Ariella Young
O dia seguinte foi bem produtivo - também, eu precisava que fosse, depois do que passei ontem naquele bordel o dia tinha que ser bom -
Assim que sair da casa do Nicolas ontem no final da tarde para deixar a Kátia precisei voltar para a empresa para deixar Oliver, pois o seu carro estava no estacionamento da empresa. Posso dizer que foi um percurso silencioso já que tanto ele como eu permanecemos calados e pela primeira vez no momento da despedida não o beijei. Percebi que estava chateado e não tiro sua razão. Preferir não invadir seu espaço. O deixei quieto e pensativo como estava. Eu que o coloquei naquela situação, tenho total consciência disso. No fim, prejudiquei até o meu trabalho. Quando recebi a ligação da Kátia, não esperava que o local fosse tão longe de New York. Eu tinha gravações, tinha compromisso e não pude comparecer. O diretor do filme ainda ligou para o meu telefone fixo, pois disse estar muito preocupado comigo. Minha mãe atendeu a ligação e avisou que eu já tinha saído para trabalhar a muito tempo, coitada - eu não avisei que passaria na empresa para conversar com Oliver - então, a deixei muito preocupada também.
Hoje estou bem cansada. Trabalhei por muitas horas fazendo um esforço maior devido algumas cenas. Tive que recriar mais de dez vezes uma parte da ação, pois não podia ter nenhum erro por mais minúsculo que fosse.
E agora me encontro encarando o volante do meu carro por alguns minutos, enquanto continuo parada na frente da minha casa. Estou com muita preguiça de sair desse carro. Se eu pudesse dormia e comia aqui mesmo. Que cansaço. Bocejo lentamente. Encostei a cabeça no volante aos poucos, e fechei os olhos caindo no sono de vez. Perco os sentidos sonhando sobre chocolates quando escuto umas batidas.
- Amiga? - a voz da Isabel aparece no sonho.
- Psiu! - dessa vez, a Faby se pronuncia me fazendo acordar de vez. Levanto a cabeça em um susto. Não percebi que já estava no milésimo sono.
Cochilei bem rápido.
- Que susto! Onde estavam? - perguntei, abrindo a porta do carro. As duas erguem os sacos cheio de comidas.
- Fomos no mercado comprar algumas coisas que estavam faltando. - Isabel responde, mostrando os sacos cheios de temperos, biscoitos, refrigerante, frutas...
- Vocês são uns amores. Estou muito cansada. - confesso, com um sorriso cansado.
- Da para perceber. - Faby comenta, aos risos caminhando em direção a porta de entrada que já se encontra aberta por causa da Carol que ouviu a nossa voz. Entro na casa sonolenta, e encontro a Kayle dançando funk no centro da sala completamente empolgada. Todas começam a rir com a cena. Kayle desce e sobe conforme a batida da música e joga os cabelos para o lado com a música "Mi gente", porém no ritmo do funk.
- Só poderia ser a Kayle mesmo. - eu disse, dando risada.
- Eu só consigo arrumar a casa desse jeito. - Kayle avisa, descendo até o chão com uma vassoura na mão.
- Ela saiu do Rio de Janeiro, mas o Rio de Janeiro não saiu dela. - Faby comentou com um tom elevado. Isabel se pôs a gargalhar.
- Quero que me grave dançando para eu colocar no meu Instagram. - Kayle pede para a Carol, enquanto entrega seu celular.
- Vocês são ótimas! Hoje estou sem disposição para dançar. Estou acabada. - Eu disse, indo para a cozinha junto com a Isabel que me segue rapidamente. Pego um dos sacos da sua mão para ajuda-la arrumar as compras. Guardo os biscoitos nos armários quando lembro do dia que a Ivy me contou sobre a proposta da Karen. Estávamos na cozinha preparando um sanduíche assim que a vi receber uma ligação. Ali foi onde tudo começou e quando eu definitivamente pensei em aceitar a proposta. Mesmo negando de primeira, no fim aceitei ao vê o Luís pedir a casa de volta. Lembrar de tudo o que passei depois dessa escolha me faz arrepiar. Eu, toda boba e ao mesmo tempo madura jamais pensou no que enfrentaria com a decisão de conquistar o Oliver. Solto um suspiro com essas lembranças. Continuo arrumando os biscoitos quando outro pensamento me vem na cabeça. A mãe do Oliver. Meu Deus! Por um momento esqueci da sua existência.
- Amiga, você me ajuda a resolver uma coisa?- perguntei para Isabel que guarda as frutas dentro da geladeira.
- No que precisar, o que foi?
- Quero que me acompanhe até a casa de uma pessoa. - avisei, pensativa.
- Que pessoa? - ela para de arrumar as frutas. Sua atenção esta voltada para mim.
- A mãe do Oliver. - murmurei, a encarando com a expressão preocupante.
- Se está falando desse jeito... É assunto sério? - Isabel franze o cenho.
- Muito sério. Ele não sabe sobre a mãe, quer dizer, sabe da existência dela só que não o endereço. Eu sei e preciso contar a verdade, mas não agora. Quero conversar com ela primeiro. - tento explicar resumidamente.
- Amiga, isso é sério. Oliver não pode descobrir antes disso. Vai ficar muito triste. - ela fala, preocupada.
- Eu sei, e isso me deixa aflita.- confessei.
- Vamos encontra-la que dia?
- Pode ser hoje? - Pergunto, conferindo as horas no relógio.
- Claro, amiga. - Isabel responde com um sorriso adorável. Faby e Carol entram na cozinha dançando outra música de funk, assim que Kayle aumenta mais o som na empolgação da música. Começo a rir.
