Confronto de artilharia

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Após receber suas ordens, o flanco direito do exército dos Pam começou a se mover. Infelizmente, a formação inicial tomada pelo Gou'Sham não durou muito tempo por causa das características do terreno.

Muitas vezes as unidades de trezentos soldados comandadas pelos Mush nos flancos da formação tiveram que se separar das unidades centrais de quatrocentos soldados para pegar caminhos laterais por falta de espaço para que se movimentassem juntas.

As ondas estavam se mostrando um grande estorvo, bloqueando boa parte da visão dos arredores e atrapalhando a formação dos soldados. Mesmo o Besouro onde o Gou'Sham se encontrava era limitado pelos caminhos que conseguia passar, tendo poucas opções para seguir em frente.

E isso era um motivo de preocupações para o oficial. Afinal, se os inimigos soubessem quais caminhos eles tomariam, então eles estariam vulneráveis a emboscadas.

Pensando nisso, o Gou'Sham escolheu a rota com o maior número de variáveis possível. Assim, caso algo imprevisto acontecesse, ele poderia ter mais opções de ações para se tomar.

Atrás dele, os soldados assistentes eram mantidos em atividade, recebendo informações dos batedores e relatando ao oficial sempre que algo importante era avisado.

O Gou'Sham dividia sua atenção entre os soldados marchando a sua frente e o a mapa holográfico do Vale do Mar de Pedras, analisando os caminhos, os obstáculos. Atento a locais de onde seria possível receber um ataque inimigo caso eles ousassem partir para a ofensiva.

E conforme o tempo passava e eles avançavam mais pelo Vale, o Gou'Sham percebeu que eles estavam chegando perto da outra entrada do Vale, aquela que levava mais para o sul do Império.

Franzindo um pouco a testa, ele falou sem se virar para os soldados assistentes.

- Mandem alguns batedores redobrarem a vigilância a nossa direita.

- Sim, senhor. – Um dos soldados assistentes respondeu prontamente, repassando a ordem pelo comunicador.

Pelo menos eles ainda conseguiam usar comunicação de curta distância, o Gou'Sham nem queria pensar em como seria mover um exército sem poder se comunicar apropriadamente com as unidades. Uma maneira de batalhar como os antigos antes da tecnologia ser implantada na sociedade e nos exércitos, ou como alguns povos que ainda não se recuperaram totalmente do Desastre de séculos atrás.

O tempo continuou passando enquanto eles avançavam e para alivio do oficial, eles entraram em uma área mais larga com as longas ondas bem separadas, dando espaço para que os dois mil soldados mantivessem a formação.

- Senhor. – Um dos soldados assistentes chamou em voz seria. – Nossos batedores encontraram sinais de enerjom mais a frente, parece ser um bloqueio.

- Me consigam uma imagem.

O Gou'Sham esperou com os braços cruzados nas costas, seus olhos indo para além de seus soldados. Para um longo e espaçoso caminho rochoso, cercado por altas paredes de pedras em forma de ondas nos lados. As vezes essas ondas se estendiam por centenas de metros, ininterruptas. E outras vezes elas possuíam algumas centenas de metros. Algumas eram bem altas nem eram tanto assim. Elas seguiam retas ou faziam uma leve curva aqui e ali.

As ondas que cercavam eles pareciam ser do tipo ininterruptas, seguindo por quase um quilômetro em linha reta, mas isso era um engano, se a pessoa observasse com atenção, perceberia que em alguns lugares haviam falhas de dezenas de metros na onda, dando passagem para outros caminhos.

As crônicas de Maya - A saga do Império Izar - Parte IOnde histórias criam vida. Descubra agora