Irmãos Gim

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Um grupo de homens e mulheres usando uniformes negros com o brasão de uma aranha nas costas estava reunido em um longo salão cercado por pilares. O salão possuía uma forma retangular de teto alto e antigamente tinha sido usado pelos Pam, os Senhores de Iseka, em reuniões e festas, mas agora, agora a pessoa que sentava no trono de Iseka usava sobre seu rosto uma máscara branca sem expressão.

Diante do trono, sentados sobre um grande tapete negro com uma aranha dourada bordado em sua superfície, se encontravam dez pessoas, sete homens e três mulheres.

Todos os dez usavam uniformes negros e partes de armaduras de aço negro sobre boa parte do corpo. Ao lado de cada um deles estava um elmo de viseira fechada, pois seria indecoroso ficar usando um elmo na presença do homem de máscara branca.

- O povo local ainda está causando problemas? – O mascarado perguntou com sua voz áspera por de trás da máscara.

- Os últimos dissidentes já foram julgados, meu senhor. – Um homem velho com uma bela barba triangular tomou a palavra. – O resto do povo não está satisfeito, mas estão trabalhando nos campos como ordenado.

O mascarado assentiu, eles sempre souberam que eles não seriam aceitos pelo povo local, ainda mais depois de assassinar os antigos governantes que não podiam ser classificados como tiranos.

Mas isso não interferiria com os planos deles. Se não fosse pela necessidade de mão de obra para cuidar dos campos, era mais provável que todas as pessoas ali fossem eliminadas durante o ataque.

Ele então virou sua atenção para um homem na casa dos trina e poucos anos que possuía o rosto marcado por várias cicatrizes.

- O que seus homens descobriram?

O homem de rosto marcado abaixou mais a cabeça ao ficar sobre a atenção de seu senhor e falou respeitosamente.

- Os Pam estão reunindo suas forças na Torre de Ikako, o antigo Senhor de Iseka levou para lá em torno de três mil soldados e mais algumas Maquinas e Deuses da Guerra que lutaram contra a horda. – Ele fez uma pausa antes de continuar ainda de cabeça baixa. – Parece que quase todos os militares das redondezas estão lá, meu senhor.

O mascarado ficou em silencio, calculando mentalmente a diferença numérica e de poder de fogo que existia entre as duas facções.

O inimigo claramente possuía mais poder de fogo terrestre, mas o mascarado sabia que não havia nenhuma frota nos céus do Sul do Império, por isso os céus estavam nas mãos deles.

- Permissão para falar, meu senhor. – Uma mulher com pouco mais de vinte anos se pronunciou.

Ela era magra e esguia com longos cabelos negros amarrados na parte de trás da cabeça. Na ponta de suas orelhas era possível ver um par de brincos de prata.

- Permissão concedida, Meilin Gim. – O mascarado falou cravando seus olhos na mulher.

- Senhor, como iremos agir agora? – Meilin Gim perguntou, com um pouco de nervosismo transparecendo em sua voz. – Conquistamos Iseka porque não havia uma força militar significativa aqui, mas se os Pam começarem a se mover seriamente para cima de nós...

A voz dela morreu quando o mascarado ergueu uma mão, ordenando que ela parasse de falar.

- Eu entendo sua preocupação, e me alegra em saber que alguém esteve considerando nossa situação como um todo. – O mascarado se levantou de sua cadeira, fazendo com que os dez sentados sobre o tapete de pernas cruzadas curvassem um pouco mais suas cabeças. – Mas o Grande Mestre já tem tudo em mente. Não poderemos lutar aqui em Iseka, afinal o inimigo conhece melhor os acessos para essas terras do que nós.

As crônicas de Maya - A saga do Império Izar - Parte IOnde histórias criam vida. Descubra agora