#CAPÍTULO 3#

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Ariella Young

Visto o vestido rapidamente vendo que já se passaram uma hora. Meu Deus! Tenho certeza que a Lucy já vai desconfiar do que acabamos de fazer. Que vergonha. Oliver sai do banheiro colocando seu paletó, enquanto sento no sofá que tem no escritório para colocar os saltos nos pés. Ele caminha até a sua mesa com passos firmes e põe seu relógio no pulso de volta. Sorrio, ao admira-lo. Seus cabelos estão molhados o deixando mais sexy. Oliver me flagra o observando, e da um sorriso amigável.
- Tomou um banho completo?- Perguntei, com a testa franzida.
- Quase isso. Daqui a pouco terei uma reunião. Não posso entrar na sala todo suado. - Ele fala, sorrindo. Assinto. Levanto-me do sofá, e pego a minha bolsa.
- Tem razão. - murmuro, pensativa.
- O que fazia antes de visitar a Lucy? - Oliver pergunta, colocando seu notebook sobre a mesa. Ainda não contei para ele sobre o que pretendo fazer, não tivemos oportunidade. Só que é escolha minha e já estou decidida. Quero morar sozinha. Passo a mão no cabelo, desconcertada. Por que ele esta me perguntando isso?
- Como assim? - pergunto, com um sorriso fraco.
- Só quero saber o que fazia antes de vim para a empresa.- Oliver me olha, desconfiado. Algo me diz que um dos seus seguranças deve ter dito algo. Esqueci desse detalhe. Depois do que passei, nunca mais estarei cento por cento sozinha. Ele insiste em me manter segura a qualquer custo.
- Estava procurando uma casa.- confesso.
- Vai morar sozinha? - Oliver franze o cenho surpreso.
- É o que pretendo. - respondo, com determinação.
- Não sabia que estava querendo comprar uma casa. - ele fala, pensativo.
- Me desculpa não ter dito antes, ainda era uma decisão distante.- eu disse.
- Entendo.
- Quem te contou?  O Jeff, John o James? Talvez, até os outros seguranças que não conheço o nome.- indaguei, de braços cruzados.
- Ainda pretende visitar a Munique na prisão? - Oliver pergunta, sem me responder.
- Já conversamos sobre isso. - desvio o olhar para a imensa paisagem que seu escritório proporciona.
- Sabe que não apoio essa escolha, Ariella.
- É importante para mim. Eu preciso saber mais sobre minha história. Não esqueci do que ela fez, não seremos melhores amigas, nada perto disso, porém a Munique fez parte da minha história e infelizmente isso não posso mudar. Se minha mãe não quer me contar vou descobrir sozinha.
- Você sabe minha opinião sobre isso.- Oliver retruca, inconformado.
- Sim, e eu compreendo. Só quero que compreenda a minha decisão. - eu disse, ficando em silêncio de novo.  Oliver assente, pensativo. Pega seu celular dentro da gaveta rapidamente.
- Vamos. - Ele avisa se dirigindo até a porta.
- Estou envergonhada de sair do seu escritório, o que as pessoas vão pensar que estávamos fazendo? Meu Deus! - murmuro.
- Já não somos desconhecidos Ariella... Entre nós essa demora já é comum. - ele fala com tranquilidade.
- Minha nossa! - sussurro, quando a porta se abre. A sua secretária permanece com os olhos fixos no notebook a medida em que passamos m sua frente. Oliver abre a porta da sala, e me deparo com Moisés, Eliezer e Lucy na recepção que falam sobre alguma coisa. Engulo em seco, constrangida. É estranho quando você faz sexo sabendo que as pessoas podem desconfiar disso. É algo normal, eu sei. Só que fazer isso no local de trabalho não é apropriado.
Oliver começa a caminhar na direção deles. Percebo algumas mulheres cochicharem algo a respeito dele, enquanto o observam com malícia. Lembro-me na época em que trabalha aqui. Todas o queriam. Nenhuma mulher tinha chegado tão longe como eu cheguei. Deve ser por isso que a maioria sempre viviam fofocando pelos corredores ao meu respeito. Pelo visto, ainda o desejam.
"Tudo oferecidas" penso sem me importar. Eu o tenho. Isso basta.
- Senhor, Oliver! Aqui os documentos. Seu pai se encontra na sala da reunião a sua espera.- informa Moisés, sorridente.
- A Vick chegou? - Oliver pergunta, abrindo a pasta.
- Já sim. - ele responde.
- OKay! - Oliver responde, analisando a papelada. Passo a mão no cabelo e noto os olhares dos funcionários sobre mim. Volto a encarar Lucy que ajeita a sua bolsa em sua mesa.
- Estou indo para casa amiga. Quando estiver pronta me avise que vou  busca-la. - aviso.
- Tudo bem, daqui a pouco estou indo embora. - Lucy responde, com um sorriso amigável.
- Ótimo! Estou indo em...- tento avisa-los.
- Como você está de saída vou aproveitar que vai descer e vou junto. Tenho coisas para resolver no térreo. - Eliezer me interrompe, dando um gole em seu café. Coço a nuca, desconcertada. Oliver demonstra irritação com as palavras do Eliezer que parece não perceber. Fico com receio de acontecer mais uma discussão, então me pronuncio para ir embora de imediato.
- Eu já vou. - eu disse, ao parar na frente de Oliver.
- Não quero que desça agora. - Ele resmunga com um tom de voz baixo o suficiente para eu ouvir.
