As crônicas de Maya - A saga do Império Izar - Parte I

As decisões de um Tash

Corpos, sangue e muita água de chuva se reuniam em volta de Xi Zhang e dos outros. O Bronze olhou em volta, estreitando um pouco os olhos por causa da chuva que não tinha diminuído nem um pouco desde a noite passada e olhou atentamente para os restos do campo de batalha que seus batedores tinham encontrado.

- Eles foram atacados primeiro aqui. – Flecha falou indicando o local onde os primeiros soldados Imperiais tinham sido encontrados. – Tentaram fugir enquanto mantinham a formação, o que levou a morte dos dois lados. – O campo de batalha ia se estendendo pelas passagens em meios as ondas com corpos de soldados Imperiais e de Exilados se misturando. – E aqui eles foram flanqueados por uma segunda unidade inimiga, o que levou a um combate até a morte.

No final do campo de batalha se via dezenas de corpos estirados no chão com ferimentos de lanças ou de lâminas. Quem quer que tivesse liderado os soldados Imperiais até ali, falhou em escapar em segurança das forças inimigas.

- Parece que eles pensaram o mesmo que nós. – Tou Fuji falou ao lado de Xi Zhang. – Provavelmente todos os oficiais que sobreviveram devem estar guiando o resto do Flanco Direito para o Forte a sudeste.

Xi Zhang assentiu enquanto olhava mais um pouco em volta. Os inimigos estavam muito ansiosos na caçada as forças Imperiais. Eles tinham saído deixando os corpos de seus companheiros para trás, assim como uma boa variedade de armas.

- Já terminamos a busca. – Ryu Hon se aproximou com um grupo de soldados, eles tinham conseguido algumas armas extras para os soldados menos equipados entre eles além de que conseguiram recolher um pouco das rações pessoais daqueles soldados mortos.

- Voltem a patrulhar nosso caminho. – Xi Zhang falou se virando para Flecha e os poucos soldados sobreviventes da unidade do falecido Swam Q'wem.

Flecha assentiu e se virou correndo e sumindo sob a chuva com os outros soldados armados com bestas ou arcos. Xi Zhang então se virou para Ovo que estava cercado por uns poucos sobreviventes de sua antiga unidade e fez sinal para que ele voltasse a guiar o caminho. Não havia mais nada que eles pudessem fazer por ali.

Estava sendo uma provação bem desgastante fazer aquela fuga para a passagem ao sul do Vale, com grandes poças d'água que pareciam se tornar pequenos e rasos lagos ou corredeiras que eram formadas quando grandes quantidades de água começavam a escorrer de caminhos mais elevados.

Mais de uma vez os soldados cansados e feridos escorregaram e se machucaram ao cair, mas por sorte ninguém teve nada sério e nenhum osso foi quebrado.

Um grunhido escapou de Xi Zhang após um tempo de marcha quando suas meias já encharcadas começaram a incomodar seus pés, infelizmente isso não era a única coisa encharcada no momento. Ele estava sem elmo e suas roupas já não conseguiam manter a água longe de seu corpo ou o mantê-lo aquecido.

Ele olhou em volta e viu que todos marchavam com desconforto, a maioria deles sem elmos, esquecidos no acampamento durante o ataque noturno. Ele tentou passar a mão no rosto para aliviar as goras de água que se prendiam em seus cílios e empatavam a visão, mas no segundo seguinte seu rosto já estava banhado em água novamente.

Eles já tinham marchado por quase uma hora desde os restos daquele campo de batalha quando Flecha voltou com um outro soldado armado com uma besta de disparo único.

Os dois se aproximaram dele e o saldaram assim que ficaram a poucos passos de distância.

Xi Zhang não precisou olhar para trás para saber que Tou Fuji e Ryu Hon estavam se aproximando para ouvir o relato dos dois patrulheiros. Infelizmente, ele sabia que Buco Q'wem ainda estava em meio a seus subordinados, ignorando a situação em que eles estavam