#CAPÍTULO 71#

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Oliver Walker


Dirijo o carro na intenção de visitar o meu pai. Precisamos ter uma conversa de pai para filho sem alterar a voz e sem brigar. Chega disso! Piso no acelerador quando meu celular vibra com uma mensagem da Apolline via whatsapp. Diminuo a velocidade para facilitar a leitura e dou uma conferida no trânsito antes de desbloquear o aparelho.
Abro a nossa conversa e leio em pensamento.

"Oliver, por favor! Venha para o hotel. Estou tendo sangramentos de novo acompanhado de algumas dores que não consigo explicar. Preciso ir para o médico. Venha, por favor."

Leio a mensagem bastante preocupado, apavorado e aflito. Piso no freio bruscamente e tento fazer a volta já que o percurso para a casa do meu pai é totalmente outro.
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Devido o congestionamento, chego em frente ao hotel depois de trinta minutos. Estaciono o carro em qualquer vaga já que estou muito preocupado com Apolline e com a minha filha e abro a port apressadamente.
Disco o seu número para manter o contato, enquanto ainda não chego, porém só está dando fora de área. Merda! Isso se torna bem preocupante.
   Caminho na direção do hotel a passos largos quando sinto uma dor de cabeça muito forte. Acredito que o motivo seja devido aos acontecimentos que aconteceram hoje. Passo pela recepção indo direto para o elevador que já se encontra aberto e entro junto com mais quatro pessoas. Permaneço em silêncio, logo após, apertar o botão no andar da Apolline e enfio as mãos no bolso da calça. Duas mulheres começam a conversar sobre cabelo, enquanto a outra moça tenta encontrar em sua bolsa um óleo que usou a três dias atrás para recomendar para a sua amiga, a informando o quanto o produto é muito bom quando se mistura com qualquer hidratante. Tento ignora-las. Conversa chata. Felizmente o elevador chega no meu andar, e espero as portas se abrirem. Passo pelas moças que estão na minha frente, e caminho sem olhar para trás a procura do quarto. Faz um tempinho que não venho aqui que me esqueci da numeração.
Paro na frente da porta do quarto de Apolline e bato duas vezes. Fico parado a sua espera muito preocupado. É possível perceber o seu silêncio dentro do quarto o que me deixa agoniado pela sua demora. Bato novamente, dessa vez, mexendo na maçaneta.
- Apolline, por favor. Abra essa porta.- suplico em voz alta, nervoso.
Ando de um lado para o outro extremamente desesperado. Isso não está normal. Vou arrombar essa porta. Que porra! Me afasto um pouco para criar impulso quando um camareiro sai em um dos quartos com algumas toalhas na mão. Um homem negro, com estatura alta, barba, e olhos escuros.
- Ei! Tem como abrir aqui, por favor.- peço, atraindo sua atenção. Ele se aproxima a passos rápidos e me olha com curiosidade.
- Está hospedado nesse quarto?
- Não, a mãe da minha filha que está e preciso que abra porque ela está passando muito mal. - aviso, desesperado sentindo o suor surgir na minha testa. O camareiro destranca a porta com um cartão e sem hesitar abro-a ligeiramente encontrando o quarto vazio. Noto alguns pingos de sangue no chão e arregalo os olhos indo em direção ao banheiro.
- Apolline? - Pergunto em voz alta quando a encontro sentada no chão dentro do box usando um vestido floral. Em sua volta há muito sangue e pela sua fisionomia deve está praticamente desmaiada. Arregalo os olhos perplexo e corro na sua direção preocupado.
- Estou aqui... Estou aqui. - sussurro, em seu ouvido me agachando ao seu lado. O rapaz aparece na porta do banheiro assustado e avisa que pedirá ajuda. Aproveito para ligar o chuveiro observando o sangue escorrer pelo ralo.
- Oliver! - ela sussurra o meu nome com dificuldade. Desligo o chuveiro e pego uma toalha azul para enxuga-la.
- Calma! Vou levá-la para o hospital.- eu disse, a carregando nos braços para tirá-la do chão.
- Minha filha...- Apolline comeca a chorar.
