Xi Zhang esperou logo atrás de seu pai, com o Grande Conselheiro Shishuara ao seu lado e os outros Conselheiros de menor importância mais atrás com os outros membros da Família que acompanhavam eles na viagem.
Ele podia sentir enquanto a nave se movia lentamente, descendo em direção a Hasha até que ela pousou suavemente, aquele friozinho na barriga que ele ainda não conseguia se acostumar.
Dois guardas que estavam logo a frente de Xen Zhang se adiantaram e abriram a grande porta de metal que deslizou para lado, revelando uma pequena rampa que conectava a nave com a pista de pouso da cidade de Hasha.
Os dois guardas ficaram de lado, quase colando as costas na parede e dando espaço para que o Patriarca dos Zhang pudesse passar. Xen Zhang avançou e Xi Zhang logo o seguiu com os outros logo atrás deles.
Fora da nave, alguns passos depois da rampa, se encontrava um grupo de soldados com o caractere dos Zhang no colete. Eles estavam dispostos em duas fileiras de dez soldados com um homem de cabelos grisalhos na frente.
Assim que o Patriarca deixou a nave e desceu pela rampa, os vinte soldados caíram de joelhos com seu oficial diante deles, todos fazendo um cumprimento respeitoso para o senhor deles.
- Saldamos o Patriarca. – Falou o oficial e os vinte guardas ao mesmo tempo.
- Já faz um tempo, Yka. – Xen Zhang falou enquanto fazia um gesto para que o homem se levantasse.
- Sim, meu senhor Patriarca. – O homem se levantou e então fez uma saudação a Xi Zhang e a Shishuara Shum antes de voltar sua atenção para o Patriarca. – Já temos andadores reservados para levarem a todos para a mansão.
- Ótimo.
Sem dizer mais nada o oficial guiou o grupo até três andadores de seis pernas curtas, mas bem espaçosos. Xi Zhang ficou no mesmo andador que seu pai, o Grande Conselheiro e alguns outros Conselheiros, além do oficial Ika Zhang.
Enquanto entrava no andador, Xi Zhang lançou um último olhar para a nave de sua Família. Era tão estranho que uma Família militar como a dos Zhang tivesse uma única nave grande para grandes viagens que não era propensa para guerras.
A nave possuía um formato que lembrava o de um disco com uma pequena calda na parte de trás. Era espaçosa o suficiente para levar centenas de pessoas dentro dela e tinha espaço no hangar para pelo menos um Deus da Guerra.
- Sua avó achava que não deveríamos nos concentrar só em guerras. – Xen Zhang falou ao perceber para onde seu filho estava olhando. – Antigamente eu achava estranho ter isso como nossa única nave, mas depois que me tornei o Patriarca eu percebi... como seria estranho visitar outros nobres com uma nave de guerra.
Vendo por esse lado, Xi Zhang concordava com seu pai. Com um tímido sorriso no rosto ele se virou e entrou no andador, fechando a porta atrás dele e indo se sentar entre seu pai e o Grande Conselheiro Shishuara.
O andador tinha quatro cadeiras alinhadas lado a lado em cinco fileiras, totalizando espaço suficiente para vinte pessoas irem sentados nele. O oficial Ika Zhang tinha ficado de pé diante do Patriarca e estava passando para ele um relatório enquanto o andador se movia em direção à propriedade dos Zhang na cidade.
- Os Patriarcas das outras Famílias já chegaram à cidade e já foram pagar seus respeitos ao Senhor da Cidade. – Ika Zhang relatou ao Patriarca. – Os distritos residências estão em festas constante a dois dias e devem continuar até o grande dia do festival. O distrito das academias marciais está fechado até que as festividades se encerrem.
- E o distrito Central? – O Patriarca perguntou calmamente.
- Alguns nobres deram alguns bailes em suas propriedades. – Ika Zhang respondeu prontamente. – Mas estão na expectativa do que o Senhor da Cidade irá fazer nos próximos dias. Acredito que ele só estava esperando a chegada de todos os Patriarcas para começar as festividades em sua mansão.
