O inesperado acontece

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  1 mês depois...

  Fechei o livro e respirei fundo. As lágrimas se formavam. Meu pai realmente fez coisas horríveis e eu ler isso com a caligrafia dele no papel é a pior coisa.

— E aí. — James se sentou ao meu lado mais sem me olhar. — Ainda não terminou o livro 1?

  Não conseguia responder a única coisa que saía eram lágrimas.

— O que foi? — Ele me encarou. — O que aconteceu?

— Nós... Meu... — Ele arrancou o livro da minha mão.

— Qual capítulo?

— 25. — Eu lia e quando entrava em choque entregava a James para que ele lesse até que não aguentasse, depois trocávamos novamente e seguíamos nesse ciclo.

— Não acredito! — Ele parecia indignado com o que lia.

— Mamãe! Eu e o Lenly quelemos te tegar isso. — Ela me entrega um desenho. Era a nossa família, Henry escreveu os nomes em cima.

  Lógico que haviam alguns rabiscos aleatórios em bonequinhos feitos por Henry.

  Eu, Liam, Tia Chloe, Tia Julie, Tio Jam, Tio Dilan, Tio Jacob, Tio Gabriel, Tia Allison, Tia Anne,  Vovó Kate, Vovô Antony, Vovó Nora e Vovó.

— Tem pessoas faltando filha. — Ela sorriu e Henry apareceu.

— As demais não tem importância. — Fiquei em choque ao saber que não colocaram o Rei.

— E o rei?

— Não tem importância. Mãe, vocês acham que crianças não entendem? — Ele se sentou entre eu e James, que lia atento o livro. — Não gosto dele porque ele não fez coisas boas. Sei disso.

  Faltavam exatamente dois meses para abrirem os portões de Larrytown, Lindsay será deportada para Eslovênia e presa.

  Eram coisas muito importantes vindo pela frente. Muitas responsabilidades e saber que meu filho me apoia nisso é muito bom.

— Eu amei o desenho. — Sorri. Aproveitando a brecha Manú sentou em meu colo. — Quando voltarmos ao Palácio vou colocar-lo na geladeira. Agora subam para brincar com seu Tio Gabriel porque eu vou resolver umas coisas pendentes com Tio Jam.

  Eles subiram e encaro James.

— Jam. — O chamo já com a voz embargada. — Não quero mais ficar aqui. Quero sair de Larrytown. — Ele me encarava e vi lágrimas brotarem de seus olhos.

— Mais se você se for, quem cuidará de tudo aqui?

— Você. Deixo tudo em suas mãos. Confio em você. — Ele sorriu e nos abraçamos.

— Cookies quentinhos direto do restaurante. — Escuto a voz de Antony. Ele nos oferece os enormes Cookies de chocolate com gotas de chocolate e eu aceito, lógico! — Vou oferecer as crianças lá em cima.

— Eu entendo tudo que esteja passando, mas preciso pensar. — Ele fechou o livro e subiu.

  Minha vida está uma bagunça. A população não ficou sabendo que o Rei foi deposto por problemas mentais. Isso é menos uma coisa na minha cabeça.

Cidade Infernal -RevisandoOnde histórias criam vida. Descubra agora