Descida na neve

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Alguns minutos depois e todos os alunos já tinham sido colocados em suas novas equipes, ou pelo menos tinham se juntado aos membros que fariam parte dessas equipes no futuro.

Pelo que Xi entendeu, os alunos treinariam sozinhos suas unidades e quando precisassem fazer determinados testes ou missões, teriam que trabalhar juntos com as unidades dos membros que compunham as equipes formadas.

- Parece que todos já foram chamados. – O Instrutor Tatua falou após conferir mais uma vez o cartão metálico em suas mãos. – Ótimo, acho que já podemos libera-los.

Um Instrutor ao lado de Tatua fez um gesto para um membro da tripulação da nave que estava ao lado de um painel no canto do hangar e depois se virou para os alunos.

- Todos vocês, saiam do centro do hangar e se dirijam para os cantos.

Os alunos se entreolharam confusos, mas obedeceram a ordem do Instrutor sem questionar. Todos se encaminharam para as laterais do hangar da nave e esperaram pela próxima ordem.

Bem nesse momento, o membro da tripulação da nave mexeu no painel ao seu lado e depois se virou para os Instrutores, acenando com a cabeça.

Um alarme começou a soar no hangar, um claro aviso que chamou a atenção de todo mundo. Xi reparou em um grupo de tripulantes se movimentando com longos bolos de cordas de aço até ficarem bem próximos do centro do hangar. Esses tripulantes se agacharam e colocaram os ganchos que ficavam em uma das pontas das cordas em discretos aros que se encontravam no chão da nave.

O alarme continuou soando até que com um estalo os alunos viram uma parte do centro do hangar deslizando alguns centímetros para baixo e depois uma comporta começou a se abrir enquanto a parte do chão da nave que deslizou para baixo começava a deslizar para os lados.

Xi arregalou os olhos enquanto via o chão se abrindo e revelando um fundo totalmente branco a dezenas de metros de onde ele estava. Os tripulantes com as cordas se viraram para a comporta aberta, que media uns cinco metros de largura e quinze de comprimento, e sem hesitar começaram a correr, se virando no último segundo e se jogando de costas para o vazio branco enquanto se agarravam nas cordas de aço.

- Bem, o caminho para o Vale já foi aberto. – Tatua falou para os alunos e Xi viu nos olhos do gigantesco Instrutor um brilho de divertimento. – Vocês irão descer aqui e agora e irão abrir seu caminho até lá, boa sorte.

Tatua fez um gesto com a cabeça em direção a comporta aberta e cruzou os braços enquanto observava a reação de seus alunos.

Xi, assim como todos os outros alunos, demorou um pouco para entender o significado daquelas palavras. Ele olhou para as cordas presas pelos ganchos nos aros e depois olhou para a comporta aberta e para o cenário totalmente branco lá em baixo, em seguida ele se virou e olhou para os Instrutores antes de olhar novamente para a comporta.

Você só pode estar de sacanagem comigo. Ele pensou, mas em sua mente ele sabia o que tinha que fazer.

- Vamos. – Ele falou para os seus companheiros e na mesma hora outros grupos foram avançando em direção as cordas.

Xi ignorou os outros grupos e parou ao lado de uma corda de aço. Ele pegou a corda e olhou pela beirada da comporta. O chão, coberto por um tapete do mais puro branco, devia estar a uns trinta, talvez quarenta metros, de distância da nave. E para seu desgosto a corda não parecia ir todo o caminho até o chão, terminando uns bons três ou quatro metros antes de alcançar o solo.

Os membros da tripulação da nave estavam armados com pequenas bestas, posicionados em volta das cordas enquanto vigiavam o perímetro.

- Vamos ter que descer pelas cordas? – Buco perguntou com o rosto pálido.

As crônicas de Maya - A saga do Império Izar - Parte IOnde histórias criam vida. Descubra agora