificavam atentamente os corpos dos Exilados abatidos, procurando por qualquer coisa que pudesse ser útil para eles, fossem mantimentos ou equipamentos.

Por um momento o jovem Bronze se perguntou como as outras unidades estavam indo na caça pelos Exilados. Já tinham se passado dois dias desde que eles tinham saído de Três Escudos e por ordens do Mush Go Goro, eles tinham se divido em três equipes.

Uma estava sendo liderada pelo próprio Mush enquanto as outras duas eram lideradas pelos dois Tash a serviço da Espada Imperial.

Eles possuíam a missão de patrulhar a região, caçar qualquer bando de Exilados que entrasse no caminho deles e se possível, descobrir onde os malditos tinham erguido a base deles.

- Parece que eles não estão tendo muito sucesso com os prisioneiros. – Buco Q'wem se aproximou de Xi Zhang com uma expressão sombria. – Dois deles ainda estão vivos, mas não me parece que falarão qualquer coisa útil.

- Vamos deixar que Qi cuide disso e aproveitamos para dar um pouco de descanso para nossas unidades.

Buco Q'wem acenou discretamente com a cabeça. A jornada até aquele momento não tinha se tornado tão cansativa quanto a fuga até o Forte Shumpei, mas mesmo assim, patrulhar uma zona hostil com poucos suprimentos e pouca informação sobre o inimigo era desgastante a sua maneira.

Eles nunca sabiam quando passariam um dia sem encontrar nada ou quando encontrariam um grupo inimigo como naquele dia. E se o grupo inimigo os avistasse primeiro? E se estivessem em maior número ou melhor equipados?

Esses pensamentos iam corroendo aos poucos a determinação dos soldados de cada unidade. Apesar de ainda não estar em um nível que ameaçasse a missão e que talvez demorasse um pouco ainda para chegar nesse nível paranoia perigosa dos soldados, esse ainda era um risco que preocupava os Tash de todas as unidades.

Xi Zhang lançou a Buco Q'wem um olhar de esguelha, vendo que o companheiro andava com os ombros mais erguidos e a expressão não tão sombria como antigamente. O jovem filho de mercadores estava voltando lentamente ao seu antigo eu depois da conversa que teve com Xi Zhang e isso alegrava muito o Bronze.

Pouco mais de uma hora depois o Tash Qi se reuniu com os dois jovens oficiais. Ele possuía uma expressão decepcionada em seu rosto cadavérico e informou que não tinham conseguido muitas coisas dos prisioneiros.

Pelo o que eles tinham descoberto, três Clãs Exilados estavam responsáveis pelo levante ali na fronteira das terras dos Dol e dos Hul. O maior e mais perigoso dos três era o Clã Tax com um pouco mais de mil pessoas integrando todo o Clã enquanto os outros dois que tinham algumas poucas centenas de integrantes eram os Clãs Wun e Yagigore.