ACR

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  Liam ao invés de ir na direção dos guardas, ele começa a dar ré muito rápido. Os guardas correm e sacam suas armas. A ACR. Liam faz um movimento com o carro, o girando, e começa a correr muito. Já havia escurecido e as ruas não costumam ficar movimentadas durante a noite.

— Como eles estão vivos? — Pergunto a Liam.

— Eu não faço a mínima ideia.

— Pelo menos você sabe para onde vai?

— Para casa.

— Como? Se nós estamos sem GPS?

— Eu gravei a rota que fizemos. — Ele começa a virar em ruas aleatórias. Acabamos parando na praia. Liam desce do carro e abre a porta para que eu faça o mesmo.

— Por que viemos para a praia? — Resmungo. — Você não disse que sabia o caminho de casa?

— Para de reclamar e sai. — Saio do carro, escuto a porta bater e o alarme do carro fazer um barulho. Me encosto no para-peito de uma sacada e fico observando o mar, tão tranquilo, ondas bem fracas e o cheiro do mar... Alguém me abraça por trás. — Tudo bem? — Pergunta Liam.

— Não quero voltar para casa. — Ele me aperta mais forte contra si. — Eu tenho sentido algo ruim, um sentimento ruim.

— Por causa da vinda de Lindsay?

— Também... Mas... Toda vez que eu estou com a Manú eu sinto uma vontade enorme de agarra-la e nunca mais solta-la...

— Por que você sente isso?

— Não sei... Já passamos por tanta coisa, o povo nos odeia porque os deixamos passar fome, tenho raiva da minha mãe. Medo de perder meu bebê e o maior de todos... Medo de perder você.

— E quem disse que eu vou sair do seu lado? — Ele ri. — Não se preocupe, todos os dias eu vou estar aqui para te irritar, te encher de beijos e carinhos, te fazer rir e cuidar tanto de você quanto da Manú. Sobre o povo... Eu e seu pai temos conversado bastante sobre isso e... Essa situação já está sobre controle. Só temos um problema...

— Qual? — Me viro para encara-lo.

— Malcon fugiu...

— Como assim fugiu?

— Ele subornou uns guardas e conseguiu fugir.

— Era só o que me faltava... Já começaram as buscas?

— Ainda não.

— E estão esperando o quê?

— O povo se acalmar um pouco. Ainda está havendo algumas revoltas e estamos dando prioridade a isso.

— Vamos para casa? Já está tarde. — Liam assenti e entramos no carro. Ele não o liga e só fica olhando para frente. — Liam... Liga o carro.

— E se eu te contar que eu esqueci o caminho...

— Eu não acredito! — Bufo de irritação.

— Você ficou conversando comigo e eu acabei me distraindo...

— Cabeça oca. — Dou tapinhas na cabeça dele. Ele da partida no carro e começamos a andar. Passamos por algumas ruas e voltamos para o mesmo lugar. — Acho que estamos andando em círculos.

— Eu vou achar esse caminho e depois, nós vamos gravar todas as rotas em direção ao palácio. — Assinto. E continuamos andando, só que agora em direções diferentes. Vejo umas luzes acesas e os guardas com o símbolo real. Já passam da meia noite. Nos direcionamos a entrada e os portões se abrem permitindo nossa passagem. Liam estaciona o carro e descemos.

Cidade Infernal -RevisandoOnde histórias criam vida. Descubra agora