A queda de Iseka

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Ling Pan arrastou seu primo pelo corredor enquanto seguia logo atrás dos poucos guardas ainda vivos e com o velho Conselheiro arrastando o outro primo dela logo atrás.

De suas costas veio o ressoar de aço contra aço. Gritos de guerra e de dor. O som de um combate se iniciando.

A bela Prata sentia um aperto em seu peito. Tanto por Wei Su, uma companheira e amiga fiel que ela tinha conseguido na Academia, quanto pelos membros das duas unidades que ficaram para deter o avanço dos inimigos.

- Não falta muito para o templo. – O guarda que parecia ter uma certa patente entre os outros falou.

Ele, assim como seus companheiros, avançava com sua lamina desembainhada e apontada para baixo, mas pronta para ser erguida a qualquer momento caso a situação pedisse.

Ling Pan se limitou a dar um grunhido como prova de que o tinha ouvido, mas nada mais disse. Ela se limitava a usar todas suas forças para arrastar o seu pequeno primo chorão pelo caminho.

De repente a mansão pareceu balançar e uma alta explosão soou vinda de algum ponto do grande edifício fazendo com que um pouco de poeira caísse do teto e que uma janela perto deles rachasse.

- O que foi isso? – O velho Conselheiro perguntou alarmado.

- Me pareceu uma granada. – Um dos guardas comentou.

- E uma bem potente. – Outro acrescentou.

- Isso não importa. – Ling Pan falou friamente. – Liderem o caminho.

Os guardas olharam para ela por um momento antes de voltarem a andar, silenciosamente e eficientemente com suas armas em punhos. Em questão de posto militar, o soldado veterano que liderava o caminho tinha a maior patente. Em questão de status social na Família, o velho Conselheiro se sobressai.

Mas simplesmente falando, em questão de posição geral na Família Pan e em posição na linhagem principal, Ling Pan estava acima de todos eles, fazendo com que na ausência do Senhor e da Senhora de Iseka, ela fosse a voz de maior influência ali, já que seus primos ainda eram bem pequenos.

Não demorou para que eles chegassem até o templo no fundo da mansão. Ling Pan percebeu que a porta que dava de acesso ao lugar estava entre aberta e um soldado apontava uma almishas para eles, mas ao reconhecer quem vinha, o soldado abaixou a arma e abriu a porta dando passagem para o grupo.

- Onde está a Senhora? – Ele perguntou enquanto Ling Pan e os outros atravessavam a porta e entravam no templo.

A primeira coisa que Ling Pan viu foi um grupo de servos reunindo sacolas com suprimentos e mais alguns poucos guardas os fiscalizando enquanto faziam isso.

- Fomos atacados durante o nosso caminho até aqui. – O veterano soldado que parecia o líder entre os guardas falou. – Mas temos a Senhorita Ling e os herdeiros de nosso senhor ainda em segurança.

O soldado com a almishas assentiu ao ouvir aquilo e então agarrou sua arma com força antes de se virar para o lado de fora e apontar sua arma para o corredor por onde o grupo de Ling Pan tinha vindo.

Ele pareceu tenso por um momento, mas no segundo seguinte relaxou e abriu a porta por completo para dar passagem a um grupo de soldados feridos e ensanguentados liderados por Hong Pan.

Um peso saiu dos ombros da bela Prata quando viu Wei Su e os membros das unidades delas adentrando o templo com a unidade de Feng Dol e o próprio Bronze logo atrás.

Ling Pan foi até os dois companheiros e os abraçou com força. Aliviada pelos dois estarem vivos.

- O que houve? – Ela perguntou apressada e então emendou em seguida. – E os outros dois?

As crônicas de Maya - A saga do Império Izar - Parte IOnde histórias criam vida. Descubra agora