Sob o Grande Salão de Zonam existia um longo túnel iluminado por lampiões alquímicos que banhavam todo o ambiente em uma tonalidade azul escura.
Xi Zhang percorria esse longo túnel nesse momento, seus passos ecoando pela imensidão subterrânea enquanto nenhuma outra alma viva era vista por ali. Ele trajava um longo roupão marrom avermelhado com um caractere izanita para Zhang estampado em suas costas em uma cor bronze brilhante que se destacava na iluminação alquímica do túnel.
Em suas mãos ele carregava uma pequena caixa de aço negro diante do corpo com o mesmo caractere para Zhang estampado em relevo sobre a tampa.
Lentamente ele foi percorrendo o longo túnel, ciente que o caminho que estava tomando não era uma reta plana, mas sim uma discreta ladeira que se inclinava sutilmente para baixo.
Conforme Xi Zhang ia adentrando o coração da montanha central de Zonam, ele viu diante dele a entrada pra a câmera subterrânea que ele estava procurando. Parados ali se encontravam duas estatuas de guerreiros trajando armaduras completas. Um deles possuía uma lança em mãos enquanto o segundo tinha as mãos agarradas ao cabo de uma espada.
Xi Zhang parou diante das duas estatuas e olhou bem para cada uma delas. Os traços de seus rostos assim como os detalhes de suas armaduras ainda eram bem visíveis, mesmo após mais de cem anos desde sua criação quando os antepassados dos Zhang construíram aquele lugar.
Ele curvou ligeiramente a cabeça para as duas estatuas e então passou por elas, entrando na galeria mais além.
Assim que entrou, seus pés pararam de se mover enquanto ele adentrava em uma sala circular, mas que possuía um teto abobado a mais de vinte metros de altura.
Assim como o corredor, aquela sala circula era iluminada por lampiões alquímicos que lançavam um brilho azul em todas as direções. Por um momento Xi Zhang ficou parado, sem reação enquanto olhava de um lado para o outro.
As paredes da sala circular eram marcadas por pequenas cavidades uniformes que eram visíveis de um lado a outro da parede, assim como seguindo parede acima.
Dentro de cada uma dessas cavidades estavam pequenas jarras de porcelanas belamente ornamentadas. De onde estava, ele não conseguia ver bem as imagens que cobriam cada jarra, mas ele tinha ido até aquela sala muitas vezes no passado, pelo menos uma vez por ano e se lembrava bem das imagens de muitas das jarras.
Afinal, todos os anos seu pai fazia com que todos os seus filhos viessem para pagar o respeito aos ancestrais deles e contava histórias sobre alguns deles .
Respirando fundo, ele ignorou as jarras onde repousavam as cinzas de seus antepassados e se focou em uma pequena plataforma praticamente no canto oposto a entrada pela qual ele tinha vindo.
Sobre aquela pequena plataforma se encontrava uma jarra de porcelana que Xi Zhang sabia nunca ter visto antes. Era naquela jarra que se encontravam os restos mortais de seu falecido pai, o antigo Patriarca Xen Zhang.
Erguendo a cabeça e ignorando a pontada que sentiu no peito, Xi Zhang avançou em direção aos restos mortais de seu falecido pai. Cada passo se tornando mais difícil por algum motivo.
Ele tentou respirar fundo de novo, mas desta vez sentiu sua garganta apertada. Parando na metade do caminho ele abaixou a cabeça, surpreso com a dificuldade que estava tendo naquela situação.
Que bom que eu vim sozinho. Ele pensou e suspirou internamente enquanto voltava a andar.
Xi Zhang sabia que quando visse a jarra funerária onde as cinzas de seu pai tinham sido colocadas, ele finalmente sentiria o peso da morte dele. Como ele já tinha constado, o sentimento de perda não era tão intenso como poderia ser, mas ainda assim, Xen Zhang foi um bom pai. Severo, mas presente sempre que podia.
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As crônicas de Maya - A saga do Império Izar - Parte I
Science FictionO mundo de Maya sofreu uma grande calamidade que quase o destruiu. Civilizações inteiras foram destruídas e as que sobreviveram estavam fraturadas. 600 anos após a grande catástrofe, Maya volta a ser povoada por vários reinos e impérios onde sábios...