- O Brasil não sai de mim. Não adianta.- Faby comenta ao meu lado. Concordo. O tempo que estive no Brasil o ritmo da música foi uma das coisas que me fascinou, além das comidas. Fiquei absolutamente apaixonada pela cultura brasileira. Saio da cozinha ainda com os pensamentos na mãe do Oliver quando Kayle muda de música colocando a música da cantora Anitta "Movimento da safoninha". Bato palmas ao lembrar das nossas noitadas no Rio de Janeiro. Eu dançava muito essa música. Então, me permito distrair um pouco a mente com elas.
Subo no sofá feito louca e começo a bater palmas.
- "Vocês pensaram que eu não ia rebolar minha bunda hoje, né?" - grito, imitando a famosa frase que a cantora costuma usar em seus shows.
As meninas batem palmas e começam a dançar junto comigo assim que a batida se inicia. Danço até o chão fazendo o movimento do quadradinho jogando os cabelos para o lado na tentativa de ficar mais charmosa. Observo a Kayle posicionar seu aparelho celular no pequeno tripé em cima da instante, tendo uma visão mais ampla da sala.
Fico atrás da Faby que dança até o chão de forma sensual. Sorrio.
Me jogo no sofá exausta vendo Isabel se jogar ao meu lado aos risos.
- Que saudade de sair com vocês para a festa. Temos que marca essa semana. - Kayle disse, tirando seu celular do tripé depois de encerrar a gravação. Concordo, sorridente.
- Faremos isso. - eu disse, ofegante.
- Vou tomar meu banho, amiga. Quando estiver pronta me avise. - Isabel avisa, subindo as escadas correndo.
- Vão pra onde? - Faby pergunta, curiosa.
- Resolver um assunto pendente.- respondo, piscando o olho para ela. Caroline rir.
- Por que levar a freira? - Kayle ergueu as sobrancelhas de braços cruzados.
- Para me salvar do pecado. - Respondo no tom de brincadeira fazendo todas rirem.
- Eu ouvir isso, Ariella. - gritou Isabel no topo da escada.
- Amores postei apenas uma parte do vídeo da gente dançando no Instagram e adivinham quem foi a primeira pessoa a curtir e comentar? O Nicolas. Olha o que ele escreveu: "Só tem gostosa nessa casa, daqui a pouco apareço nessa festa". - Kayle fala o comentário do Nicolas dando risada. Começo a rir.
- Misericórdia! - Murmuro.
- Não sei por que ainda não o beijei. - Kayle disse, atraindo atenção de todas, principalmente a minha. Arregalo os olhos.
- Opa! - eu disse, surpresa.
- Altas revelações agora. - Gritou Faby, perplexa.
- Está sentindo alguma coisa hoje, Kayle? - Caroline perguntou com a testa franzida.
- Nicolas é um pedaço de homem, gente. Pena que é meu amigo, não conseguiria ficar com ele não, mas olha que Deus grego... Deixa eu entrar no Instagram dele... Aqui, olhem isso. Vai me dizer que nenhuma de vocês tiveram vontade? - Ela perguntou, mostrando uma foto do Nicolas sem camisa. Todas concordam, aos risos.
- Eu tive no dia que conheci, mas logo passou. - Faby comenta sem importância.
- Não posso dizer o mesmo. Já o beijei.- respondo com satisfação fazendo todas darem altas gargalhadas. Kayle joga uma almofada em mim.
- Sa-fa-da! - disse Faby batendo na minha perna de leve.
- Só rolou beijo ou teve sexo? - Kayle pergunta com um sorriso malicioso.
- Só o beijei... Esta louca? Apesar que já teve vontade de ultrapassar... Confesso.- eu disse, erguendo as mãos para o ar. Todas gritam.
Isabel desce as escadas assustada.
- Que porra de gritaria é essa? Piraram foi? - ela pergunta sentando no sofá, enquanto ajeita seus cabelos.
- Ariella está revelando suas vontades picantes. - Carol explica, dando risada.
- Estou falando sério, moramos juntos no Brasil. Não sou de pedra, ele passava de toalha toda hora na minha frente quando ia tomar banho. Não tem como passar despercebido meninas, tive que
manter o controle. - revelei fazendo todas gritarem mais alto com a minha confissão. Peço para todas falarem mais baixo aos risos.
- Ariella! - Isabel grita, surpresa. Faby tampa a boca impressionada.
- Deve ser um furacão na cama... Vou perguntar para ele. - Kayle murmura, revirando os olhos de desejo. Começamos a rir.
- Vocês beberam o quê? Estão loucas.- Isabel pergunta, envergonhada.
- Sai daqui freira, você não pode ficar ouvindo essas coisas. Vai precisar confessar para o padre. - Kayle fala com zombaria a empurrando do sofá. Começo a gargalhar quando meu celular toca atraindo minha atenção. Levanto do sofá depressa, e caminho até a cozinha encontrando o aparelho em cima da pia.
Nem lembrava que tinha deixado aqui. Olho para o visor vendo o nome do Oliver. Será que aconteceu alguma coisa? Depois que o deixei na empresa ontem, não nos falamos mais. Talvez ele queira terminar a conversa que iniciamos no seu escritório sobre nosso relacionamento.
É melhor atender.
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LIVRO 3* Ariella (Reciprocidade)✔
RomansaAutora: Emily Silva Seja Consciente, PLÁGIO É CRIME. Obra registrada na Biblioteca Nacional. TERCEIRO LIVRO DE ARIELLA. # É necessário ler o segundo livro # Depois de um passado doloroso. Ariella aceitou sua nova jornada de cabeça erguida, e se arri...