Terceiro dia de cerco

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Os Exilados se alinharam no início da manhã para seu ataque derradeiros contra o Forte Shumpei. Várias centenas de homens e mulheres usando roupas de couro, armados com lanças de aço ou pesadas jax avançavam sobre a cobertura de um grupo de Exilados armados com arcos e flechas.

Diante daquela horda de sanguinários Exilados estava uma barreira de enerjom que se alargava por pouco mais de dez metro e se erguia para um pouco mais de três metros de altura. Uma proteção para os Exilados diante da parca tentativa dos soldados imperiais de acerta-los com suas bestas e seus arcos.

Xi Zhang estava entre os poucos soldados ainda de pé para lutar. Pouco mais de cem soldados imperiais ainda estavam em condições para erguerem suas armas e combaterem os invasores.

Tou Fuji, Buco Q'wem e a Tash Chika também estavam na muralha, cada um liderando um pequeno grupo de soldados que estavam determinados para cumprir a missão que tinham recebido antes do combate começar.

Ryu Hon tinha ficado com um grupo de soldados feridos na parte da muralha onde ele e os outros jovens Tash tinham enfrentando o terceiro ramo daquele Clã de Exilados.

Tou Fuji duvidava que os Exilados daquele ramo voltariam para lutar, mas não seria sábio deixar aquela rampa de escalada desprotegida, mesmo que a única defesa fosse um punhado de soldados feridos e cansados.

- Ai vem as flechas! – Alguém gritou quando os Exilados na retaguarda pararam de avançar e ergueram seus arcos.

- Ergam as barreiras. – Xi Zhang falou calmamente.

Os soldados em volta dele repassaram a ordem e várias barreiras de aço recolhidas do outro campo de batalha foram erguidas sob as ameias, proporcionando uma nova linha defensiva para os soldados.

As flechas começaram a cair em peso sobre os soldados que se encolhiam sob as barreiras de aço, as usando como gigantescos escudos.

Alguns soldados se aproximaram das ameias com bestas carregadas e tentaram acertar qualquer Exilado afastado da proteção da barreira de enerjom com a pouca munição que lhes restava.

- Ensine a eles como se dispara com um arco, Flecha. – Xi Zhang falou de repente se virando para a garota ao seu lado.

Um meio sorriso se desenhou no rosto da arqueira que possuía duas aljavas cheias de flechas coletadas como presentes enviados pelos Exilados. Flecha preparou sua primeira flecha e olhou para a horda de Exilados se aproximando. Ela puxou a flecha delicadamente, mirou e soltou a flecha que cruzou o ar rapidamente.

A flecha passou sobre a barreira de enerjom fazendo um arco. Passou por cima da massa de Exilados cada vez mais próxima e se fincou no peito de um Exilado que erguia um arco carregado.

Mal a primeira flecha tinha deixado o arco e uma segunda já cruzava o ar em busca de sua vítima, seguida de uma terceira que logo se tornou uma quarta e foi seguindo nesse ritmo.

Xi Zhang parou de tentar acompanhar com os olhos as flechas que sua subordinada lançava sobre os inimigos e se concentrou nos soldados que estavam cada vez mais pertos. Quantos teriam ali naquela massa compacta de guerreiros sanguinários? Duzentos? Talvez trezentos? Ou mais?

Os Exilados estavam claramente em número maior, de pelo menos dois para cada um deles, se não o dobro disso.

Suspirando, o jovem Bronze deslizou sua mão esquerda sobre o cabo de sua almashas. Aquele seria um longo dia, cansativo, exaustivo. Ele sabia que seria o dia decisivo.

- Aí vem eles. - Alguém gritou e um grupo de soldados se posicionou sobre o lugar onde estava a ponte de escalada com barreiras de aço erguidas.

As crônicas de Maya - A saga do Império Izar - Parte IOnde histórias criam vida. Descubra agora