Patriarca dos Gan

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As pesadas patas dos Drags esmagavam o chão com suas afiadas garras deixando marcas profundas no solo rochoso enquanto seguiam para o destino que seus cavaleiros escolhiam.

O bando era composto por um pouco mais de vinte Drags montados, um grupo pequeno, mas era o ideal já que eles não queriam ser localizados enquanto adentravam em território imperial.

Liderando o grupo estava um velho na casa dos cinquenta anos. Ele usava uma armadura de couro com blindagens metálicas tingidas em uma tonalidade marrom bem escura. Em sua cintura repousava embainhada uma jax modificada, mas diferente das grandes espadas de lâmina curva, aquela era um pouco menor e sua lâmina quase estava reta.

A testa deste velho estava um pouco franzida enquanto liderava seu grupo. Ele vinha perseguindo o rastro deixado por um dos Grandes Guerreiros de seu ramo que já deveria ter retornado para eles a meses atrás e tamanha ausência sem nenhum aviso o dava um mal pressentimento.

- Vovô. – Uma moça na casa dos vinte anos fez seu Drag se aproximar da montaria do velho. Ela não usava nenhum elmo e tinha uma armadura de couro como a do velho. Surpreendentemente uma cota de eledros cobria seu torço e uma parte dos braços. Era surpreendente ver um grupo de Exilados tão bem equipados, na verdade, quase todos no grupo possuíam armaduras de qualidade e um número considerável deles estavam armados com armas de enerjom.

- Por favor, Io, eu já lhe disse inúmeras vezes que em campo você deve me chamar por um de meus títulos. – O velho na liderança falou calmamente, ele parecia acostumado a repreender sua neta por erros bestas como aquele. - Não podemos desmoralizar nossas tropas.

- Perdão, vo... Patriarca Gan. – A moça se corrigiu rapidamente no meio da frase.

- Tudo bem, então, o que queria dizer?

- Nossos batedores retornaram. Máscara do Terror deixou as últimas marcas na saída do Vale informando que tinha pego um último grupo de refugiados e os estava levando para descansar em uma fortaleza em ruínas na fronteira das terras dos Zhang. Ele informou que de lá seguiria para o ponto de troca.

O Patriarca dos Gan assentiu enquanto contemplava o caminho diante deles. Ele se perguntava o que teria acontecido com um Grande Guerreiro do ramo deles como Mascara do Terror para que ele desaparecesse desta maneira sem nenhum aviso.

Infelizmente ele tinha duas ideias do que tinha acontecido. A primeira era que a negociação tinha falhado e Mascara do Terror teria morrido no ponto de troca e a segunda era que ele teria encontrado algum imprevisto no caminho.

Levando em conta que todos os outros grupos retornaram com sucesso e com suas recompensas, a primeira alternativa era quase que nula. Então restava a segunda, ou seja, problemas pelo caminho.

Erguendo um punho, o Patriarca dos Gan fez com que todos parassem suas montarias. Os mais de vinte guerreiros olharam para seu Patriarca, esperando quais ordens ele daria.

- O quão longe estamos desse Forte em ruínas? – Ele perguntou para sua neta ao seu lado.

- Uma ou duas horas na velocidade padrão dos Drags.

Assentindo, o velho Patriarca se virou para os guerreiros do seu ramo do Clã.

- Sou Gan, venha até mim.

Um guerreiro de ombros largo se destacou dos demais enquanto fazia sua montaria avançar. Ele usava uma pesada armadura de placas e tinha uma monstruosa Jax modificada presa em suas costas.

- Quais suas ordens, Patriarca? – Sou Gam perguntou removendo o elmo de sua cabeça e soltando seus selvagens cabelos negros e revelando seu rosto marcado por cicatrizes.

As crônicas de Maya - A saga do Império Izar - Parte IOnde histórias criam vida. Descubra agora