Existe coisa pior?!

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  Todos dizem que a pior dor é a morte... Será? Para mim... A pior dor é ver a pessoa que ama, que trata como sua família, que é a sua família... Ver ela sofrer com certeza é a pior coisa. Quando a pessoa morre, ela para de sofrer, ela para... De passar angústias. A morte não é o fim de tudo.

— Chame uma enfermeira. Ela acordou. — Escuto a voz de uma mulher. Pela voz... Parece Julie. Abro meus olhos e vejo a sala branca, pelo menos a cama era macia. Olho para Julie, com o nariz e os olhos vermelhos de tanto chorar.

— Você soube... Não soube? — Ela assente.

— Henry e Manú são os únicos que ainda não sabem. Liam pediu para não contar a eles... Ainda. — Assinto e vejo a porta se abrir e Liam surgir com uma mulher negra, bem bonita por sinal, com olhos verdes brilhantes.

— Como está Alteza? — Ela faz uma vênia.

— Bem melhor. — Me sento na cama.

— Esse desmaio foi causado por excesso de estresse e por causa da notícia marcante. Vossa Alteza poderá sair amanhã pela manhã. — Assinto e ela sai.

— Quanto tempo eu dormi? — Pergunto a Liam enquanto ele beija minha testa.

— Você desmaiou ontem no final da tarde e só acordou hoje às... 14:39. — Ele olha o relógio.

— O que eu perdi amor? — Ele sorri pela palavra "amor" ter saído tão naturalmente.

— Manuella me tirou do sério, pedindo a cada 5 segundos para vir aqui que a coloquei de castigo. Hoje ela não vê mais Televisão.

— LIAM!! Você sabe que hoje estréia aquela série que ela queria assistir. A nova temporada de Moranguinho!! Nós vamos perder o primeiro episódio?! — Reclamo, Liam arqueia as sombrancelhas e Julie leva as mãos a boca.

— Me esqueci! — Ela corre para fora do quarto me deixando a sós com Liam.

— Ela me desobedeceu. Ela veio aqui e...

— Lembra quando você ficou internado no hospital? — Ele assente meio confuso. — Ela foi em seu quarto em quanto dormia e te deu um beijo de melhoras. Ela queria fazer o mesmo comigo... Você não pensa... Por que ela é tão apegada a nós? — Ele faz uma cara de pensativo. — Ela viu os pais morrerem! Ela fica sempre grudada em nós porque... — Minha garganta forma um nó e as lágrimas começam a se formar. — Porque tem medo de nos perder, de nós morrermos iguais aos verdadeiros pais dela!

— Você tem razão... Vou falar com ela. Você me convenceu doidinha! — Ele me da um selinho e sai me deixando junto com meus pensamentos. Me deito na cama e encaro o teto.

  Será que vou ser uma má Rainha? Quer dizer... Meu pai ele... Ele não está bem e eu sei que quando ele morrer eu vou ter que assumir o trono. Estou pronta para essa responsabilidade? Liam está com certeza, ele sabe o que faz, sempre confiante e impõem sua opinião. O que ele fala é lei. Eu... Eu não sou boa nisso, sou boa em ir em festas... Não em organiza-las. Esse cargo gera muita responsabilidade... Só tenho 17 anos!! Preciso curtir minha vida!!

— Posso entrar? — James bate na porta me tirando de meus devaneios.

— Pode, precisava mesmo falar com você. — Ele se senta na poltrona preocupado.

— Foi algo sério?

— Eu não sei se posso ser Rainha... Não sei se vou conseguir aguentar toda essa responsabilidade!! — Ele sorri como se entendesse tudo.

— Maninha... Você não pode deixar que seus pensamentos tomem esse rumo. Você é uma ótima princesa e vai ser uma ótima Rainha. Não se preocupe, eu e Liam estaremos sempre aqui para te ajudar, ok? — Sorrio e o abraço.

Cidade Infernal -RevisandoOnde histórias criam vida. Descubra agora