Ariella Young
Definitivamente, não sei em que lugar eu coloquei o papel onde continha o endereço da mãe do Oliver. Cansei de procurar por todo canto do quarto e infelizmente não achei. Pensei em ligar para Logan e falar com ele de novo sobre o endereço, mas prefiro não mexer nesse assunto. Não quero causar intrigas para a sua família.
Olho para o lado esquerdo, sonolenta. Oliver dirige seu carro em direção a fazenda que sua tia Luiza mora. Foi decidido cada um viajar em seu próprio carro por causa das bagagens. Então, a Camilla foi no carro do William. Tenho que confessar. Estou muito nervosa. Nunca imaginei que Oliver tivesse uma família tão imensa. Para ser sincera, acreditei que de família ele só tinha seu pai e a Milla. Essa será uma boa oportunidade de conhecer mais a sua história.
- No que está pensando? - Oliver pergunta, olhando para mim e depois para a estrada. Ele aparenta está cansado. É notório as suas olheiras. Mesmo que eu me ofereça para dirigir, ele vai se recusar.
- Sobre sua família. - respondo, com um sorriso largo.
- Isso não é bom. - ele disse, me fazendo rir.
- Nossa Oliver, que horror. Aliás, como você está se sentindo? Vai rever sua família de novo. - pergunto, observando sua fisionomia, porém não vejo uma expressão de felicidade. Isso me deixa entristecida.
- Normal. Como quer que eu fique? Emocionado? Isso é meio difícil. - Oliver responde, com um sorriso sarcástico.
- É a sua família. Sei lá, pelo menos eu ficaria feliz. - eu disse, dando de ombros.
- Nem sempre a família são as pessoas que irão estender a mão quando você mais precisar, Ariella... Nas dificuldades você se surpreende, porque é mais fácil um desconhecido te ajudar ao invés da sua família. E quando a relacionamento dos meus pais desmoronou não recebi nenhuma ligação para saber como eu estava. - Oliver fala, com os olhos fixos na estrada. Balanço a cabeça positivamente por compreender seu ponto de vista. Viro a cabeça em direção a janela e fico observando o céu estrelado. Tenho medo de viajar a noite, porém não tive escolha. Fecho os olhos ao me encostar no assento, e penso nas palavras que Oliver disse referente a família. Realmente, nessa parte de ajudar devo concordar que na maioria das vezes, um parente não ajuda. Minha mãe e eu passamos por muita dificuldade. Quase perdemos a casa por não pagar o aluguel, já passamos fome, e nunca vi algum parente aparecer há não ser a Ivy que sempre se manteve perto e nos ajudou em tudo o que podia. Mas parente? Ninguém nunca apareceu.
- E sobre a sua família? Você nunca me disse nada sobre eles também. - Sua pergunta me pega desprevenida. Oliver nunca me fez esse tipo de pergunta. Na verdade, nem eu mesma pensei sobre isso.
Família... É um assunto que eu não consigo debater. Realmente não sei o que responder, porque é um assunto tão distante que não faz parte das minhas memórias.
- A única família que tenho é a minha mãe. Só ela.- eu disse percebendo ele mudar de expressão. Oliver me olha rapidamente.
- Quando falo família, estou me referindo como um todo... Seus tios, primos, seus avós.- ele disse, curioso. Balanço a cabeça em negação.
- Não tenho ninguém e se eu tiver nunca conheci. Minha mãe não toca nesse assunto. - Dou de ombros.
- Você não sente vontade de encontrá-los? Até mesmo o seu pai? - Oliver perguntou, surpreso.
- A única pessoa que eu me importo é a minha mãe, isso já basta para mim.- encerro o assunto. O celular do Oliver começa a tocar e volto a encostar a cabeça no assento de novo quando o escuto resmungar um palavrão, enquanto está na ligação. Dou uma olhada pelo o retrovisor da lateral e vejo que William está logo atrás de nós. Milla já deve estar dormindo. O que eu deveria está fazendo também.
- Como assim ela não passou em casa? Que porra... Ela não evaporou, Moisés... Deve estar em algum lugar, em alguma conferência da empresa talvez. Já tentou falar no Instagram? No whatsapp? - Olho para Oliver de imediato ao notar ele ficar impaciente. De quem eles estão falando?
- Não... Não irei para a empresa amanhã. Faça o seguinte, peça para Lucy entrar em contato com o pessoal do trabalho dela ou fale com Elieser já que ele a conhece melhor que ninguém. Deve ter o número do trabalho dela... Hum... Okay! Me avise quando tiver alguma informação. - fico esperando atentamente ele terminar a ligação para perguntar o que aconteceu. Não quero ser invasiva, porém estou curiosa. Não vou enche-lo de interrogatório.
