As crônicas de Maya - A saga do Império Izar - Parte I

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Ele acordou com um grunhido de dor e logo se arrependeu por ter aberto os olhos enquanto seu flanco latejava levemente revelando que apesar de estar vivo, ele ainda não tinha passado por uma sessão de cura acelerada.

Olhando em volta, Xi Zhang analisou seus arredores. Um quarto de tamanho médio, bem iluminado e fresco. Uma grande janela estava aberta a sua esquerda e a sua direta se encontrava uma porta fechada que devia levar provavelmente para fora do cômodo. O jovem Mush estava deitado sobre uma grande cama de casal que ficava de frente para um armário de porta dupla com uma pequena mesa redonda entre a cama e a janela a esquerda.

Pelo brilho alaranjado que vinha pela janela, ele estava supondo que era o início da manhã ou que já estava no final da tarde. Ele respirou fundo e tentou se levantar, sentido a forte dor em seu flanco ferido ficando mais intensa.

- Eu continuaria deitado em repouso se fosse o senhor. – Uma voz neutra soou a esquerda dele o alarmando.

Xi Zhang virou a cabeça e ficou surpreso ao perceber um homem sentado quase ao seu lado em um banquinho no canto do quarto.

O homem usava uma camisa cinza escura de mangas compridas e tinha o rosto escondido sob um capuz erguido. Ele parecia estar desarmado à primeira vista, mas a maneira como Xi Zhang não tinha percebido o homem quando tinha olhada em volta antes o deixou um pouco incomodado.

A boca do jovem se abriu para perguntar quem era aquele estranho, mas assim que abriu a boca, ele percebeu o quanto ela estava seca e mais um grunhido escapou de seus lábios enquanto ele tossia.

- Não se force, sexto jovem mestre. – O homem falou se movendo. Ele pegou uma jarra sobre a mesa e encheu um copo ao lado dela com seu conteúdo. – O senhor conseguiu grandes conquistas em suas aventuras, mas eu diria que você foi um pouco imprudente desta vez.

O homem ofereceu o copo para Xi Zhang que com muito esforço conseguiu se sentar enquanto seu flanco ferido ardia como se estivesse em brasa. Ele aceitou um pouco hesitante o corpo oferecido pelo homem e deu uma olhada em seu conteúdo que parecia ser água.

Ainda um pouco hesitante, Xi Zhang bebeu a água morna com calma enquanto observava o homem misterioso por cima da borda do copo. Ele estreitou os olhos por um momento enquanto finalmente se dava conta de como o homem o tinha chamado.

- Você é um subordinado da Família Zhang? – Ele perguntou com a voz ainda rouca em sua garganta dolorida.

- Muito perspicaz, sexto jovem mestre. – Um sorriso maroto surgiu no rosto meio oculto do homem. – Este humilde é o agente Yon Zhang, um dos três agentes responsáveis pela rede de informações da Família aqui nas terras dos Pan. – Ele fez uma pausa após fazer um rápido e respeitoso cumprimento para Xi Zhang. – Eu odeio admitir, mas demorei mais do que esperava para conseguir entrar em contato com o senhor.

- Quanto tempo estive desacordado? – Xi Zhang perguntou enquanto terminava de beber sua água e erguia o copo em direção a Yon Zhang para que fosse enchido novamente.

- Cinco dias até onde eu sei. – O agente da rede de informação respondeu dando de ombros. - Até onde eu sei, o senhor esteve acordando e adormecendo várias vezes nos últimos dias, delirando enquanto sofria de um pouco de febre causada pela ferida em suas costelas.

Xi Zhang piscou os olhos, ele não se lembrava muito disso, mas não seria algo estranho de se acontecer. Ele bebeu mais um copo de água e voltou a se recostar na cama enquanto fechava os olhos um pouco.

- Então, quais ordens você recebeu?

O homem ficou em silencio por um momento, observando o jovem deitado diante dele na cama. Todos os seis filhos do Patriarca eram bem conhecidos pelos agentes da rede de informação da Família, para caso qualquer um deles precisasse de ajuda, os agentes poderem dar assistência o mais rápido possível.