#CAPÍTULO 19#

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Ariella Young

Encerro a ligação sorridente, e ergo os olhos para Oliver que permanece me encarando com um semblante sério.  Acredito que espera por uma explicação sobre o nome "Peter" que mencionei agora a pouco.  Tento ignorar o seu ciúmes.
- Parece que vou atuar em um filme  novo. - disse-lhe alegremente. Seus olhos brilham por um momento, e caminho em sua direção depositando minhas mãos sobre seu paletó.
- Meus parabéns, amor. Você merece.- Oliver disse, com um sorriso de canto, enquanto me olha com admiração.
- Terei uma reunião amanhã às duas horas. Não posso me esquecer.- Murmuro, pensativa.
- Peter é o diretor, eu suponho. - ele disse.
- Sim. Peter Jackson! Estou muito ansiosa. - falo, com entusiasmada.
- Ansiosa para conhece-lo? - seu ciúmes não passa despercebido. Faço uma careta contendo a risada, e dou-lhe um beijo rápido nos lábios sentando no sofá ao seu lado.
- Não irei responder a esse tipo de pergunta. - eu disse, balançando a cabeça em negação.
- Eu só quero saber se... - ele tenta justificar sua pergunta, quando seu telefone toca em cima da mesa o interrompendo.
- Tem uma reunião agora? - Pergunto.
- Não! - Oliver responde, caminhando até a sua mesa. Não posso deixar de admira-lo de costas. Seus braços fortes, ombros largos, o seu charme de andar, o modo de falar, sua voz... Tudo me deixa excitada. Tudo me faz ama-lo.
Lembro do dia que fizemos amor em sua mesa do escritório pela primeira vez. Aquele dia... Misericórdia... Por Deus! Só de imagina-lo me tocando, me beijando por inteira faz meu corpo queimar de prazer só para recebe-lo. Oliver sabe como me levar ao delírio, seus dedos, sua boca trabalham de uma maneira que me deixam sem fôlego. Seus lábios macios nos meus... O calor do seu corpo, seu cheiro... Fecho os olhos por um momento sentindo meu íntimo pulsar de prazer só por imagina-lo no ato. Não acredito que estou lhe desejando desta forma. Mordo os lábios ao lembrar da sua língua passando pelo contorno dos meus seios antes de abocanha-los por inteiro, sugando com vontade... Me enlouquecendo de excitação. Céus! Foi muito bom aquele...
- Ariella? - sua voz me desperta do transe.
- Excitação... - murmuro em voz alta ao abrir os olhos devagar.
- O que disse? - Oliver pergunta confuso ao colocar o telefone de volta no gancho. Arregalo os olhos ao notar que pensei alto até de mais. Droga!
- Oi? - me faço de desentendida.
- O que disse? - ele insiste, franzino o cenho.
- Disse o quê? - Dou de ombros, fingindo não entende-lo. Jamais revelarei os meus pensamentos eróticos que tenho com ele. Jamais.
- Quero saber o que disse agora a pouco.- Oliver fala, sem entender.
- Eu? - pergunto, reprimindo uma risada.
- Quem mais seria, Ariella? Só tem você aqui comigo.
- Então não lembro o que eu disse. Estava só... Pensando. - Sorrio, mexendo nas unhas.
- Bom, meu pai me ligou para avisar que acabou de receber o convite da Luisa Walker. - ele explica o motivo da ligação. Não posso conter a minha curiosidade sobre o nome feminino. Quero saber quem é.
- Luisa Walker? - pergunto. Nunca ouvi esse nome muito menos com o mesmo sobrenome que o seu. Provavelmente deve ser algum parente.
- É a minha tia. Ela irá se casar daqui a dois dias, e mandou chamar todos da família.
- E seu pai quer que você esteja presente no casamento. - Complemento, com um sorriso amigável.
- Sim, porém não estarei lá. - ele afirma sem importância. Fico perplexa pela sua frieza.
- Oliver a sua família inteira estará na festa. - eu disse, gesticulando.
- Não me importo. - sua maneira de falar me intriga.
- Como pode dizer uma coisa dessa? Você precisa ir. - endereço-lhe com um olhar.
- Não iremos a esse casamento e fim de assunto. - Ele sooa nervoso, e inclino a cabeça para o lado ao ouvi-lo  enfatizar o nós, e não somente ele.
- Nós? - pergunto, surpresa.
- Meu pai pediu para chama-la, mas não tem problema. Avisarei que não iremos para esse... - ele disse, discando o número do seu pai no seu celular quando seguro sua mão o impedindo.
- Opa! Responde só por você. Eu quero ir. - confesso, para provoca-lo. Sei que Oliver jamais me deixaria ir sozinha, ainda mais para uma festa da sua família. Ele me olha longamente, desta vez mais sério.
- Não me teste, Ariella. Você não quer ir.- disse ele, irritado.
- Estou falando sério, se você não quer ir, eu quero. É a sua família, e quero conhece-los, querido. - admito, com um sorriso alegre.
- Tire essa vontade absurda. Você não vai. - Ele fala, dando o assunto encerrado. Solto um suspiro, e mantenho a paciência já que é quase impossível.
- Por que esse isolamento? Não tente isolar sua família. Não sei os seus motivos, mas se me contar posso entende-lo. - eu disse, com um sorriso compreensivo.
- Minha família são pessoas que sempre querem ser superiores que as outras. A família do meu pai, não é nada humilde comparado ao da minha mãe, Ariella. Não digo todos eles, mas as esposas dos meus tios, meus primos... São pessoas esnobes, que andam de nariz empinado, que desprezam pessoas só pela sua vestimenta. É um lugar que não me sinto bem e não faço questão de ir. - ele explica, ao olhar para mim. Concordo, com um sorriso fraco.
- Pelo que eu me lembre você também já foi assim.- comentei.
- Tenha certeza, eles são piores. - Oliver enfatiza.
- Desculpa dizer assim, mas se essas mulheres que são esnobes ou que se acham a deusa por serem ricas... Se uma dessas me falarem alguma coisa mandarei cada uma para casa da porra, simples assim. - dou de ombros.
Oliver inclina o corpo para frente e solta uma gargalhada alta. Não consigo me conter e começamos a rir juntos.
- Você não faria isso. - ele disse, sorrindo.
- Não duvide de mim. Você sabe que sou capaz de fazer se  mexerem comigo. Se me humilhar vai conhecer o bicho que sou. - confesso, dando uma piscada de olho.
- Eu sei que sim. - seu sorriso se desfaz, e por um momento o silêncio prevalece entre nós.
- Acredito que a noiva e o noivo devem ser tranquilos, mas eu não vou insistir. Se não quer ir, tudo bem. Não iremos. - eu disse, encerrando o assunto. Oliver da um sorriso fraco. Caminho até a parede de vidro a passos curtos sentindo sua presença logo atrás de mim.
- Okay! Melhor assim.
- Estou em seu escritório a quase uma hora. Não estou atrapalhando?- pergunto, preocupada.
- Você nunca atrapalha, Ariella. Vai almoçar comigo ou em casa?- ele pergunta, olhando o relógio em seu pulso.
- Está me convidando para almoçar? - Pergunto, abrindo um sorriso.
- Estou sim. Aceita? - ele me convida ficando na minha frente. Seus olhos desejam a minha boca parecendo está com vontade absurda de beija-los. Assentir.
- Vou adorar almoçar ao seu lado.- respondo, o agarrando pela gola da camisa e juntando nossas bocas deliciosamente.

LIVRO 3* Ariella (Reciprocidade)✔Onde histórias criam vida. Descubra agora