#CAPÍTULO 37#

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Oliver Walker

Me posiciono em frente a parede de vidro com os olhos fixos no céu. Pensar que a qualquer momento saberei o sexo do bebê me deixa... Aflito. É difícil definir o que sinto em relação a tudo isso, mas o medo e ansiedade com certeza estão me torturando. Breno fecha a porta do escritório e coloca sua pasta cheio de papelada em cima da mesa com uma aparência exausta, e sem ao menos esperar começa a explicar sobre alguns "vestígios" que foram encontrados dentro do carro da Karine. Fato esse que eu não sabia.
A única coisa que tive conhecimento foi do arrombamento na sua casa, apenas isso.
- Bom, esse foi o único passo que conseguimos até agora. A casa dela não tinha nenhuma vestígio.
- Estou saturado com isso tudo.- Exalto-me.
- Esta tudo bem? - Breno pergunta ao perceber meu semblante.
- Sim, só estou com alguns problemas.- murmuro, dando uma olhada nas papeladas que ele trouxe. Observo uma foto de um carro, e pela minha curiosidade ergo para examiná-la melhor.
- É esse? - Pergunto.
- Sim, estava estacionado em uma cidade vizinha de New York, na Filadélfia. - Breno informa, estendendo mais fotos na minha direção. Franzo a testa.
- Filadélfia? Que porra é essa? A levaram para outra cidade? - Pergunto, surpreso.
- Tudo é uma hipótese. Primeiro, acreditamos que ela foi realmente sequestrada, pois sumiu sem deixar nenhum rastro e o carro dela foi encontrado totalmente destruído. Se não for um sequestro, o que mais pode ser? Karine não faria isso.
- Sim, alguém tinha algo contra ela. O que encontraram no carro? - olho outras fotos que o Breno trouxe.
- Como o carro estava destruído foi preciso fazer uma perícia. Encontramos uma jaqueta de couro que continha a identidade dela em um dos bolsos. 
- Mas que diabos deve ter acontecido? Na casa não tem sinal de nada e agora só piora as coisas. - Murmuro, intrigado.
- A perícia levantou três hipóteses sobre o acontecimento. A primeira delas é que... Como a porta de entrada teve sinais de arrombamento, deduzimos que Karine pode ter sido sequestrada na própria casa dela sendo colocada desacordada dentro do porta-malas do próprio carro. - Breno explica.
- E o que te levam a pensar que Karine pode ter sido colocada no porta-malas? Só para eu conseguir entender. - ergo as sobrancelhas.
- É uma hipótese, Oliver. Testemunhas a viram pela última vez usando essa jaqueta de couro, disseram que foi exatamente essa que encontramos no carro. A casa dela é o primeiro passo de tudo, pois se a fechadura foi arrombada significa que entraram lá e duas coisas que precisamos pensar, a primeira delas é se Karine estaria em casa ou não no momento da invasão.
- Não descarto essa primeira hipótese, e qual seria a segunda? - pergunto, curioso.
- A segunda é um pouco difícil de acreditar, mas ela pode ter fugido a tempo ao perceber a invasão e tentou pedir ajudar. Porém, como não tinha escapatória, foi direto para garagem e se escondeu no porta- malas, sendo um fracasso, pois ela foi encontrada.
- Essa não me convenceu. Não acho que ela se esconderia no porta-malas.- Exclamo.
- Bom, a terceira e última hipótese. Acreditamos que o invasor não estava sozinho, Karine pode ter percebido o arrombamento e tentou fugir com o seu carro, porém foi alcançada pela outra pessoa que já a esperava do lado de fora da casa. Não descartamos a ideia de que possa ter mais pessoas envolvidas nesse caso, então... Estamos pensando em todas possibilidades. - disse Breno, cruzando os braços.
- Não pensaria nisso... Agora, tenho uma dúvida. Por que vocês acham que ela foi levada para Filadélfia dentro do porta-malas? Essa parte está me deixando intrigado. Tudo bem que a jaqueta foi encontrada lá dentro, mas eles poderiam levá-la no banco traseiro ou... - Breno me interrompe.
- Foi encontrado também no porta-malas alguns pingos de sangue. Ela pode ter sido machucada antes ou depois de entrar. Não sei.
- O sangue é dela? - Pergunto, abismado com tamanha crueldade.
- Estou esperando o resultado do exame, só assim posso te afirmar que o sangue é dela. - Breno avisa.
- E sobre a jaqueta no porta-malas, acredito que foi proposital. A pessoa não seria burra o suficiente para deixar esse item a vista. - Questiono, bastante curioso sobre isso.
- Verdade. Não descarto essa possibilidade. O que me deixou pensativo quando cheguei na casa dela é que nada de valioso foi roubado... A pessoa só queria a Karine e mais nada. Não sabemos como de fato tudo aconteceu, mas quem fez isso não deve ter percebido que deixou a jaqueta no carro ou pode ter visto e achou desnecessário dar um fim já que é apenas uma jaqueta, poderia ser de qualquer pessoa. Como eu disse, a sorte foi encontrar a identidade dela no bolso, pois se não tivesse o documento não saberíamos de quem era, porque até a placa do carro foi arrancada. Tudo ainda está sendo investigado. A única certeza que precisamos ter, é se algum parente, ou amigos sabem se Karine já teve alguma briga, problemas sérios com alguém, a depender da resposta ajudará muito. - Breno explica pacientemente.
- Será que ela... Esta... Viva? - pergunto com receio da sua resposta. Nunca parei para pensar nessa possibilidade.
- A esperança é a última que morre, Oliver. Mas vou ser sincero, com meus vinte oito anos de experiência, pela demora, é bem provável que não. Quando uma pessoa é sequestrada, você só terá duas opções. O sequestrador vai pedir dinheiro usando o resgate para consegui o que quer ou vai matar a pessoa por algum motivo ou sem motivo. Hoje em dia a pessoa só matar por matar. Já conheci casos de pessoas matarem a outra somente pelo prazer em cometer tal ato, é loucura mais infelizmente tem pessoas que são assim.- A cada palavra dita por Breno meu estômago revira só de imaginar o pior. Não quero nem pensar como a Karine possa estar neste exato momento. Espero que ela esteja viva.
- Não gosto nem de pensar nessas coisas. - Confesso.
- É uma tristeza. A família dela deve está destruída.
- Encontrou testemunhas de Filadélfia? Não é possível que ninguém viu o carro dela.- Pergunto, inconformado.
- Isso requer tempo, Oliver. Nem sempre a pessoa que viu vai falar, porém, estamos buscando qualquer tipo de informação, principalmente se tiver alguma câmera perto do local onde foi encontrado o carro. - ele avisa.
- Agora... Parando para pensar.... Ela pode ter ido para a casa  e depois saído. Talvez, algo aconteceu fora da casa. Não sei... - comento.
- Sim, tudo pode ter acontecido. Mas não descartamos o arrombamento.
- Que diabos! É muito complicado.- respondo, perplexo.
- Qualquer informação te aviso, por hoje foi só isso. - disse Breno andando até a porta com os seus pertences.
- Okay! Obrigado. - murmuro ainda pasmo com as informações. O vejo sair do escritório, logo em seguida. Me jogo na cadeira espantado. Estou muito preocupado com a Karine. Quem poderia querer o mal dela? O que pode ter acontecido? Por que ela?
Já faz semanas, meses que não temos notícias suas, e isso realmente está ficando preocupante. Só espero que ela esteja bem... Vamos encontrá-la, assim espero.
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LIVRO 3* Ariella (Reciprocidade)✔Onde histórias criam vida. Descubra agora