- Vai ficar tudo bem, okay? - tento tranquiliza-la. A coloco deitada na cama assim que duas camareiras entram no quarto para me ajudar a vesti-la e agradeço as duas pela tal ajuda. Os meus seguranças se posicionam na frente da porta do quarto avisando que a ambulância já se encontra na frente do hotel trazendo uma cadeira de rodas para a locomove-la.
Passo a mão nos cabelos nervoso. Nunca me deparei mesa situação e não sei o que fazer, como agir. Espero que tudo fique bem no fim.
- Pronto, moço. Agora precisamos da cadeira de rodas. - uma das camareiras avisa depois de ter colocado outro vestido em Apolline que me olha aos prantos e neste momento nos olhamos demoradamente. Não planejamos essa filha, mas aconteceu. E eu farei o impossível para que as duas fiquem bem. Ando na sua direção com um sorriso torto e sento na cama ao seu lado a puxando para mim.
- Está sentindo dor?- Pergunto, ao ouvi-lá gemer. 
- Sim... Não estou suportando, Oliver. Está doendo muito. - ela confessa, tocando embaixo da barriga.
- Merda! Não vou esperar a cadeira de rodas. Venha comigo. - dobro as mangas da minha camisa social e a carrego nos braços com cuidado para não machuca-la. As camareiras que vieram com espontânea vontad para me ajudar, carregam as coisinhas do bebê.
- Não vai esperar a cadeira, Chefe? - John pergunta, abismado.
- Não! Ela está sentindo dor. - reclamo, andando pelo corredor quase correndo.
- Chefe, ela está sangrando de novo.- Diz James assustado.
- Que inferno! Abrem a porta do elevador, rápido!- grito.
As portas se abre depois de alguns segundos e entro sem demora com Apolline nos braços quando ela me olha mais uma vez.
- Oliver! Eu acho que estou perdendo minha fi...
- Shiu! - a encaro carinhosamente.
- Me perdoe. - ela sussurra, começando a chorar.
- Ei! Você não tem culpa de nada. É uma mulher forte e guerreira. Independente do que acontecer. Lembre-se que você deu o seu melhor.- eu disse, com os olhos marejados assim que o elevador chega no térreo. Me deparo com três paramédicos na minha frente. Um deles segura a cadeira de rodas que sem hesitar arrasta na minha direção para colocá-la. Inclino o corpo com cuidado e com ajuda dos meus seguranças a senta na cadeira de rodas.
- Vamos levá-la para o hospital. - a paramédica avisa, a levando as pressas para a ambulância. Olho minha camisa e as minhas mãos... Estão encharcadas de sangue. 
- Chefe! Isso não e normal, não é? - John pergunta, assustado.
- Não! Ela já passou dos três meses de gestação. - murmuro, começando a correr em direção ao meu carro para seguir a ambulância.
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Abro a porta do carro de Ariella desesperado assim que vejo os paramédicos tirarem Apolline de dentro da ambulância em uma maca.
Corro na direção deles e observo-a ofegante fazendo uma careta de dor.
- O que vai acontecer? - Pergunto, preocupado.
- Você é o pai? - a paramédica me olha, enquanto os outros encaminham Apolline para dentro do hospital, as pressas.
- Si-sim! - respondo, imediatamente.
- Vai ser preciso submeter a uma cesariana de urgência. O que ela está tendo é uma hemorragia intensa e isso é... Grave. - ela explica com um olhar compreensivo.
- Mais o bebê tem apenas seis meses. - eu disse, pasmo.
- Não temos outra escolha. É a única forma de salvar o bebê e a mãe, Senhor. Me acompanhe.
- Okay! - respondo, ainda em choque. Não é possível que isso está de fato esteja acontecendo na nossa vida. Apolline teve uma gestação saudável e sem intercorrências. Todos os exames, a sua alimentação, sempre foram acompanhados por um profissional bem qualificado.
Como isso pode está acontecendo?
Paro no corredor ao ver a Apolline ser levado e sento na cadeira abismado.
O sangue já se encontra seco nas minhas mãos, porém não me importo. A única preocupação que tenho é vê-las bem.
- Chefe! - John se aproxima com um copo d'água em suas mãos.
- Obrigado! - pego o copo devagar e dou um gole demorado.
- Vai da tudo certo. - ele aconselha. - Espero que sim.
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LIVRO 3* Ariella (Reciprocidade)✔Onde histórias criam vida. Descubra agora