- O que aconteceu? - pergunto, percebendo seu estresse. Ele coloca o aparelho em suas pernas e me olha.
- A Karine não compareceu nas últimas reuniões, e até agora não deu notícias. - ele disse, pensativo.
Passo a língua nos lábios para umedece-los, e o encaro séria. Opa... Dessa não sabia.
- Está preocupado com ela? - pergunto enciumada.
- Não comece com isso, Ariella. - Oliver disse, ficando impaciente com a minha pergunta.
- Começar com o quê? É uma pergunta simples. Karine esta ausente e você preocupado. Só queria saber se... - tento explicar.
- Se realmente estou preocupado com ela? Pare com esse ciúmes bobo. - Ele completa balançando a cabeça em negação. A maneira como ele disse me irrita, e bufo indignada.
- Tudo você acha que é ciúmes. Apenas te fiz uma pergunta que parece ser muito difícil para você, já que ainda não me respondeu. - Retruco, olhando para frente.
- Estou preocupado sim, a Karine não deu notícias, e ela é a organizadora do evento beneficente. Fico preocupado.- Oliver afirma, irritado. Fico de boquiaberta com sua verdade, mas não vou reclamar. Eu que perguntei. Agora, tenho que saber lidar com a resposta e nessa parte vejo que tem razão. Ela tem uma parte importante no evento e a preocupação que ele sente não envolve somente ela e sim como um todo.
- E ninguém tem notícias dela? - Pergunto, ainda enciumada.
- Não! - Oliver responde, olhando para o retrovisor para certificar se tem algum carro atrás antes de trocar de faixa.
- Ela deve está bem, não precisam se preocupar. - eu disse, sem importância. O silêncio pairou entre nós. E dou uma conferida no seu semblante. Parece cansado.
- Deixa eu dirigir dessa vez, você está cansado. Já são meia-noite. - eu disse, depositando uma mão em seu coxa.
- Estou bem, pode dormir se quiser. - Ele disse, com um sorriso de canto entrelaçando as nossas mãos carinhosamente.
- Tem certeza? - Insistir encostando a cabeça no assento.
- Tenho! Durma, e fique tranquila comigo. - Oliver avisa, levando minha mão até sua boca. Fecho os olhos ao sentir seus lábios tocarem na minha pele para depositar um beijo carinhoso.
- Poderia fazer isso em outro lugar. - eu disse, contendo um sorriso. Oliver me olha com malícia, e morde o lábio inferior.
- Não vou deixar passar! - ele disse, piscando o olho para mim. E sorrio fechando os olhos para tirar um cochilo.###
Finalmente, chegamos na fazenda da Luisa. Foi uma viagem longa e cansativa. Ao sair do carro, cruzei os braços por causa do frio. Muito vento. Olho em volta da fazenda na medida em que caminhamos em direção a casa. Noto um extenso lago a alguns metros de distância. Forço mais a vista para ajusta-la em meio a escuridão e percebo algumas aves aninhadas entre si no canto esquerdo do lago. Sorrio. Sinto alguém tocar no meu ombro, viro-me bruscamente tomando um susto. Milla abre um sorriso e segura a minha mão com carinho.
- Venha! - ela me guia até a casa.
- Isso tudo é da Luiza? - pergunto ao notar a casa da fazenda com um estilo colonial devido as cores bem escuras das madeiras. Uma varanda na frente da casa bem conservada com mesas, cadeiras e duas redes para a pessoa descansar com um bom ar fresco. Camilla negou, e olhou para William que tirava suas malas do carro junto com o seu filho.
- É a casa de Maggie, outra tia do Oliver. - Milla explica.
- Pensei que fosse a casa da noiva.- eu disse, aos risos.
- Ela também tem uma casa por aqui, mas ficaria tarde se fôssemos para lá.- Milla avisa no momento que a porta da casa se abre. Uma moça de cabelos curtos, escuros abre a porta com entusiasmo. Seu sorriso se intensifica quando seus olhos encontram seu irmão William.
- Quantos irmãos o pai do Oliver tem?- pergunto, curiosa.
- Oito irmãos. Quatro são homens e quatro são mulheres. - Milla sussurra, sorrindo.
- Minha nossa. Que família grande. - eu disse, contente.