- Acha que não dou conta? Não vou da abertura nenhuma. Não se preocupe.- Digo dando um selinho demorado em seus lábios na frente de todos para demonstrar a Oliver que não precisa se preocupar. Lucy me olha surpresa ao deparar a cena. Na verdade, todos os funcionários que passam ficam surpresos. Isso é algo novo para eles. Oliver nunca demonstrou afeto, carinho por alguém no seu local de trabalho. Pelo menos essa diferença está surgindo comigo. Dou-lhe as costas segurando minha bolsa, e caminho até o elevador que já se encontra com as portas abertas. Eliezer aperta o botão do térreo, e se encosta na parede olhando com os braços cruzados. Meus olhos continuam fixos em Oliver que continua parado perto da recepção com as mãos dentro do bolso me observando até as portas se fecharem. Passo a língua nos lábios para umedece-los, e encaro os botões do elevador.
- Vocês estão juntos a quanto tempo? -  Eliezer pergunta, curioso.
- Bastante tempo... Anos. - Respondo pensativa permanecendo em silêncio, logo em seguida.
- Moram junto?
- Desculpa, não gosto de falar sobre minha vida pessoal. - Respondo com um sorriso fraco para não ser ignorante.
- Não queria ser invasivo. Estava apenas me certificando se...
- Se... - insisto devido a sua pausa.
- Se o caminho estava livre. - Neste momento as portas do elevador se abrem despertando um alívio por ter chegado ao térreo. A conversa estava tomando um rumo totalmente diferente. Bem que Lucy me falou sobre ele... Oliver deixou claro que eu era sua namorada, e esse cara ainda pensa que tem alguma chance?
- Licença, eu preciso ir. - Digo saindo do elevador quando ele segura minha cintura devagar me puxando contra o seu corpo. Arregalo os olhos assustada.
- O que está fazendo? - Pergunto o empurrando.
- Calma... Só queria entregar isso. Você deixou cair. - Ele diz erguendo a chave do meu carro em sua mão. Fico de boquiaberta por não ter visto a chave cair.  Olho para a sua mão demoradamente antes de pega-la. Agradeço com um semblante sério e dou um passo para trás. Se ele pensa que terá alguma coisa comigo está muito enganado.
- Algum problema aqui, Ariella? - Olho para trás vendo Jeff o segurança do Oliver parado ao meu lado observando minha fisionomia. Seu olhar fita o Eliezer. Concordo com a cabeça positivamente em resposta. Não quero que ele conte para Oliver o que acabou de acontecer.
- Sim... Está tudo bem. - Respondo, sorrindo. Preciso demonstrar que nada aconteceu.
- Até mais, Ariella. - Eliezer se despede com um sorriso amigável e vai embora calmamente sem olhar para trás. Seu toque despertou um certo desconforto devido o seu comportamento estranho. Fiquei com medo, literalmente.
- Vou acompanha-la até a sua casa.- Jeff informa, sério. Ele usa óculos escuros, e uma roupa toda preta. Reviro os olhos.
- Não corremos mais perigo. Osmar e Munique estão presos. Não preciso de seguranças atrás de mim. - Exclamo, entediada.
- São ordens e...
- Tem que cumpri-las. Já sei disso. - Falo o interrompendo.
Jeff dá um sorriso de canto, e caminha ao meu lado até o meu carro que está estacionado perto do seu.
- Ariella. - Jeff me chama. Olho na sua direção.
- Aconteceu alguma? - Pergunto, preocupada.
- Não, eu só queria dizer uma coisa.
- O que foi? - fico apreensiva.
- Só peço que me avise quando quiser ir para um algum lugar, sei lá... Com meu Chefe sabendo ou não, eu entendo que as vezes quer espairecer.
- Obrigada. - Dou um sorriso gentil, e abro a porta do carro quando ele me impede. Dessa vez, o encaro desfazendo o sorriso.
- Não peça para alguém furar os nossos pneus de novo. Estamos aqui para protege-la e não para invadir sua privacidade, Ariella. Não tente me despistar outra vez, porque o meu dever é mantê-la em segurança. Então, me permita está por perto.
Neste momento olho para ele sem graça. 
- Co-como assim? - engulo em seco.
- Você sabe do que estou falando.- ele cruza os braços.
- Eu não queria que me seguissem. Falariam para o Oliver.
- Eu não deveria está falando nada disso, não tenho esse direito, mas de toda ação tem uma reação. Todos estavam correndo risco, principalmente você. Pense na sua vida, na sua família antes de tomar uma atitude drástica como a que você fez. Estou aqui só para protege-la. Você quase perdeu a sua vida. - Jeff fala, seriamente. O silêncio paira entre nós e fico em silêncio. Apenas balanço a cabeça positivamente o vendo se afastar até o seu carro dando o assunto como encerrado. Desvio o olhar, e entro no meu carro sentindo raiva de mim mesma. Que droga. Eu sei que foi burrice dá minha parte, foi arriscado ter saído sozinha naquele dia, mas eu precisava ter feito aquilo mesmo não obtendo resultado nenhum depois. Cheguei a pensar que o Felipe tinha matado a Verônica, enfim... Não vou justificar meu erro. Eu errei e confesso. Jeff tem toda razão. Coloco a chave na ignição, e ligo o carro o vendo já dentro do seu veículo a minha espera. Deixo um sorriso escapar ao lembrar desse dia, e eu achando que iria conseguir engana-los. Como? Eles são profissionais, com certeza iriam descobrir mais cedo ou mais tarde quem foi o responsável por ter furado os seus pneus. Só espero que o rapaz que me ajudou não tenha se encrencado por minha causa.

LIVRO 3* Ariella (Reciprocidade)✔Onde histórias criam vida. Descubra agora