- Não duvido. – Xen Zhang comentou dando de ombros. – E agora que chegamos, as coisas vão começar a ficar mais movimentadas na cidade. – O Patriarca fez uma pausa, fechando os olhos e franzindo um pouco a testa. – Já esta tarde, vamos descansar hoje e amanhã cedo faremos nossa visita ao Senhor da Cidade.
Ika Zhang assentiu e então se virou para a cabine dos condutores do andador e falou rapidamente com eles.
Alguns minutos depois e a máquina tinha parado de se mover, Ika Zhang foi até a porta lateral do andador e a abriu, deixando que o frio ar noturno entrasse no andador, por algum milagre a chuva tinha parado depois que eles tinham chegado em Hasha.
Ao sair do andador, Xi Zhang se viu dentro de um grande jardim cercado por uma fina muralha e no centro disso tudo se encontrava uma larga mansão de dois andares feita de pedras brancas com uma linha vermelha de quase um metro de altura seguindo de uma ponta a outra da parede no nível do chão.
- Faz tempo que não venho para nossa propriedade em Hasha. – Xi Zhang comentou em voz baixa, ele estava falando mais consigo mesmo do que com qualquer outra pessoa, mas ao seu lado uma pessoa se pronunciou ao ouvir o que ele disse.
- Creio que já faz bastante tempo que qualquer um de nós veio aqui. – Shishuara Shum falou olhando em volta. – Normalmente aqueles que frequentam essa mansão são aqueles enviados em conferencias com o Senhor da Cidade.
- Isso não importa agora. – Xen Zhang interrompeu a conversa do Grande Conselheiro e de seu sexto filho. – Vão para dentro e descansem, nós teremos uma longa semana começando a partir de amanhã.
Todos se curvaram diante das palavras do Patriarca e se encaminharam para dentro da mansão. Servos corriam de um lado para o outro, levando os Conselheiros e os membros do alto escalão da Família Zhang para seus respectivos aposentos.
Xi Zhang foi guiado por um rapaz um pouco mais velho que ele que o levou até um quarto no segundo andar da mansão. Era um aposento quadrado com uma longa cama de casal, dois armários para roupas, uma mesa redonda com duas cadeiras em volta dela e uma única e grande janela que ficava de frente para a porta.
O servo foi até o armário mais próximo e começou a colocar as coisas de Xi Zhang dentro dele com uma eficiência metódica.
Xi Zhang ficou parado no centro do quarto, olhando em volta e se adaptando ao novo ambiente. Após o último ano, sendo mandado de um canto a outro da Província pela Academia, ele já estava acostumado a dormir em lugares diferentes.
- Já está tudo arrumado, sexto jovem mestre. – O servo falou se curvando. – O senhor precisa de mais alguma coisa?
- Não, obrigado. Você já pode ir.
Xi Zhang dispensou o servo e se deitou em sua cama, deixando todo o cansaço do dia se esvair de seus membros. Tinha sido uma longa viajem até Hasha, não tão longa quanto a viajem de Zonam para Fuujitora, mas mesmo assim uma longa viagem.
De repente ele escuta estalou contra a janela de seu quarto e quando virou a cabeça para olhar o que era, ele viu que a chuva tinha voltado a cair com força. E por um momento ele se perguntou se eles ficariam sobre as fortes chuvas da província durante todo o festival.
Bom dia galera. A quanto tempo em? E ai, o que estão achando desse novo arco? Não deixem de curtir e comentar a história.
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As crônicas de Maya - A saga do Império Izar - Parte I
Science FictionO mundo de Maya sofreu uma grande calamidade que quase o destruiu. Civilizações inteiras foram destruídas e as que sobreviveram estavam fraturadas. 600 anos após a grande catástrofe, Maya volta a ser povoada por vários reinos e impérios onde sábios...