- E o bom de tudo isso é que todos eles são pessoas adoráveis. - Milla disse, caminhando em direção a Maggie, enquanto permaneço parada, pensativa. Que estranho. Lembro-me que Oliver deixou bem claro que eles não eram boas pessoas. Disse algo totalmente diferente... Deixa lá. Cada pessoa tem sua percepção.
- Venham se acomodar. - Maggie avisa sorridente, ao ajudar William a colocar as malas na sala, enquanto Oliver tira sua mochila do seu carro.
Aproveito para ajuda-lo.
- Gostei daqui. - eu disse, abrindo um sorriso. Ele me olha carinhosamente, e carrega as malas até a sala. Ando logo atrás, admirando a decoração da casa. Tudo aparenta ser bem antigo. Coloco minha mala no chão quando vejo Maggie soltar um grito ao perceber a presença do Oliver ao meu lado. Pensei que ela o tivesse notado.
- Oliver? É você mesmo, querido? - Sua voz falha, e posso ver seus olhos lacrimejarem. William abre um sorriso, emocionado.
- Sim. - ele responde, secamente sem demonstrar afeição.
- Não acredito que você veio. Quanto tempo que não te vejo, meu sobrinho. Que saudade... Não acredito que veio.- Maggie corre para a sua direção, e o abraça fortemente depositando vários beijos na sua bochecha. Um silêncio prevalece na sala, enquanto todos admiram a cena.
- Preciso descansar agora. - Oliver disse, se esquivando do carinho. Sua tia não demonstra estar nenhum pouco incomodada com o afastamento dele, muito pelo contrário. Um sorriso irradiante prevalece nos teus lábios a cada segundo.
- Ah... Mais é claro, vocês devem está cansados. Podem subir. Todos os quartos foram arrumados para recebê-los... E você, princesa? É a namorada do meu sobrinho? - Maggie pergunta ao me abraçar com delicadeza. Pelo canto do olho, noto Oliver me olhar a espera da minha resposta. Sinto meu rosto ficar vermelho de vergonha. Não esperava esse tipo de pergunta. Meu Deus! Nem eu mesma sei o que sou dele. Todos me olham, principalmente o Sr. William. Balanço a cabeça positivamente sentindo meu rosto queimar de vergonha.
- Sou. Sou a namorada dele. - respondo, sorrindo de nervoso. Oliver pisca o olho para mim, e sobe a escada com um sorriso de canto.
- Seja bem vinda a família meu bem, pode subir e fique a vontade. - Maggie disse, emocionada. Agradeço pela sua recepção carinhosa e sigo Oliver que me espera no topo da escada vendo William sentar no sofá com Maggie ao seu lado. Caminho pelo corredor em silêncio. Oliver abre a porta do quarto que ficaremos e coloco todas as minhas coisas ao lado da cama de casal. Meu Deus! Está fazendo muito frio. Fecho as janelas do quarto de imediato e tranco a porta para trocar de roupa. Meus olhos percorrem pelo local. Tudo parece ser feito com madeira maciça. Uma cômoda média escura ao lado da cama com um espelho imenso logo em cima, um tapete preto redondo, aveludado no centro do quarto, uma televisão pendurada na parede, todas as paredes são brancas o que deixa o ambiente mais claro. O banheiro é bem espaçoso com direito a banheira de hidromassagem. Que chique.
- Amanhã será um longo dia. - eu disse, ao bocejar. Oliver tira a sua camisa concordando comigo, e faz o mesmo com sua calça. Troco de roupa rapidamente, e visto meu pijama sonolenta. Me jogo na cama exausta. Observo seu corpo demoradamente. Ele passa na minha frente de cueca box preto, enquanto tira sua calça moletom de dentro da mala.
- Se continuar me olhando assim você não descansará hoje.- seu tom de voz, desperta um arrepio pelo meu corpo. Jogo uma almofada na sua direção e começo a rir.
- Temos que descansar, então não vou continuar com a provocação. - rebato, cobrindo meu corpo com um cobertor grosso. Oliver deita ao meu lado, e me puxa contra ele. Deito a cabeça em seu peito e fecho os olhos sentindo o sono me vencer mais uma vez.
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LIVRO 3* Ariella (Reciprocidade)✔
RomanceAutora: Emily Silva Seja Consciente, PLÁGIO É CRIME. Obra registrada na Biblioteca Nacional. TERCEIRO LIVRO DE ARIELLA. # É necessário ler o segundo livro # Depois de um passado doloroso. Ariella aceitou sua nova jornada de cabeça erguida, e se arri...