O Baile - Parte 1

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—Amanhã ele vai enviar nossas roupas. — Somente assenti.

— Tudo bem. — Sorri e desci junto com Gabriel para ajudar Katie e Antony na loja. Como são meio dia, o restaurante fica cheio. Quando chego vejo Antony correndo para um lado, Katie na cozinha e ninguém no balcão. — Gabriel, fica no balcão que eu vou ajudar a servir os pratos. — Gabriel corre para atender os clientes e eu para ajudar Antony. Eu amava ajuda-los em tudo que eu pudesse.

— Mesa 15. — Katie me avisa assim que chego na cozinha.

— Ok. Só preciso trocar minha roupa, é rápido. — Ela assente e eu corro para o banheiro. Coloco meu avental e prendo o cabelo em um rabo de cavalo bem alto. — Voltei. — Pego os pratos e saio em direção a mesa 15. Coloco os pratos e assim que a pessoa me olha eu fico paralisada.

— Obrigada. — Agradece Lindsay. Olho para seu acompanhante e vejo Malcon sorrir radiante.

— Tenham um bom apetite. — Digo. Ela pareceu não me reconhecer, mas chegar perto dela já me faz sentir um cheirinho de falsidade e perfume falsificado. Viro de costas para atender uma mesa um pouco mais afastada. — Já sabem o que vão pedir? — Os dois homens me encaravam como lobos famintos.

— Será que aqui no cardápio tem a garçonete? — Fala um deles encarando o cardápio enquanto o outro ri.

— Acho que o senhor veio para o lugar errado. Aqui se vende comida e não mulheres, muito menos para homens como vocês dois. Se não vão pedir nada, podem se retirar. — Aponto para porta. No início eu ignorava as pessoas que me falavam algo do tipo, mas agora eu não levo desaforo para casa e muito menos de babacas como eles.

— Dois cafés. — Fala o que estava rindo.

— Pelo menos o senhor tem um pouco de bom senso. — Sorrio e caminho para cafeteria ao lado do balcão.

— Se você não falasse nada eu quebrava a cara desses dois. — Gabriel sussurra ao meu lado.

— Você sabe que eu não engulo babaquice. — Falo com vontade de cuspir nos dois cafés que estavam em cima da minha bandeja. — Tenho que atender dois idiotas. Já volto. — Sorrio para ele que me retribui o sorriso e saio para entregar os cafés. — Aqui estão. Dois cafés. — Falo seca. — Bom apetite. — Forço um sorriso, mas na verdade o que eu queria dizer era algo como:

"Péssimo café, espero que se engasguem e que ele desça queimando pela sua garganta. Voltem no dia de São Nunca."

— Obrigado Princesa. — O encarei tensa, mas não podia deixar isso transparecer. Além do mais, quem ia desconfiar que uma princesa estaria trabalhando em um restaurante? Somente viro as costas e saio. Enquanto caminhava em direção a cozinha senti alguém segurar meu braço, a mesma pessoa foi me guiando até um canto isolado do restaurante.

— Que saudade. — Diz Malcon beijando meu pescoço. Aquilo me dava nojo.

— Não encosta em mim. — Coloco minhas mãos em seu peito e o empurro para longe. — O que você quer? Já não basta me enfrentar trazendo Lindsay?!

— Só vim te avisar que seu presente está pronto e tudo lá no seu quarto. — Ele olha meu cabelo e o toca. — Princesa Rebelde, gostei.

— Me deixa em paz. — O empurro novamente e saio daquele lugar. Atendo mais umas 20 mesas e meus pés já não aguentam.

— Acho que já podemos fechar. — Katie fala enquanto eu arrumava as mesas.

— Hoje o dia foi cheio. — Sorrio. — Ganhamos dinheiro para o ano inteiro.

— Concordo. — Gabriel chega perto de mim e sussurra algo em meu ouvido. — Malcon mandou avisar meus pais agora. Sobre nosso "noivado" — Ele faz as aspas com as mãos.

— Tudo bem. — Sorrio para ele.

— Mãe, Pai. Temos que avisar algo a vocês. — Os dois param o que estão fazendo e nos encaram.

— Eu e a Lucy estamos... Noivos. — Ele fala coçando a nuca. Katie faz uma cara de surpresa e vem em nossa direção.

— Meus parabéns! — Ela abraça Gabriel e vem me abraçar. — Princesa, não quero que destrua os sonhos do meu filho. Conte a ele a verdade. — Ela sussurra em meu ouvido.

— Sim senhora. — Respondo. Antony continuava sério, nos encarando.

— Tomem juízo, não quero netinhos agora. — Nesse momento acho que o meu rosto ficou em um tom vermelho escarlate e o de Gabriel ficou em um tom meio rosado.

— Pode deixar. — Gabriel sorri e beija minha testa. Entrando na personagem perdidamente apaixonada em 3, 2, 1... E não vai rolar.

— Bom, eu estou cansada e provavelmente vocês também então eu vou indo. — Sorrio e me despeço de todos. Pego Manuella que dormia na cadeira e vou para casa. A coloco no berço que até parece pequeno quando comparado ao tamanho dessa menina. Olho para a cama e vejo várias coisas, uma delas era minha fantasia... Ela era... Perfeita.

 Perfeita

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— Amei... — Falei tocando o fino tecido do vestido.

— Sabe qual é o tema do Baile? — Me viro e encontro Gabriel encostado na batente da porta.

— Qual?

— Cinderela.

— E o que isso tem haver comigo?! — Pergunto ainda sem entender a charada.

— Você tem até meia-noite para entregar o trono a Malcon. — Reviro os olhos. — Ou ele mata a todos. — E agora eu me ferrei. — É uma questão de sim ou sim. A escolha é toda sua.

— E você acha que ele vai conseguir fazer algo? Só nos sonhos dele. — Sorrio. — Essa festa vai bombar.

— Literalmente. — Ele se vira e vai embora me deixando absorta em pensamentos. O que ele quis dizer com "Literalmente"?!

  Resolvi ir tomar um banho e colocar meu pijama. Quando volto do banheiro vejo a Manú de costas falando com o Xuxu, eu ia entrar na conversa mas algo me deixou intrigada.

— Sabe Xuxu, eu acho que os meuise papais vão sepala. — Ela fala e funga baixinho. — Eu ecutei ela falando que tá noiva do titio Leleu. O papai ama ela e vai ficaise muito tliste.

— Vamos assistir um filme? — Perguntei a Manú.

— Aham. — Ela fala baixinho e corre para sala. Assistimos Pocahontas e eu amei sua história, ver como ela lutou pelo direito dos índios, os mesmos eram o povo dela e ela mostrou dar a vida por eles.

  Eu também daria minha vida pelo povo mas... Será que os outros também o fariam?! Ou eu teria que correr contra tudo e todos para fazer a vontade do povo?

  Assim como a Pocahontas eu vou lutar. Pelo meu povo. Por Larrytown.

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  Nossa Sarah virou uma guerreira! O que acham PIPOQUINHAS?
  Se preparem para parte 2!!

Cidade Infernal -RevisandoOnde histórias criam vida. Descubra agora