As crônicas de Maya - A saga do Império Izar - Parte I

Partindo para a fronteira

Xi Zhang observava as unidades entrando na nave que os levaria para o destino da missão deles. Ao seu lado se encontravam os outros jovens Tash, cada um com uma expressão diferente.

Tou Fuji estava pensativo, provavelmente focado em um cenário maior do que aquele que os envolvia. Xi Zhang sabia que o outro Bronze era inteligente e bem capaz de estar pensando na guerra civil que estava acontecendo como um todo e esquecendo dos problemas que estavam mais próximos a eles.

Ryu Hon possui uma expressão decidida, simplório como ele era, só estava pensando em avançar contra os inimigos que surgissem diante deles e os vencer em uma luta direta. O Plebeu não era um estrategista como Xi Zhang e Tou Fuji, mas sim um guerreiro puro.

O último do grupo era Buco Q'wem que tinha mudado tantos nos últimos dias desde a morte de seu primo. Buco Q'wem olhava friamente em volta com uma expressão de desinteresse. Se olhassem para a unidade que ele tinha reunido, todos veriam um grupo de homens e mulheres com expressões idênticas a dele e com olhares frios e raivosos. Aquela era uma unidade movida pelo desejo de vingança.

Um suspiro escapou de Xi Zhang enquanto via o amigo se tornando nessa pessoa sanguinário e vingativa, sem saber ainda o que fazer para traze-lo de volta. Aquilo não combinava com o Buco Q'wem que ele tinha conhecido.

- Olhem só para eles. – Ryu Hon falou de repente, fazendo um gesto com a cabeça em direção a nave enquanto as unidades iam entrando nela em fila. – Olhem só seus equipamentos.

O tom de inveja e desejo era evidente na voz dele conforme os quatro contemplavam as unidades a serviço da Espada Imperial. Oitenta soldados usando armaduras blindadas sobre coletes pressurizados, com elmos com viseiras. Metade deles estavam armados com lanças de aço e da'mashas presas nas argolas dos cintos enquanto a outra metade possuía grandes bestas de repetição e kodesh presas as argolas do cinto.

Xi Zhang se perguntava se as pequenas lâminas retas sem guarda estavam equipadas com corações de enerjom ou se eram lâminas normais de aço. Isso fez com que ele olhasse melhor para as lanças e da'mashas nos outros soldados, ainda se questionando se aquelas espadas não eram almashas e se aquelas lanças também não possuíam corações de enerjom.

Em comparação com os soldados da Espada Imperial, os membros das unidades dos quatro usavam armaduras de plastic sobre os coletes pressurizados e seus elmos não possuíam viseiras. A unidade de Tou Fuji era uma mistura de besteiros e lanceiros enquanto a de Ryu Hon misturava lanceiros com usuários de da'mashas, uma unidade claramente focada em combate próximo.

Buco Q'wem tinha se focado no uso de lanças em todos os membros de suas unidades, alguns poucos veteranos que tinham se juntado a unidade dele possuíam uma segunda arma, mas assim como a unidade de Ryu Hon, a de Buco Q'wem estava focada em matar os inimigos em combate próximo.

Já quase todos os soldados de Xi Zhang usavam lanças, com seu núcleo ainda sendo composto pelos antigos recrutas do Vale das Tribulações. Flecha era agora a única pessoa armada com uma arma de longo alcance, mas Xi Zhang não estava muito preocupado com isso no momento.

A última unidade sobre o comando do Mush Go Goro era a da Tash Chika que era algo entre as unidades dos dois grupos. Seus soldados usavam armaduras com blindagens metálicas sobre os coletes pressurizados e todos estavam armados com lanças, seus elmos não possuíam viseiras e eles não eram tão imponentes quantos os soldados da Espada.

- Um dia equiparemos nossas unidades daquela maneira. – Xi Zhang deu um tapinha de leve no ombro de Ryu Hon e começou a ir em direção a nave. Logo eles estariam partindo e não queria começar essa missão tendo que ouvir algum sermão ou queixa do Mush.