Gritos na noite

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Xi Zhang estava com Pak Lulou e os cinco jovens líderes de unidade, todos sentados em volta de uma fogueira fora da grande mansão da fazenda. Em volta deles os refugiados e alguns poucos soldados estavam aglomerados, reunidos enquanto compartilhavam uma humilde refeição.

O comerciante, dono da fazenda, tinha cedido seu terreno sem muitos problemas, contente em ajudar seus conterrâneos a se abrigar. Seus servos tinham ajudado a conseguir espaços para que todos pudessem se ajeitar e servido comida para todos.

Xi Zhang estava bastante contente com isso, em ver como os plebeus de suas terras eram bem-dispostos em ajudar uns aos outros, mesmo com algumas daquelas famílias sendo rivais comerciarias.

- Não há o que fazer quanto a isso. – Pak Lulou ia falando enquanto tomava uma deliciosa sopa. – Sabíamos que nem todos estariam dispostos a abandonar suas residências.

Eles já vinham discutindo sobre as famílias que tinham seguido eles ou que foram para Zonam a algum tempo, em determinado momento a família que tinha recusado a sair de sua propriedade foi citada e Pak Lulou só pôde balançar a cabeça tristemente para isso.

- Estou surpreso que tantos vieram, apesar de reclamarem o caminho todo. – O Tash comentou.

- Estou aliviado é que não tivemos nenhum encontro infortuno até aqui. – Xi Zhang falou colocando sua tigela vazia para o lado.

Os outros grunhiram concordando com ele. Apesar deles saberem que a chance de encontrar um predador da noite por ali era baixa, eles também sabiam que não era algo impossível, que essa chance existia, ainda mais com o recente ataque nas terras vizinhas.

- Devemos sair amanhã cedo. – Pak Lulou continuou falando logo em seguida. – Devemos chegar na Fábrica umas quatro horas depois disso, devemos ficar atentos no caminho, mais do que o normal.

- Porque? – Um dos jovens líderes de unidade perguntou curioso.

- O caminho para a Fábrica é uma subida flanqueada por paredões naturais com algumas poucas passagens laterais, um péssimo lugar para lutar por nossas vidas.

Resmungos se seguiram a essas palavras, ainda mais dos novatos sem nenhuma experiência de verdade no campo de batalha.

- Enfim, vão descansar. – Pak Lulou comentou se levantando. - Os líderes responsáveis pelas unidades de vigília devem ir assumir suas respectivas unidades. Os outros devem descansar e se preparar para o dia seguinte.

- Sim, senhor. – Os líderes de unidade e Xi Zhang responderam prontamente, se erguendo e saldando Pak Lulou.

Rapidamente eles se separaram, cada um indo para perto de suas respectivas unidades. Xi Zhang seguiu com Gao, trocando algumas palavras cansadas sobre o longo dia que eles tiveram. Assim que se reuniram com os outros membros do quinto grupo, Xi Zhang os mandou descansar para o dia seguinte.

Eles tinham se organizado nos fundos da mansão, entre o grande edifício principal da fazenda e a oficina. Mas antes que todos dormissem, Xi Zhang se virou para um jovem robusto e o responsabilizou por ficar de vigia por um tempo, pedindo para que ele acordasse um segundo recruta algumas horas depois, para que ele assumisse o posto dele.

Mesmo com as outras unidades protegendo o perímetro, Xi Zhang não queria ser surpreendido por situações inesperadas. Por isso ele manteve um membro de sua unidade atento aos arredores, para poder acorda-los mais rápido se algo acontecesse.

Ele se ajeitou em sua cama de viajem, o que na verdade era um saco de dormi militar, recusando os confortos que seus status poderiam conseguir em meio aos plebeus e aceitando o lugar entre seus subordinados. Aquela pequena ação tinha revelado aos soldados muito sobre o Sexto jovem mestre dos Zhang.

As crônicas de Maya - A saga do Império Izar - Parte IOnde histórias criam vida. Descubra agora